Por um triz — Laís Corrêa

Título: Por um triz 
Autora: Laís Corrêa 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 270
Ano: 2023

Sinopse

Thales Fernandes vive uma vida totalmente desregrada e superficial, frequentando diversas festas regadas a drogas, bebidas e mulheres, coisas que para ele são sinônimo de uma vida fácil, livre e feliz.

Sua aparência de tirar o fôlego e sua fama facilitam tudo: as garotas vivem se jogando aos seus pés. Exceto uma. É por isso que tudo começa a mudar.

Marina Barros é uma garota centrada em seus estudos e projetos, mesmo afirmando que a vida é muito curta para se preocupar demais. Sempre tranquila, ela não se deixa aborrecer à toa, ainda que seu coração tenha a sina de se apaixonar pelos caras errados.

Quando as vidas de Thales e Marina se cruzam, os dias ganham um novo significado. O que ninguém previa era que um trágico acidente de carro, mudaria completamente os rumos que eles estavam tomando. 

E agora? Será que Thales vai aprender a ver e viver a vida de uma forma diferente? E Marina? Será que está certa em sua Filosofia de vida?

Resenha

A resenha de hoje é para quem procura uma história capaz de nos deixar aos prantos. Então já separa uma caixinha de lenço e vem conhecer a história de Thales e Marina.

Marina Barros é uma jovem muito centrada nos estudos e em seus planos pessoais, mas ela sente que sua vida será curta e, por isso, até onde sua timidez e seu jeito permitem, procura viver tudo o que tem direito.

“Eu sou uma pessoa muito calma. Poucas coisas me tiram do sério e eu não sou de ficar arrumando briga. Não seria isso que me faria chorar ou me descabelar. A vida é muito curta para me preocupar com banalidades”

Ela é uma personagem encantadora, daquelas que existem para nos passar uma linda mensagem e nos inspirar.

“A vida é curta, mas o mundo não vai acabar amanhã”

Por outro lado, temos Thales Fernandes, mais conhecido por Tubarão: um daqueles homens que só quer saber de pegação e que vê as mulheres como um simples objeto de prazer. Um horror.

“Eu não me apego, não assumo compromisso com ninguém, não será com ela que tudo isso vai ser diferente! Isso é só um plano para que eu atinja meu objetivo”

Apesar da fama de Thales, Marina acaba se apaixonando por ele, mas evita demonstrar esse sentimento. E é justamente essa aparente falta de interesse dela que chama a atenção de Thales.

Os amigos de Tubarão sabem que só existe uma forma dele conseguir de Marina o que quer: pedindo-a em namoro. E é isso que ele faz.

“Agora, uma parte de mim se sente culpada por todo esse jogo, já a outra se sente orgulhosa por esse feito e eu resolvo não pensar no conflito que há dentro de mim, ao menos não por enquanto”

Esse namoro de mentirinha, contudo, acaba trazendo muitas transformações para a vida de Thales.

“Afinal, se quero mesmo mudar, preciso estar pronto e preparado para os julgamentos que meus parças vão fazer”

É difícil não sentir um desgosto muito grande por Thales e por tudo o que ele faz com Marina, que aceita até demais a situação, até o ponto em que decide dar um basta.

“Eu te amo e isso não vai mudar, porém eu me amo mais e não vou esperar a vida inteira para você começar a seguir o que há dentro do seu coração”

A transformação, contudo, já estava acontecendo dentro de Thales, mas infelizmente ele só foi se dar conta disso tarde demais. E aí a gente até começa a sentir uma pequena compaixão por ele.

“Não tenha vergonha de chorar, isso mostra que você realmente é humano e tem sentimentos”

A narrativa é alternada entre os dois protagonistas e, assim, podemos ver diversas situações sobre o ponto de vista de um e de outro.

Por um triz trata de questões como a valorização de cada momento da vida, a alegria das pequenas coisas, o amor, a traição, a perda e o luto.

“Você não tem que ser forte o tempo todo, sentir a dor da perda é necessário. Você só não pode deixar isso te dominar a esse ponto, Thales”

Esta é, ainda, uma história que fala sobre sexo, drogas, abandono parental e depressão.

“Alguém precisava te dar esse choque de realidade, para ver se você acordava de vez para a vida”

A narrativa se passa no intervalo de pouco mais de um ano e nela temos cenários diversos, como a casa e o apartamento de Thales, a praia, as baladas e a casa de Marina.

O final foge ao óbvio e pode ser considerado triste, mas refletindo sobre ele, percebemos que era o necessário.

“Mal sabia eu que realmente era tarde demais, mas não pelo motivo que estava pensando”

Por um triz pode ser encontrado em formato digital (clique abaixo) e você pode seguir a autora em suas redes sociais (Instagram | Wattpad) para saber mais sobre este e outros lançamentos dela. 

E então, será que Marina Barros foi realmente capaz de operar uma mudança significativa em Thales Fernandes?

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Luzes — Leblon Carter

Título: Luzes: quando as luzes se apagam (livro 1) 
Autor: Leblon Carter 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 2015 
Ano: 2022

Sinopse

Simas é um jovem de dezenove anos que acaba de se formar na faculdade de comunicação e artes de São Paulo. Apaixonado por literatura e escrevendo seu primeiro livro para participar do concurso de pequenos escritores de Nova Iorque, ele se vê obrigado a trabalhar em um cinema antes de poder concretizar seu sonho.

Lá, ele conhece Cedric, um jovem colega de trabalho por quem começa a despertar sinceros sentimentos. Em meio ao trabalho árduo, a escrita e o amor não correspondido, Simas se vê em apuros quando percebe que relacionamentos amorosos podem gerar diversos problemas para ele e para qualquer outro que queira se aventurar nessa história.

Aos poucos, ambos vão percebendo que a última sessão só acaba quando todas as luzes se apagam, ou quando o primeiro beijo acontece.

Resenha

Alguns livros conseguem equilibrar clichê e criatividade na medida certa, trazendo uma narrativa agradável de ler. É isso o que acontece com o livro que hoje vou resenhar: Luzes.

“O conceito de arte é meio único para cada pessoa. Não dá para generalizar”

Nesta obra, Simas nos conta sobre a sua vida, nos mostrando um cotidiano que poderia ser banal, mas que carrega tanta sentimentalidade e profundidade que fica difícil não se envolver.

“Às vezes penso que o ser humano é tão complexo e vazio ao mesmo tempo”

Simas é jovem, mas logo entendemos que sua infância não foi das mais fáceis e que ele ainda tem muita coisa para ajeitar na vida (assim como ainda tem muito o que viver também).

“Tudo se refere à passado, presente e futuro. Sem isso somos um amontoado de pele, osso e carne, que anda por aí, sem destino ou rumo fixo”

Ele mora com a irmã mais velha e, ao longo das páginas, vamos entendendo que ele tem uma relação complicada com a mãe (coisa que só se explica totalmente mais para o final do livro) e pai sequer faz parte de sua vida.

Em Luzes, acompanhamos o início de Simas em seu novo emprego. Apesar de ter formação em cinema, o único cargo que ele consegue é como PAC, aquelas pessoas que conferem nossos ingressos, recolhem óculos 3D, limpam as salas do cinema…

“Quando você se forma em um curso que escolheu por amor, provavelmente acredita que as portas do mercado de trabalho vão magicamente se abrir. Porém, não foi bem isso que aconteceu comigo”

O próprio autor de Luzes — Leblon Carter — trabalhou como PAC, o que torna essa narrativa ainda mais rica, nos apresentando detalhes que muitas vezes desconhecemos.

O mais interessante, contudo, é o uso dos paralelos — muitas vezes mais presentes na forma de narrar do que fazendo parte da história em si — entre cinema e literatura e, claro, a análise das cores e luzes que o personagem volta e meia faz.

“As luzes internas tinham tons azulados, dando um ar de tranquilidade e calmaria”

A história não se passa em um intervalo de tempo muito grande, mas é o suficiente para que a vida de Simas passe por boas transformações: ele faz novas amizades e, claro, se apaixona. Mas será que esse sentimento o levará a algum lugar?

“E, mesmo com o som alto do filme nos alto-falantes, no teto, e as luzes piscando, na tela, em ritmo frenético, nada conseguia ser tão mágico quanto olhá-lo, de perto, em quase um escuro completo”

A maior parte da narrativa se passa dentro do próprio cinema, ainda que possamos, ao longo dela, também conhecer alguns outros espaços que compõem a vida do protagonista. Por mais delimitante que isso possa parecer, em momento algum a narrativa é monótona (muito pelo contrários, aliás).

“Então, independente de qual cor sejamos lá fora, temos a mesma tonalidade, aqui dentro”

Para além do cinema, das luzes e do amor, este livro nos fala bastante sobre solidão, de uma maneira que é difícil não se sentir tocado.

“Já eu… bom. Eu era a solidão. O lado azul da família. E não que eu seja antissocial ou que odeie seres humanos, mas existem momentos em que aquela tristeza momentânea bate e você só quer ficar sozinho. Ouvir apenas as vozes do seu pensamento e tentar se entender, por um milésimo de segundo, antes que as coisas comecem a ruir novamente. E as pessoas parecem nunca entender isso.  Então, quando você as abandona por um dia, para poder se dedicar totalmente nos outros trezentos e sessenta e quatro, elas acreditam que você está bravo ou que não quer mais falar com elas. E, por tê-las ignorado por um dia, você é ignorado, pelos outros trezentos e sessenta e quatro restantes”

E, claro, sendo Simas um escritor, o poder da palavra (tema que sempre chama a minha atenção) também se faz presente ao longo das páginas.

“Porque, seja de maneira intencional ou não, sempre machucamos outras pessoas. Palavras cortam como faca. Pensamentos escuros embaralham uma mente sã. Agressões físicas marcam a pele. E, às vezes, não nos damos conta disso. É como estar em uma guerra: você escolhe ser ferido ou ferir. E, acredite quando digo: a outra pessoa não vai pensar duas vezes em escolher te ferir”

Disponível apenas em formato digital, Luzes é um livro que vai te fazer vivenciar diversos sentimentos ao lado de Simas. Uma história para quem quer ler sobre amor e solidão apresentados de uma maneira quase poética, ainda que seja prosa pura.

“Não há nada mais instigante para mim do que ler um livro que me faça viajar para outro lugar”

Para garantir o seu exemplar, basta clicar abaixo. E não deixe de seguir o autor em suas redes sociais, para acompanhar o seu trabalho e seus lançamentos (Instagram | Twitter).

Pílulas azuis — Frederik Peeters

Título: Pílulas azuis 
Original: Pilules bleues 
Autor: Frederik Peeters 
Editora: Nemo 
Páginas: 206 
Ano: 2022 (9º reimpressão) 
Tradutor: Fernando Scheibe

Sinopse

Nesta narrativa gráfica pessoal e de rara pureza, por meio de um roteiro simples e de temas universais (o amor, a morte), Frederik Peeters conta sobre seu encontro e sua história com Cati, envolvendo o vírus ignóbil que entra em cena e muda tudo, e todas as emoções contraditórias que ele tem de aprender a gerenciar: amor, raiva, compaixão. Pílulas azuis nos permite acompanhar, sem nenhum vestígio de sentimentalismo, através de um prisma raramente (senão nunca) abordado, o cotidiano de uma relação cingida pelo HIV, sem deixar de lançar algumas verdades duras e surpreendentes sobre o assunto. Apesar da seriedade do tema, Pílulas azuis é uma obra cheia de leveza e humor. Não é à toa que é considerada por muitos a obra-prima de Frederik Peeters. Uma das mais belas histórias de amor já publicadas.

Resenha

Não sou uma pessoa que costuma ler muitos quadrinhos, conheço bem pouco desse universo. Mas acompanhando as postagens da Maíra (@literamai) é difícil não se interessar por algumas (várias) histórias. E foi assim que Pílulas azuis foi parar na minha lista de livros desejados. 

“E, de tempos em tempos, entre desconhecidos, algumas pessoas especiais…”

Nesta obra autobiográfica, Frederik Peters nos fala sobre temas como amor, companheirismo, presença, morte, preconceito e, o principal: sobre AIDS.

“A ciência apenas nomeou! Foi a sociedade que classificou!”

Uma história que parece começar sem grandes pretensões, apesar do traço já nos indicar certa densidade e melancolia, mas que, ao final, nos traz muitos ensinamentos e reflexões.

“As pessoas continuam desinformadas. Tenho que explicar toda a história desde o começo, todas as evoluções da medicina… É uma chatice… A ignorância leva ao medo”

E se este quadrinho já fez muita gente enxergar os avanços da medicina, o sabor da leitura torna-se ainda melhor quando feito após notícias da eficácia do tratamento (e até da cura) da doença a partir do transplantes com células-tronco.

Logo no início da história, Frederik nos fala sobre Cati, uma mulher livre, espontânea, por quem ele se apaixona. Mas queria o destino que eles ficassem juntos apenas muitos anos mais tarde, quando a bagagem dela já havia triplicado em tão pouco tempo: ela tornara-se HIV positiva e tinha um filho igualmente positivo.

Juntos, os três vão aprendendo a lidar com a doença, com os julgamentos da sociedade, com as constantes idas a médicos e hospitais. 

“As pessoas muitas vezes têm medo do que é muito pequeno ou invisível… Têm a impressão de que aquilo pode lhes fazer mal… Entende?”

Por ser um quadrinho, a leitura desta obra é relativamente rápida, mas pede um pouco de respiro. O traço é duro e a narrativa é toda em branco e preto, com impressão em papel off-white, que contribui para o contraste entre o traço (que parece nanquim) e o espaço. Não é um desenho necessariamente muito agradável aos olhos, assim como o tema não o é.

Uma leitura daquelas que não imaginamos precisar, até que a realizamos. Então se você tem uma mínima curiosidade sobre a vida e seus percalços, já deixo aqui a minha recomendação. Não é muito difícil encontrar a obra em formato físico (tem em vários sites, inclusive na estante virtual) e também tem o ebook na Amazon:

A chance de encontrar o amor no metrô — Rafael Dourado

Título: A chance de encontrar o amor no metrô 
Autor: Rafael Dourado 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 68 
Ano: 2016

Sinopse

Existem dias que simplesmente nada dá certo e o simples fato de levantar da cama nos leva a uma série de acontecimentos desagradáveis.

Tess sabia disso, ela tinha perdido o horário no único dia que não poderia se atrasar. Para piorar, seu carro não pegava de forma alguma e completando o pacote de azar, não tinha dinheiro suficiente para um táxi; o metrô era sua única opção.

O que ela não sabia é que as vezes, nossas melhores chances vêm embrulhadas em um grande pacote de problemas.

Resenha

Quem tem o costume de andar de transporte público sabe bem como é difícil — ao menos vez ou outra — não se pegar observando as pessoas ao redor e até mesmo — por que não? — acabar se apaixonando momentaneamente por alguém.

“Um amor de metrô é uma constante quase tão real quanto usar o transporte”

Tess, a protagonista desta história, porém, não é uma pessoa que pega metrô todos os dias: ela tem carro e costuma ir dirigindo para a faculdade.

Acontece que a vida nem sempre quer colaborar conosco e no dia em que ela acorda atrasada — e é um dia muito importante para ela, como aos poucos vamos descobrindo — seu carro resolve não ligar.

“— Saiba, pequeno gafanhoto, que os dias que parecem ruins podem ser os melhores da sua vida”

Sem alternativa, ela resolve correr para o metrô, mas nem mesmo ele consegue salvar a pele da pobre protagonista, porque, claro, é um daqueles dias em que o metrô está com problemas.

Está certo que esse drama todo era necessário para que a história acontecesse. Uma narrativa curta, mas cheia de emoções. E o melhor: num simples vagão de metrô.

Totalmente atordoada com os percalços do dia, Tess acaba conhecendo Adam, ainda no metrô, e o que poderia ser só o pior dia da vida dela, torna-se um dia inesquecível (de maneira positiva, que fique claro!).

“Acho que nunca fui pega de surpresa tantas vezes em um curto espaço de tempo”

A chance de encontrar o amor no metrô é um conto que consegue, em suas poucas páginas, tratar não somente da imprevisibilidade da vida, mas também dá importância de olharmos para o lado e de sermos empáticos com os outros, em tudo, inclusive seus traumas.

“Faço essa viagem todo dia, e é sempre muito solitária. Ninguém olha para ninguém, são todos muito reservados”

Uma leitura leve, rápida e capaz de ser tão surpreendente quanto a manhã de Tess.

“Seu sorriso fez tudo que estava ruim no meu dia melhorar um pouco”

Se você ficou com vontade de conhecer está história, não deixe de clicar abaixo. Aproveite, também, para seguir o autor em suas redes sociais (Twitter | Instagram | Facebook).

Mocassins e All Stars — Clara Savelli

Título: Mocassins e All stars 
Autora: Clara Savelli 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 519 
Ano: 2019

[para ler ao som de all star — Cassia Eller

Sinopse

Julie está em um momento complicado da vida. Depois da morte do seu pai, ela e sua mãe se mudam para o outro lado do país – lar de sua avó materna, que ela nunca conheceu. Julie se vê obrigada a deixar seus melhores amigos para trás, a enfrentar colegas nem um pouco receptivos no novo colégio, e a conviver com Arthur, esse garoto implicante que parece amar tirar sarro de seus sapatos e que a coloca em furadas desde seu primeiro dia de aula. Entre mistérios, brigas e romance, Julie descobre algo sobre sua avó que muda o rumo de tudo. Ela só queria terminar o Ensino Médio e decidir o que fazer na faculdade, mas a vida não poderia facilitar tudo para ela, poderia? 

Resenha

Não importa de onde você é, se existe uma verdade universal é a de que o último ano da escola nunca é fácil.

“Para piorar tudo, não estava certa quanto ao que fazer na porcaria da faculdade. Por que a gente tem que escolher tão cedo, afinal de contas?”

É um marco muito importante, uma mudança muito abrupta e muitas escolhas para fazermos. E em Mocassins e all stars é justamente esta a fase retratada.

Julie está para iniciar seu último ano do Ensino Médio. Com alguns adendos: poucos meses antes ela perdera o pai, figura extremamente importante em sua vida, e, com isso, sua mãe decide sair de Nova Iorque e ir para Monterey, do outro lado do Estado, onde mora a vó materna de Julie, com quem ela nunca teve muito contato.

“O dia seguinte marcava o início de uma nova fase na minha vida. Uma escola nova, em um estado novo”

Para dificultar ainda mais as coisas, claro, Julie tem de encarar colegas não muito receptivos.

“Como se ir para uma escola nova, num estado novo não fosse ruim o bastante, a escola era, além de tudo, a melhor do estado”

A começar por Arthur, que logo implica com o all star de Julie. Quer dizer, ela encara o comentário dele como uma implicância, mas, aos poucos, vamos vendo que não é bem assim.

“Quando eu me dei conta da situação, você já tinha roubado um pedaço enorme de mim. E eu não quero que você devolva, não importa o que o mundo pense”

Também há Bárbara, a garota super popular. Ela sim implica de verdade com Julie. Principalmente ao notar o interesse de Arthur na novata…

“E não é nisso que consiste ser jovem? Querer tudo e, mesmo assim, ter tanto medo das coisas darem errado?”

Apesar de todos os pesares, Julie consegue fazer novas amizades, além de conquistar a admiração de muitos outros estudantes da nova escola. Ela acaba se juntando à Leah e aos meninos do basquete, David, Roger, Peter e Jack, criando laços que, num primeiro momento, pareciam impossíveis.

“Vocês perdem a oportunidade de fazer amigos muito legais, porque são preconceituosos, porque são fúteis”

É ao lado de seus novos amigos — mas também dos antigos, que ficaram em Nova Iorque — que Julie vai viver um turbilhão de sentimentos e acontecimentos que um ano pode comportar.

“— Você não sabe o que ter um amigo aqui significa pra mim”

Até poderia parecer surreal o que acontece nos 12 meses no qual a história majoritariamente se passa, mas sabemos que a vida é uma caixinha de surpresas e que algumas pessoas são mais predestinadas a viver milhares de altos e baixos seguidos.

“Estiquei meus braços na direção dele, esperando que pudesse ajudar a completar o vazio que ele carregava dentro do coração da mesma forma que ele ajudava a completar o que eu carregava”

E, como não poderia deixar de ser, há um fator essencial para tornar tudo ainda mais intenso e complicado nesta narrativa: o amor.

“O amor não é cor de rosa. O amor é vermelho, cor de sangue, cor de luta, cor de coragem”

Inclusive, os plots relacionados a isso são bem interessantes! Confesso que fui pega de surpresa e só conseguia pensar “não, não é possível”.

“Às vezes, a gente se questiona por que a vida nos prega peças”

Contudo, como acredito que já ficou claro, Mocassins e all stars não é somente um romance, abordando diversos outros assuntos importantes, como a perda (e o luto), a amizade, a necessidade de seguirmos em frente e, claro, o encerramento do ensino médio e a montanha-russa que isso gera dentro de nós.

“De certa maneira, o Ensino Médio nunca acabava mesmo. As lembranças que a gente construía por lá ficavam para sempre com a gente, assim como as mágoas e as tristezas também”

Mocassins e all stars é uma das primeiras obras de Clara Savelli e, apesar de trazer uma escrita ainda um pouco crua, é capaz de nos envolver, encantar e surpreender. Fiquei com muita vontade de ler outros livros da autora, e tenho certeza que a escrita dela amadureceu muito nos últimos anos, o que só torna tudo ainda melhor.

E se você ficou com vontade de ler Mocassins e all stars, clique abaixo para garantir a sua versão digital ou física. Aproveite também para já seguir a autora em suas redes sociais (Site | Instagram | Twitter | Facebook) e ficar por dentro dos próximos lançamentos dela.

Crônicas e agudas — Antonio Carlos Sarmento

Título: Crônicas e agudas — histórias leves para divertir e fazer pensar 
Autor: Antonio Carlos Sarmento 
Editora: Becalete 
Páginas: 304 
Ano: 2022

Como é gostoso ver um trabalho que admiramos crescer e alcançar novos caminhos, não é mesmo?

Antônio Carlos Sarmento é o autor por trás de um dos blogs que eu mais gosto de acompanhar por aqui (tanto que já indiquei ele mais de uma vez em postagens minhas) e que tem o mesmo nome do livro que hoje venho resenhar: Crônicas e Agudas.

“As ruas, a literatura e a cultura em geral dão dinâmica ao idioma: criam palavras e expressões, tornam outras arcaicas e o transformam constantemente”

Um título que, por si só, já demonstra muito da destreza do autor com a língua portuguesa: ao mesmo tempo em que joga com um jargão quase médico, também brinca com o gênero que traz em sua escrita.

E eu, como uma admiradora de crônicas desde que conheci o gênero, quando ainda estava na escola aprendendo sobre o maravilhoso universo da literatura, não poderia deixar de me encantar com uma obra como essa, recheada de temas e reflexões tão interessantes.

“Passeava então pelas ruas, visitava uma livraria e encontrava prazer em ficar sem falar nem ouvir. É bom descansar um pouco os sentidos” 

É verdade que eu já conhecia a maioria das crônicas deste livro, justamente por ser leitora (quase) assídua do blog de Antonio Carlos. Mas como o próprio autor disse, não há nada como poder lê-las impressas. Pegar um livro em mãos, sentir o papel, escolher o local que for para ler.

“Ler é principalmente uma questão de gosto. E gosto vem com o hábito”

Mesmo (re)lendo esses textos e tendo enorme apreço por tantos deles (todos, talvez), não posso negar que tenho alguns preferidos

“Nossa individualidade nos obriga a desenhar nosso próprio trajeto, singular e único”

Na ponta da língua, por exemplo, além de abordar um assunto que sempre me agrada — as nuances de nossa língua — ainda me fez relembrar a época em que li Mario Prata, outro nome tão importante da crônica brasileira e que também mais de uma vez escreveu sobre as palavras e a riqueza da língua que falamos.

Também muito me agrada o texto Pizza de domingo, na qual o autor apresenta uma solução divertida para um problema que parecia insolúvel (que, claro, não comentarei aqui, deixando para que o leitor descubra qual é).

Corônica, outro jogo de palavras ótimo, é uma crônica linda, com uma lição que pode nos surpreender.

“Tem coisa mais contagiosa que vírus” 

Aniversário de 15 anos e Bate papo também são crônicas que ganharam demais meu coração. Textos que falam sobre a importância de ler, de desconectar um pouco e viver o real, o essencial, a nossa história.

“Tenho receio de que toda esta velocidade possa acabar por nos fazer menos humanos”

Crônicas e agudas, como o próprio subtítulo indica — histórias leves para divertir e fazer pensar — aborda de maneira leve, bem-humorada, clara e sincera os mais diversos temas, nos propiciando horas de uma leitura prazerosa que passa voando.

“Sim, porque maturidade não tem a ver com o simples passar dos anos, mas com a capacidade de absorver o aprendizado que a vida nos oferece e assim crescer em reflexão, bom senso e equilíbrio”

Se este livro despertou o seu interesse, entre em contato com o autor Antonio Carlos Sarmento para adquirir o seu exemplar. O contato pode ser feito por email (antoniocsarmento@gmail.com) ou Whatsapp ((21)99989-7239) e o livro pode ser enviado para todo o Brasil. Aproveite, também, para seguir o autor em suas redes sociais (Blog | Facebook).

Sorte ou destino? — Bruna Oliveira

Título: Sorte ou destino? 
Autora: Bruna Oliveira 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 212 
Ano: 2018

(para ler ao som de Acima do sol — Skank)

Anna é uma protagonista com a qual muitas leitoras podem se identificar: tímida, fora dos padrões (absurdos) de estética, leitora voraz, extremamente tímida e romântica incorrigível.

“Apesar de estar sempre sofrendo com alguma paixonite, nunca conto isso para ninguém. Eu tento me iludir fingindo que não me importo com essas coisas, mas no final das contas eu sempre quis ter alguém que estivesse ao meu lado quando eu precisasse”

Ela sonha em encontrar seu príncipe encantado e, mais que isso, em ser notada por ele, mas não move um dedo sequer para isso.

“Não fica com medo de se machucar. A sensação de medo de arriscar às vezes pode ser bem pior”

Felizmente, Anna divide um apartamento com Manu, sua amiga desde o ensino fundamental. Elas moram e estudam em Fonte Nova e, apesar de terem personalidades quase opostas, se dão muito bem. 

“Minha amiga não tem medo de se jogar de cabeça na vida, ela tem pressa para ser feliz, e eu tenho que aprender muito com ela”

Anna cursa Administração e Manu, Publicidade e Propaganda. Algumas matérias elas fazem juntas e é justamente numa delas que Anna conhece Cadu e não consegue esconder da melhor amiga que está totalmente caída pelo colega.

“Por mais que eu tente me policiar, meus pensamentos insistem em focar em Cadu, o atual alvo da minha paixão platônica e meu colega de classe”

Manu tem certeza que Cadu também tem algum tipo de interesse por Anna, já que olha várias vezes para ela. A protagonista, porém, acha que isso é coisa da cabeça da amiga.

“A Manu tem esse defeito, ela é otimista demais, e muitas vezes acaba por imaginar coisas para tentar animar a gente”

Seja como for, Manu convence Anna a ir — finalmente — a uma das festas da faculdade, logo no início de mais um ano letivo. Porém, é claro que as coisas ali não saem como o planejado…

“Mas o fato é que nós nunca estamos preparados para ver a pessoa que a gente gosta ficando com outra. É cruel demais”

Contudo, um esbarrão, quando está praticamente fugindo da festa, fará com que a vida de Anna mude completamente. E de uma maneira que ela jamais esperaria. 

“A vida às vezes prega cada peça na gente, não é mesmo?!”

João entra na vida de Anna muito por acaso e vai derrubando as barreiras da garota, uma a uma (clichê? Talvez…).

“A questão é que para mim, uma relação de amizade não é fácil de construir, eu tenho que ter muito tempo de convivência com alguém para poder agir como eu mesma, mostrar meu lado descontraído e até mesmo divertido”

E ele ainda se revela um cara e tanto, para surtos e mais surtos da Anna. Um príncipe mil vezes mais encantado do que ela poderia imaginar.

“Ai meu Deus! Além de lindo ainda gosta de ler como eu. Ele é bom demais para ser de verdade”

Mas é claro que quando a história já está dando certo demais e não estamos nem na metade do livro… É porque vem bomba! E por mais que esperemos isso — e saibamos que no fim as coisas se ajeitam — é sempre uma agonia imensa ver tudo desmoronando.

“Como a vida pode dar um giro de cento e oitenta graus em apenas vinte e quatro horas?”

Sorte ou destino? é uma história deliciosa de se ler. Daquelas que vamos avançando sem nem perceber e nos apaixonamos pelos personagens até sem querer. 

“Estou encantado com a Anna, ela parece real, não essas bonecas de porcelana fabricadas, que a gente vê a torto e a direito nas baladas”

Para além do romance, este é um livro que fala sobre as nossas escolhas — principalmente profissionais — e sobre como recomeços são necessários, principalmente quando significam irmos atrás daquilo que realmente nos faz feliz.

“Quando prestei vestibular eu não tinha ideia do que eu queria fazer da vida, e agora não consigo me enxergar exercendo essa profissão no futuro”

E, no final das contas, também podemos perceber que a história nos mostra que não precisamos mudar para nos encaixarmos no mundo. Que, com calma, as coisas se ajeitam para todos, independentemente do nosso jeitinho.

“Eu não tenho experiência com essas coisas de paquera, então não sei o que de fato aconteceu”

Sim, eu gostei muito dessa leitura, mas como já está quase virando hábito por aqui, fui procurá-la de novo na Amazon e… Ela não está mais disponível. No entanto, a autora tem outras publicações por lá (vem aqui conferir) e você também pode segui-la em suas redes sociais para conhecer melhor o trabalho dela (Instagram). E prometo semana trazer uma resenha de livro recém-saído do forno e com possibilidade de garantir exemplares.

Arlindo — Ilustralu

Título: Arlindo 
Autora: Ilustralu 
Editora: Seguinte 
Páginas: 200 
Ano: 2022 (1º reimpressão)

(Para ler ao som de Eu acho que pirei — Sandy Júnior)

É difícil trazer algo muito original quando tanto já foi falado sobre esta obra, mas não quero deixar de dar a minha contribuição para a divulgação da mesma. Até porque, convenhamos, ela é bem necessária.

“Eu já tive meu inferno particular. Uma hora você vai conseguir também, do seu jeito”

Acho que todo mundo sabe que Arlindo é um garoto gay, ainda que, no início, possa pairar uma certa dúvida, principalmente porque, bem, ele vive numa sociedade um tanto quanto preconceituosa. E nem mesmo dentro de casa ele está totalmente seguro para se assumir.

“Na vida às vezes a gente tem que bater de frente, Lindo. A gente não tá errado em existir”

Mas é uma delícia descobrir que Arlindo não é o único personagem gay desta história e o que tudo isso representa ao longo das páginas.

“Sempre falaram de mim porque eu gosto de esportes, porque eu nunca fui patricinha, porque eu sou ‘esquisita’… eu não sei até que ponto essas coisas têm a ver, mas eu morria de medo das pessoas estarem certas”

Também acho que todo mundo sabe que essa HQ é cheia de referências que marcaram gerações, como músicas da dupla Sandy e Júnior. Mas quantas pessoas sabem que até o código super secreto (só que não) ZENIT – POLAR aparece nesta narrativa? Ri muito quando vi.

“Todo mundo parece saber coisas sobre a gente, tirando conclusões por uns negócios tão nada a ver. Não faz nem sentido”

Ler Arlindo é como receber um abraço e saber que não se está sozinho neste mundo. E, tendo ganhado o meu exemplar de presente, o abraço acaba sendo ainda mais real.

“Tudo o que a gente tem é a gente, Lindo”

Uma leitura daquelas que a gente quer sair distribuindo para tantas pessoas que sabemos que precisam.

“Tá tudo bem. E quando não tá, é porque ainda vai ficar”

Porque Arlindo é uma história que, mesmo parecendo “só mais um quadrinho”, é profunda e não fala somente sobre homofobia e amor, mas também sobre amizade, relações familiares, amadurecimento e identidade.

“A gente não devia viver com medo de gostar de ninguém, nem de ser a gente mesmo”

E se você, assim como eu, não tem o hábito de ler HQ, leia com calma, para não se perder e, principalmente, para não deixar nenhum detalhe passar desapercebido.

As cores da obra são vivas e vibrantes e a impressão dela é excelente (e o cheiro de livro novo? Diferente daquele que estamos acostumados, mas igualmente maravilhoso!). Minha edição é brochura e achei que isso deixou bem confortável a leitura (capas duras são lindas, mas nem sempre práticas).

Para saber mais (e garantir seu exemplar), basta clicar na imagem abaixo. E, claro, seguir a autora em suas redes sociais (Instagram | Twitter).

Proibidos de esquecer — Tayana Alvez

Título: Proibidos de esquecer 
Autora: Tayana Alvez 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 528 
Ano: 2022

[leia esta resenha ao som de Pensando em você — Paulinho Moska]

Se você já viveu uma história de amor — talvez A história de amor da sua vida — e jurou que aquela seria a última após seu doloroso término, atenção para este livro.

“E é assim que eu percebo, três anos, dois meses e doze dias depois de sair de casa e jurar para mim mesmo que nunca mais me envolveria com ninguém, que estou me apaixonando”

A história de Paulo e Bianca é bem peculiar: Bianca casou-se aos 17 anos, com seu primeiro (e único) namorado; Paulo também logo constituiu família, mas um acontecimento — que vai sendo revelado aos poucos, como todos os detalhes que nos prendem a essa narrativa — nos mostra como ela ruiu de maneira irreparável. Assim como a de Bianca.

“Meu próprio filho me condenou ao inferno na Terra”

Dois corações que, mesmo após anos, ainda estão em frangalhos e que se encontram. Duas histórias bem diferentes, mas também muito parecidas.

“—  Sentir a dor é melhor do que não sentir nada. — Encolhe os ombros. — A dor é uma lembrança de que foi real…”

Aliás, é preciso dizer uma coisa: ao longo dessa história você vai sentir um nó na garganta inúmeras vezes. E vai chorar outras tantas. Provavelmente você vai se identificar em diversos pontos. Mas ao final, talvez você pense que jamais viveu algo tão forte quanto esses protagonistas. E isso é algo que torna esta história ainda mais incrível: mesmo ela estando longe de ser a sua história (ainda bem?), você vai acabar se identificando em alguma medida.

“Aquela que não carrega mais as dores, mas sempre terá as cicatrizes”

E preciso dizer que neste livro talvez esteja o ápice da representatividade que Tayana Alvez tenta sempre trazer em suas histórias, com protagonistas negras, mães solo… Para mim, finalmente uma protagonista que não bebe e que deixa isso bem claro (aliás, só fiquei curiosa com os motivos dela)!

“— Ah, eu não bebo — diz completamente sem graça. — Desculpa, eu devia ter avisado. — Sorri sem jeito”

Brincadeiras à parte, é difícil falar de Proibidos de esquecer. A narrativa já começa intensa, nos deixando claro que tem muito por vir mas, como eu disse, as peças desse quebra-cabeça vão sendo reveladas aos poucos, na medida certa.

“O que a garota me diz é triste, pesado e doloroso, mas seu tom é como o de alguém que pergunta as horas”

A leitura é catártica. Ao final, percebemos que há muita maturidade e, principalmente, muito amadurecimento. As falas e os acontecimentos impactam e é difícil não ficar com esta narrativa impressa na alma.

“Passei tanto tempo tentando encontrar minha voz que esqueci que ouvir também é necessário”

Proibidos de esquecer se passa — majoritariamente — em Búzios e o verão tem um papel muito importante na história: é a estação que permite a reconexão, tanto de Bianca, quanto, no final das contas, de Paulo.

“Vamos sarar feridas nesse verão”

A história é narrada, alternadamente, pelos dois personagens, mas Bianca certamente domina a narrativa. 

“Às vezes dá vontade de perguntar o que mais as pessoas querem de mim”

Ela, que perdeu a mãe quando ainda era jovem; que perdeu o amor da sua vida aos 20 e poucos anos; que está tentando provar — para os outros, mas também para si — que está bem, que está seguindo a vida.

“O problema com o sofrimento é que todo mundo tem um conselho para você”

Ela, que decide viver um verão inesquecível. Mas que não imaginava o quanto ele seria transformador e revelador.

“Querendo ou não, quando você se entrega totalmente a uma pessoa, você entrega sua verdade a ela também, e se tem algo que nós concordamos, mesmo que sem palavras, é que não estamos prontos para falar do passado”

Bianca passa o verão em Búzios porque é ali que sua família tem uma casa. A casa na qual ela passava o verão na infância, mas que, com a morte da mãe, acabou sendo deixada de lado, mesmo que, contraditoriamente, seu pai finalmente a tenha deixado como a mãe sempre sonhara.

“A vida não para quando alguém que a gente ama morre”

Claro que é em Búzios que Bianca conhece Paulo, o dono da sorveteria cujos sabores têm nomes bem… Exóticos (e adoráveis).

Mas quando Paulo oferece protetor solar para Bianca, na praia, ela não imaginava que ele era dono de uma sorveteria. Nem que era tão solitário. Menos ainda que carregava um fardo tão pesado e triste.

“É difícil descrever o quanto os ‘e se’ podem atrapalhar a vida de alguém”

Tentei colocar em palavras a intensidade de Proibidos de esquecer e talvez eu tenha feito parecer que essa é uma história só de tristeza, mas a verdade é que a Tayana sempre sabe equilibrar passagens mais leves e até momentos que nos arrancam no mínimo um sorrisinho de lado e nesta narrativa não seria diferente.

“E, por Deus, que sensação maravilhosa essa de contar o que a gente quer contar para as nossas pessoas favoritas no mundo”

Falei, falei e falei, mas no final das contas, não sei se consegui apresentar esta obra à altura e, infelizmente, a Tay a retirou da Amazon, por estar reestruturando a sua carreira. Ou seja, quem leu, deu sorte. E quem não leu… É torcer para ela relançar em algum momento!

Agora, se você quiser conhecer um pouco da escrita maravilhosa desta autora, já segue ela nas redes sociais (Instagram | Twitter) e vem aqui neste link ver o que ainda é possível ler de obra dela em ebook. E, claro, não deixe de garantir o seu exemplar físico de O Irlandês, em uma nova edição tão ou mais incrível que a primeira.

Andata e ritorno — B. A. Polinari

Título: Andata e ritorno 
Autora: B. A. Polinari 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 262 
Ano: 2021

[Leia esta resenha ao som de Con te partirò — Andrea Bocelli]

Andata e ritorno (que, em português significa “ida e volta”) é um livro que contém duas histórias paralelas e, ao mesmo tempo, transversais: no presente, conhecemos Stella e suas aventuras, narradas em primeira pessoa; no passado, temos Gildo e sua dura vida, narrados em terceira pessoa.

A verdade é que Stella é uma jovem que decide embarcar rumo à Itália para tentar descobrir mais sobre seu avô — Gildo — e, ao mesmo tempo, reconectar-se consigo. Então, enquanto ela narra sua própria história, ela também conta sobre a infância, a adolescência e a vida adulta de seu avô.

Como tantas famílias ítalo-brasileiras, a de Stella é marcada por imigrações, batalhas e recomeços.

“É incrível como deixamos de prestar atenção em nós mesmos quando vivemos cercados de outras pessoas”

O que a jovem não imaginava era que a sua própria história poderia se assemelhar tanto à de seu avô: ao longo de sua viagem, Stella conhece Guido, que transforma sua vida e faz com que ela precise fazer escolhas que não estavam em seus planos.

“Naquelas cartas talvez encontrasse a resposta para meus questionamentos constantes”

Com a história de Gildo, mergulhamos em uma Verona antiga, que viveu a guerra. Conhecemos uma família grande, cheia de amor e que, unida, passa por diversas provações.

“Por algum motivo, a ideia de que sua família estava sofrendo com sua suposta morte o machucava muito mais do que as dores que sentia ou as feridas que ainda não haviam cicatrizado por completo”

A história de Stella, por sua vez, nos fala sobre a solidão de estar em um país estrangeiro, a saudade, os fantasmas do passado.

As narrativas, como eu disse, não são apenas paralelas, mas transversais, e é gostoso perceber como, apesar do anos e das diferenças, Stella não nega o sangue que tem.

Andata e ritorno é uma publicação independente, baseada em fatos reais, que vai te transportar em inúmeras viagens. 

A diagramação da obra é confortável, com impressão em papel pólen e belos detalhes que minuciosamente adornam as páginas.

Se esta história te interessa, adquira seu ebook abaixo ou veja a possibilidade de também adquirir um exemplar impresso entrando em contato com a autora. Aliás, aproveite e já acompanhe o trabalho dela em suas redes sociais (Site | Instagram).