O baú do Zumbi Gelado — Rafael Weschenfelder

Título: O baú do Zumbi Gelado
Autor: Rafael Weschenfelder
Editora: Publicação Independente
Páginas: 67
Ano: 2021

Depois do (merecido) sucesso com As 220 mortes de Laura Lins — que inclusive ganha uma surpreendente menção neste conto —, Rafael Weschenfelder volta com outra obra perfeita para conquistar seus leitores: O baú do Zumbi Gelado.

Sabe quando você acha que um autor não tem mais como te surpreender, mas ele vai lá e te surpreende? Pois foi isso que aconteceu com essa leitura, que agora compartilho com você.

“Bem-vindo ao Brechó do Hugo, em que posso ajudá-lo?”

O brechó do Hugo costuma ser tão vazio quanto a loja das Irmãs Ferrugem, mas isso não parece incomodá-lo tanto, já que ele aproveita os momentos entre um cliente e outro para jogar Zumbizeira.

“Hugo 1, Irmãs Ferrugem 0. A clássica disputa entre comerciantes fracassados”

A vida pacata deste protagonista parece mudar quando Estela entra em sua loja pela primeira vez. E, aos poucos, ela vai revelando o que foi realmente fazer ali.

“Não sei se estou viajando em esperar que ela reapareça depois da torta de climão, mas tenho a impressão de que nossa conversa ainda não terminou”

Mas não se engane! Se você acha que, com esses elementos e com a sinopse, consegue prever o final, eu duvido. O autor vai nos conduzindo por essa trama de maneira bem inesperada e criativa.

“Sinto o chão desaparecer sob meus pés ao confirmar minha suspeita: ele não acredita em mim”

Para além disso, o que provavelmente cativa ainda mais o leitor é a linguagem usada, cheia de coloquialidades e termos da que pertencem ao mundo dos jogos e da tecnologia.

“Eu… eu… — digo, entrando no modo tela azul”

E, aos poucos, o autor consegue nos inserir no universo do Zumbizeira, explicando não apenas como o jogo funciona, mas também trazendo um pouco da linguagem técnica desse universo de maneira que mesmo a pessoa mais alheia a ele possa compreender.

“NPCs são personagens que não são controlados por pessoas de verdade, como eu e Estela, mas pela inteligência artificial do jogo. Programados para funções específicas, jamais saem de seus quadrados: o padeiro vende pães, o ferreiro conserta armas e a enfermeira recupera a barrinha de vida dos jogadores”

Mas ainda há outro detalhe extremamente surpreendente neste conto: entre uma brincadeira e outra, uma fantasia e outra, o autor vai inserindo temas importantes e nos faz refletir sobre eles.

“Palavras inflamáveis que me fariam explodir, mas o mundo pisou tanto em mim nos últimos dias que não sobrou nenhum barril de pólvora para contar a história”

Não acredita que tudo o que eu disse até aqui seja possível em uma história tão curta? Então confira com os seus próprios olhos: clique abaixo e aproveite a leitura!

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