Il Festival di Sanremo

Antes de começar esse post, gostaria de explicar que ele talvez seja um pouco diferente do que eu costumo trazer para a rubrica Ensino de Italiano, sem fugir, no entanto, ao propósito do nome. 

A questão é que antes eu escrevia mais para os alunos e esse post talvez venha a servir mais para professores, mas essa é mais uma tentativa de não deixar essa seção às traças novamente. Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa.

Como sou uma pessoa que acredita que músicas são excelentes ferramentas para o ensino e o aprendizado de uma língua estrangeira, já estava mais do que na hora de escrever sobre Sanremo, não é mesmo? Ainda mais porque falta bem pouco para a edição deste ano. Mas vamos por partes!

O que é o Festival de Sanremo?

O Festival de Sanremo é o Festival da Música Italiana e é considerado um dos mais importantes e longevos festivais musicais do mundo.

Realizado na cidade italiana de mesmo nome, a primeira edição de Sanremo aconteceu em 1951 e a estatueta do Leão de Sanremo é o reconhecimento mais prestigioso para os músicos e intérpretes de música pop italiana. Desde 1977 o evento acontece no Teatro Ariston.

Para participar da competição, é preciso que a música seja escrita em língua italiana ou em alguma das línguas regionais italianas (os dialetos), por um italiano, e elas precisam ser inéditas. 

Além disso, desde 1956 (com algumas exceções), o vencedor de Sanremo é automaticamente selecionado (podendo, contudo, abdicar desse posto) para representar a Itália no Eurovision, competição musical que abrange toda a Europa e que, por isso, tem ainda mais visibilidade.

Por que ele é importante para o ensino de italiano?

Música e Itália têm tudo a ver. Basta pensar, por exemplo, que grande parte do vocabulário musical teórico utiliza palavras em italiano.

Para além disso, o Festival de Sanremo faz parte da história italiana e é marcado por muitos acontecimentos diretamente ligados a ela (como as mudanças ocorridas durante o período fascista).

Mas o festival não nos ajuda a olhar somente para trás: sendo possível acompanhar as notícias relacionadas a ele e, claro, ter sempre acesso aos vencedores (mas não só), ele se torna um norte para nos ajudar a conhecer novas músicas e artistas italianos.

Como transformá-lo em uma ferramenta didática?

As possibilidades de usar o Festival de Sanremo em sala de aula são inúmeras. Eu mesma, já usei algumas vezes e vou tentar compartilhar aqui duas dessas experiências, procurando trazer, com elas, outras sugestões também. 

A primeira foi o básico do básico: um vídeo contando a história do Festival, com muitos detalhes interessantes e muito pano para manga. 

Depois de assistir ao vídeo, um pouco de conversação sobre ele, e também sobre os conhecimentos prévios do aluno em relação ao assunto, sempre buscando aproximar o assunto à realidade do estudante, perguntando, por exemplo, se ele conhece outros festivais do tipo (lembrando que Sanremo, apesar de ser um Festival, tem um formato diferente do que hoje, no Brasil, chamamos de Festival, e que isso é um ponto bem interessante para se discutir).

Apesar de ser algo bem simples, o bacana dessa atividade é que ela pode ser adaptada a diferentes níveis: o vídeo não é dos mais difíceis, então é possível fazer diferentes atividades a partir dele, desde uma compreensão mais básica, até uma conversação mais avançada.

A segunda atividade que fiz envolve escolher algumas músicas (quando realizei essa atividade, por exemplo, peguei as vencedoras dos três últimos anos, mas o critério de escolha vai de acordo com o que você irá trabalhar em seguida) e fazer com que os alunos escutem a seleção e que, a partir dessa escuta, criem o ranking deles.

Com isso, é possível, também, dar início a diferentes discussões bem interessantes (por que você gostou mais dessa que daquela canção? Por que você acha que tal canção foi vencedora?). Sem contar que os próprios textos das músicas podem dar muito o que trabalhar, né?

A primeira vez que fiz essa atividade, também aproveitei para mostrar como, de um ano para outro, os estilos vencedores foram bem diferentes. O meu intuito, além de tudo, era mostrar que a música italiana não é só e necessariamente aquela música de amor que muitos brasileiros estão acostumados. Os vencedores em questão eram os de 2019 — Soldi (Mahmood), 2020 — Fai rumore (Diodato) e 2021 — Zitti e Buoni (Måneskin).

Certamente existem milhares de outras formas extremamente criativas de se usar o Festival de Sanremo em sala de aula e se você quiser compartilhar alguma aqui nos comentários eu vou adorar saber!

Para concluir, gostaria de destacar que a edição deste ano (a 73º!) acontecerá entre os dias 07 e 11 de fevereiro e trabalhar o tema nesse período pode ser bem interessante, inclusive fazendo os alunos acompanharem ao vivo as transmissões. E, claro, fazendo as apostas deles com quem será campeão!

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Il passato prossimo

Chegou a hora de fazer AQUELE post que eu achei que já tivesse feito (aliás, que vergonha, este ano, até agora, fiz apenas UM post sobre ensino de italiano aqui). Sim, senhoras e senhores, é hora de falarmos sobre o passato prossimo (ou o nosso pretérito perfeito).

E por que toda essa introdução? 

Porque este tempo verbal italiano tem algumas especificidades que, para nós, brasileiros, o torna um pouco complicado. Mas vou tentar mostrar aqui como não tem segredo (só estudo mesmo).

A primeira coisa que devemos saber é: o passato prossimo é SEMPRE formado pois dois verbos. Então o que você fala usando apenas um verbo em português (vi) em italiano você vai falar usando dois verbos (ho visto).

E que verbos são esses? 

Muito simples: um auxiliar e o verbo principal.

O auxiliar será sempre essere ou avere (se você não lembra dele ou não os conhece, volte neste post) conjugados no presente do indicativo e o verbo principal é o que vai indicar realmente a ação que você quer usar.

Se o tal verbo principal for regular, maravilha! Você simplesmente irá trocar a terminação de acordo com a seguinte regra:

Verbos em -ARE vão virar -ATO (parlare = parlato)

Verbos em -ERE vão virar -UTO (cadere = caduto)

Verbos em –IRE vão virar -ITO (dormire = dormito)

Se fosse só isso seria fácil, né? Mas temos dois poréns aqui:

1. Existem verbos que são irregulares, principalmente os verbos em -ERE.

2. Se o auxiliar for essere, temos de fazer a concordância do particípio passado (isto é, das terminações que mostrei ali em cima) em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Isso significa que o -O final pode ainda virar -A (singular feminino), -I (plural masculino) ou -E (plural feminino).

Se quiser praticar um pouco das terminações do particípio passado, clique aqui. E se quiser conhecer o particípio passado de alguns verbos irregulares, clique aqui.

A grande questão é: como eu sei que auxiliar usar? Isto é, quando uso essere e quando uso avere? Sim, porque você não pode usar qualquer um deles a qualquer momento!

Bom, vamos lá, na maioria dos casos você vai usar avere como auxiliar (o que é ótimo, né, porque aí não tem que fazer a concordância!). 

A regrinha é que usamos avere com verbos transitivos, ou seja, aqueles que, se usados sozinhos, serão seguidos da pergunta “o quê”/quem, indicando que eles precisam de um complemento. 

Para ser sincera, porém, essa regrinha ajuda muito, mas ela não é totalmente satisfatória. Acho que o que facilita um pouco mais é conhecer “la casa di essere“: todos os verbos da imagem abaixo serão precedidos de auxiliar essere. Isso inclui TODOS os verbos reflexivos, representados na imagem por lavarsi. E, claro, se o verbo que você quer usar não está na imagem abaixo, então é muito provável que o auxiliar dele seja avere.

Imagem retirada de: https://italiabenetti.blogspot.com/2021/01/la-casa-di-essere-verbi-con-ausiliare.html. Acesso: 03 de agosto de 2022.

Que praticar um pouco a escolha do auxiliar? Então vem aqui.

Para conjugar verbos no passato prossimo, em italiano, portanto, precisamos:

  • De dois verbos;
  • Que o primeiro desses verbos seja o auxiliar (essere o avere) conjugado no presente do indicativo;
  • Que o segundo seja o particípio passado do verbo principal (isto é, o verbo principal com aquelas terminaçõezinhas que vimos anteriormente).

O passato prossimo não é o único passado que existe no italiano (assim como o pretérito perfeito não é o único do português), mas ele é, dentre os mais usado, o que traz maiores dificuldades, por ser composto.

Veja, na imagem abaixo, alguns exemplos de conjugação:

Ficou um pouco mais claro agora? Então vamos concluir com um pouco de prática: basta clicar nos títulos abaixo e você irá acessar jogos para treinar as conjugações e usos do passato prossimo):

Ficou alguma dúvida? É só comentar aqui que terei o maior prazer em ajudar!

Le regioni italiane

Você é do tipo de pessoa que quando resolve aprender um novo idioma se preocupa somente em compreender a língua e suas estruturas?

Que elas são essenciais, não há dúvidas. Entender como determinado idioma funciona e como você pode manipulá-lo adequadamente é muito importante para uma boa comunicação. Mas não acho que o aprendizado deva se limitar a isso.

Toda língua carrega consigo uma cultura e uma história e aprender sobre elas também faz parte do processo. Sem contar a quantidade de vocabulário que esses temas têm a acrescentar, não é mesmo?

Por isso, depois de muito pensar no que trazer de conteúdo de italiano esse mês, resolvi falar um pouco mais sobre a Itália em si, começando por uma coisa que deveria ser elementar, mas que nem sempre sabemos muito bem:

Como é dividido o território italiano?

Para começo de conversa, precisamos entender que a divisão político-geográfica da Itália é um pouco diferente da nossa, mas não muito. No Brasil nós temos as regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), divididas em Estados que, por sua vez, são divididos em municípios.

Na Itália também existem regiões (regioni), mas em número bem maior: ao todo, são vinte. As regiões, por sua vez, são divididas em províncias (province) e em cidades (comuni).

Tanto no Brasil quanto na Itália, as regiões agrupam espaços com características (culturais, históricas, monetárias, naturais…) semelhantes, mas as regiões italianas podem ser equiparadas — politicamente falando — aos nossos Estados, uma vez que cada uma delas possui o seu estatuto (que, claro, deve respeitar a constituição nacional). Quem comanda uma região recebe o título de presidente della giunta regionale.

Além disso, a Itália possui cinco regiões de estatuto especial — regioni a statuto speciale — que possuem uma autonomia a mais — sobre suas características históricas e culturais — em relação às demais.

Le province, por sua vez, são um ente intermediário entre as regiões e as cidades, porém, é difícil estabelecer um paralelo com a divisão brasileira. Uma província é a união de algumas cidades limítrofes, incluindo entre elas a “capital” (já falo sobre elas) daquela região. As províncias possuem um chefe, que é o sindaco della Provincia (uma espécie de prefeito da província).

Por fim, chegamos aos comuni, que seriam os nossos municípios. Cada comune tem o seu sindaco (prefeito).

I capoluoghi

Como mencionei acima, cada região possui uma capital, que nada mais é do que a sua cidade principal (maior, mais rica, centro mais importante…). A palavra usada nesses casos é capoluogo (singular) ou capoluoghi (plural). Se temos 20 regiões, temos também 20 capoluoghi.

Um capoluogo funciona mais ou menos como as capitais dos nossos Estados e, uma vez mais, é por isso que costumo enxergar as regiões italianas mais próximas deles que das nossas regiões propriamente ditas.

Mas afinal, quais são as regiões italianas?

Chegou o momento de conhecer o nome de cada uma das regiões italianas, bem como seus respectivos capoluoghi. As regiões com asterisco são as de estatuto especial, que mencionei anteriormente:

Italia Settentrionale (Nord)

  • * Valle d’Aosta – Aosta
  • Piemonte – Torino
  • Liguria – Genova
  • Lombardia – Milano
  • Emilia Romagna – Bologna
  • Veneto – Venezia
  • * Trentino-Alto Adige – Trento
  • * Friuli-Venezia Giulia – Trieste

Italia Centrale

  • Toscana – Firenze
  • Marche – Ancona
  • Lazio – Roma
  • Umbria – Perugia

Italia Meridionale (Sud)

  • Abruzzo – L’Aquila
  • Molise – Campobasso
  • Puglia – Bari
  • Campania – Napoli
  • Basilicata – Potenza
  • Calabria – Catanzaro

Italia Insulare (isole)

  • * Sicilia – Palermo
  • * Sardegna – Cagliari

Por que saber tudo isso?

Existem muitos motivos pelos quais essas informações todas podem ser interessantes para você que tem curiosidade ou estuda a língua italiana.

Em primeiro lugar, saber quais são as regiões e qual é a cidade principal de cada uma delas pode te ajudar a organizar a sua viagem, caso o seu interesse seja meramente turístico.

Para além do interesse turístico, porém, ter um mínimo conhecimento geográfico pode te ajudar a evitar uma brutta figura (ou seja, evitar passar vergonha). E se você tem (ou pensa em tirar) cidadania italiana, então, nem se fala! (Ok, eu sei que tem muito brasileiro que não sabe os nomes e capitais de todos os Estados daqui, mas na Itália eles pegam um pouco mais no pé com relação a isso).

Mas conhecer a divisão político-geográfica de um país também pode ser útil para quem pensa em morar por lá. Cada ente (regione, provincia, comune) possui as suas obrigações e oferece os seus serviços, então isso ajuda a saber em que tipo de lugar você tem de ir para fazer cada um dos documentos que precisará (sim, burocracia existe em todo lugar).

Agora me conta aqui: o que você aprendeu com esse post?

Como ler em outros idiomas?

Para muitas pessoas está chegando o período de férias, ou ao menos um recesso de final de ano. Tempo propício para descansar e se dedicar ao lazer que tantas vezes deixamos de lado ao longo do ano.

Tem gente que aproveita esse período para ler um pouco mais e também tem gente que busca não apenas ler, mas praticar algum idioma que esteja aprendendo, arriscando-se em obras naquela língua.

Ler em outros idioma, porém, não é uma tarefa fácil. E vou te dizer uma coisa: no italiano, por exemplo, temos uma barreira extra, que é o fato de existir um tempo verbal usado majoritariamente na escrita — o passato remoto — e pouco usado no cotidiano, ou seja, também pouco estudado (principalmente em cursos que visam a comunicação).

Aliás, esse foi um dos fatores que me impulsionou a escrever este post. Isso porque uma das dicas que podemos encontrar (ou imaginar) para começar a ler em outro idioma é pegar um livro infantil. Porém, não necessariamente eles serão mais fáceis. Em italiano, dificilmente serão. Por onde começar, então?

Busque por aquilo que você gosta

Muitas pessoas aconselham a começar por um livro que você já tenha lido em sua língua materna, o que pode realmente ser uma boa forma, porque assim você já tem uma ideia da história. Mas como eu não sou uma pessoa que gosta muito de reler histórias, sugiro, então, que você busque pelas temáticas e gêneros que gosta. Não adianta você só ler romances em sua língua materna e procurar um thriller para ler no idioma estrangeiro, é preciso seguir na sua área de interesse.

Vá sem medo

Essa dica serve, na verdade, para dois pontos: não tenha medo de começar e não tenha medo de buscar algo mais fácil. Mas vamos por partes!

O passo mais difícil a ser dado é sempre o primeiro: aceitar que você é capaz de ler em outro idioma e começar a fazer isso. Pode ser um processo mais lento, um pouco mais difícil, mas você consegue, basta dar o primeiro passo.

Porém, é preciso lembrar que não é porque você se sente pronto para ler que pode já sair pegando absolutamente qualquer coisa. Não é vergonha alguma começar por histórias mais simples ou mesmo por obras facilitadas. Isso evitará a sua decepção e te motivará a sempre ir além. Aliás, esta dica também acrescenta mais um ponto ao item anterior: às vezes, a história que você gostaria de reler é muito complexa e, por mais que você a conheça, pode acabar tendo muitas dificuldades no idioma estrangeiro.

E claro: você sempre pode pedir indicações! Talvez você conheça alguém que também estude ou saiba aquele idioma e que já leu algo que possa te interessar. Perguntar não custa, não é mesmo?

Não queira entender tudo

Calma, não estou dizendo que você não precisa entender a história, mas apenas que você não precisa conhecer absolutamente todas as palavras dela. Imagine que ruim seria ficar interrompendo a leitura a todo momento para entender palavra por palavra? Ficaria tudo extremamente fragmentado e sem sentido.

Por isso, não tente traduzir tudo ao pé da letra. Leia a frase até o final e se realmente houver uma palavra chave que você não conhece, busque pelo seu significado. Se a dúvida for em uma construção, converse com alguém que saiba a língua e que possa te ajudar.

Lembrando que não é vergonha alguma pedir ajudar, seja para um dicionário, seja para um conhecido. Pelo contrário, é assim que você irá aprender e progredir cada vez mais.

Comece em um momento tranquilo

Como eu já mencionei, o primeiro passo é sempre o mais difícil. Na(s) primeira(s) página(s) você pode se assustar um pouco e pensar “eu não consigo, não entendo nada”. Sim, o primeiro contato pode ser um pouco assustador e, por isso, o ideal é começar em um momento tranquilo e em um ambiente igualmente tranquilo.

Com calma, você poderá ler e reler uma frase, se familiarizar com o ritmo do texto, com as construções. Superando as primeiras páginas, as coisas vão começar a ficar mais fáceis e você poderá encarar com mais naturalidade.

Não desista

Essa é a regra de ouro. Da vida, no caso. Mas com livros em outros idiomas também.

Veja bem, contudo: não estou falando que se você pegar um livro que não está aproveitando, deve ir até o final. Mas não desista totalmente dos seus planos, apenas procure outra obra que possa ser mais interessante.

E também não vale parar na primeira, hein? Acabou um livro em outra língua? Já planeje a próxima leitura. Tenha sempre essa possibilidade no seu horizonte.

Agora me conta aqui: você lê em outros idiomas? Quais? Que dicas daria para quem quer se arriscar também?

I falsi amici — italiano / portoghese

Há quem ache as línguas portuguesa e italiana parecidas. Realmente, há muitos aspectos similares entre elas, assim como também há muitas diferenças e precisamos estar atentos a isso! Assim sendo, hoje resolvi falar um pouco sobre os falsos amigos (ou falsos cognatos), isto é, aquelas palavras que podem ser parecidas entre uma língua e outra, mas que têm significados bem diferentes!

Cozinha

Resolvi começar a apresentação das palavras com termos relacionados à culinária (sim, estou tentando conquistar você pela barriga), afinal, nada mais triste do que encontrar uma receita maravilhosa e ela sair péssima pelo simples fato de você ter entendido errado alguma coisa, não é mesmo?

Algumas palavras são fáceis, mesmo que você nunca tenha estudado italiano. Por exemplo, você provavelmente já sabe que pasta (italiano) é macarrão (português), certo? E geralmente quem gosta de beber também já costuma saber que birra (italiano) é a nossa cerveja (português). Ah, sim, aquilo que nós chamamos de pasta por aqui, em italiano pode ser cartella o valigetta, e quando alguém faz birra, podemos dizer, em italiano, capriccio, scenata.

Agora não estranhe se em alguma receita estiver pedindo para você passar ou adicionar burro (italiano)! Isso nada mais é do que manteiga (português). Se você quiser chamar alguém de burro (português), terá de usar a palavra asino (italiano). E muita atenção aqui: manteca (italiano) não é manteiga, mas pomada!

No frio você gosta de tomar um bom caldo? Então se estiver na Itália, procure no cardápio por um brodo. Mas saiba que a palavra caldo também existe em italiano, mas significa calor. E se quiser fazer uma refeição com milho? Então procure por mais (italiano). Mas se precisar colocar mais algo no prato, use a palavra più.

Lugares

Pensando em lugares aos quais podemos ir, o primeiro falso amigo que me vem em mente é o clássico palestra (italiano). Acredita que isso significa academia (português)? Agora se você realmente estiver indo assistir uma palestra, então precisa usar a palavra conferenza.

Mas o mais chocante/engraçado dos falsos amigos é esse trio aqui: asilo (italiano) é a escola infantil (escola para criancinhas). Já o nosso asilo (lar de idosos), em italiano é ospizio. E hospício? Em italiano usa-se a palavra manicomio.

Ah, se você precisar resolver alguma questão financeira, na Itália, deve procurar uma banca. Se quiser comprar jornal, vá à edicola (italiano). E se você ouviu falar de alguém que estava em galera (italiano) não se engane: a pessoa estava na prisão! Se ela apenas estivesse acompanhada, estaria em gruppo ou com a banda (turma).

Verbos

Aqui a lista pode ser extensa, viu? Mas vou tentar destacar aqueles mais usados e que, por sua vez, podem confundir mais. Começando pelo clássico salire (italiano) que significa subir. Se você precisar dizer sair, use uscire. O mesmo vale para salita (subida) e uscita (saída).

Se alguém te pedir para aspettare, ela quer que você espere. Se fosse para espetar, seria pizzicare. Da mesma forma, guardare (italiano) é olhar. Para guardar algo você precisa usar tenere, conservare, custodire. E se te pedirem para cercare algo, querem que você procure algo. Procurare (italiano), por sua vez, significa providenciar.

Contrattare (italiano) significa negociar, enquanto assumere é o nosso contratar alguém. E por favor, procure não derubare (roubar) ninguém e nem rovesciare (derrubar) algo!

Família

Uma categoria mais rápida, mas ainda assim com alguns falsos amigos que valem a menção.

Por exemplo, a palavra primo existe em italiano, mas significa primeiro. Se quisermos falar do parente, precisamos dizer cugino. Por outro lado, para falarmos de um genro (português), temos a palavra genero. Já o gênero de algo, em italiano, se diz genere.

Uma palavra para tomar cuidado é coppia. Assim, com dois “p”, significa casal. Para falar da xerox (cópia), podemos usar copia ou, para evitar confusões, fotocopia.

Corpo humano

Aqui, só duas palavrinhas para prestarmos atenção: baffo (italiano) que é bigode, e não um mau hálito. Este, por sua vez, seria alito che puzza. E também tem a testa (italiano) que é toda a nossa cabeça, enquanto se quisermos falar testa (português), temos de dizer fronte (italiano).

Outros

Por fim, há algumas palavras que eu não poderia deixar de fora, mas que não fazem parte de nenhuma categoria trazida até agora. Por exemplo motorista, que em italiano é autista. Já autista (português) é autistico. E não se engane: feriale é dia útil. O feriado (português) é giorno festivo.

Depois, temos também algumas palavrinhas que são quase pegadinhas, como abbastanza, que significa suficiente (bastante seria parecchio); appena, que é logo depois, enquanto apenas (português) é soltanto; e allora, que é um então (agora, em italiano, é adesso).

Para concluir, uma palavra que requer muita atenção de nossa parte: mai. Mai significa NUNCA. Se você quiser dizer mais, como já mencionado por aqui, use più.

E assim eu encerro esse post recheado de falsos amigos entre o português e o italiano. Com certeza tem muito mais, mas acho que o post já estava longuinho o suficiente. Se você conhece algum, não deixe de me contar nos comentários! E também me diga o que achou desse post, será um prazer ter a sua opinião por aqui.

Aula particular ou em grupo: o que é melhor?

Se existe uma resposta correta para a pergunta acima é: depende. Mas, antes que você vá embora, deixe-me tentar explicar!

Dedicar-se ao aprendizado de um novo idioma é algo muito importante, principalmente neste mundo cada vez mais globalizado em que vivemos. Mas precisamos levar em consideração alguns pontos, para tornar esse momento ainda mais prazeroso e eficaz e foi por isso que resolvi escrever este post que, espero eu, pode ser útil para você que está querendo começar esta jornada.

Como eu disse, não existe uma resposta certa para a pergunta “o que é melhor: fazer aula em grupo ou aula particular?”, mas existem alguns aspectos — que tratarei abaixo — que você pode levar em consideração no momento da escolha, e que determinarão o que é melhor para você.

Objetivos

Em primeiro lugar você precisa ter em mente porque quer aprender uma determinada língua.

Muitas pessoas dão início ao aprendizado de uma nova língua com um objetivo bem específico: uma prova, trabalho, intercâmbio. Dependendo do quão específico for o seu objetivo, o ideal é buscar aulas particulares, porque o professor terá maior liberdade para trabalhar aquilo que você precisa e, assim, você chegará mais rapidamente e com mais sucesso naquilo que deseja.

Por outro lado, se você quer aprender uma nova língua por curiosidade ou para poder, em algum momento, se comunicar (em sentido bem amplo mesmo) com ela, um curso em grupo pode ser a melhor opção, já que você terá mais momentos de trocas enriquecedoras.

Tempo

Outro fator muito importante na hora de escolher entre aulas particulares ou em grupo é a questão do tempo, que aqui pode ser dividido em dois tipos: o tempo que você quer levar para aprender de verdade a língua (isto é, chegar a um nível avançado no aprendizado) e o tempo que você tem, rotineiramente, para se dedicar aos estudos. Mas vamos com calma!

Acho que, em primeiro lugar, é preciso lembrar que você não vai sair do zero e chegar ao avançado em apenas seis meses. Principalmente se você não se dedicar muito a isso. Mas, com aulas particulares, você tem chances de aprender mais rapidamente do que nas aulas em grupo, porque toda a atenção do professor estará voltado para as suas dificuldades (e também facilidades). Por outro lado, também existem alguns cursos nos quais você pode aprender com relativa rapidez muita coisa, só realmente tome cuidado para não se enganar com propagandas que prometem “milagres”.

E aqui entramos no segundo ponto relativo ao tempo: quanto mais você se dedicar, mais rápido será o seu aprendizado, claro! E não apenas isso: quem realmente se dedica para além da sala de aula, obtém resultados melhores.

A diferença crucial entre aulas em grupo e particulares, porém, creio que esteja na flexibilidade: uma aula em grupo terá sempre um horário fixo e se você não puder cumpri-lo em algum momento, terá de arcar com o prejuízo. Já em aulas particulares há uma possibilidade maior de remanejamento. Claro que tudo dependerá não somente da sua agenda, mas também da agenda do professor e de qual é o acordo que vocês estabeleceram desde o início. Ainda assim, a chance do aluno “ficar no prejuízo” é menor, pois nenhum conteúdo ficará para trás.

Se o seu cotidiano é um pouco mais caótico, sem uma rotina muito organizada, sugiro que você opte por aulas particulares, para não pagar por aulas em grupo que dificilmente frequentará. Por outro lado, se você sabe bem como são seus horários, basta escolher um curso que se encaixe neles e provavelmente você não terá grandes problemas.

Metodologia

Este é um aspecto que depende um pouco mais de seu autoconhecimento, bem como demanda que você saiba compreender as propostas que te forem apresentadas.

Algumas pessoas aprendem melhor lendo; outras, escrevendo. Há quem precise ouvir muito para aprender e há quem precise falar ou repetir oralmente algo. A verdade é que cada ser humano é único e as formas de aprender são muito variadas. E se você já tem consciência de como estuda e aprende melhor, certamente terá mais facilidade para encontrar um curso ou um professor que atenda às suas exepctativas.

A boa notícia é que os diversos professores (e cursos) também têm se atentado a isso e buscado formas de facilitar o aprendizado, seja de seus alunos individuais, seja de seus grupos. O único ponto que requer atenção aqui, portanto, é quando você busca um curso (individual ou em grupo) em escolas, porque elas costumam ter uma metodologia que o professor precisa seguir e que nem sempre é a melhor para você.

Por isso, informe-se bastante! Pergunte como funcionam as aulas, que materiais você terá à disposição (há metodologias nas quais, por exemplo, o aluno não pode escrever nada durante a aula, então se você é uma pessoa que sente necessidade de escrever, esta não é a melhor opção!), o quanto você e o professor têm de liberdade para construir esse caminho.

Investimento

Um fator que pode ser decisivo na sua escolha é o quanto você pode investir nos seus estudos. Ainda assim, com a variedade que encontramos hoje em dia, é possível apenas unir esse fator aos demais e realizar-se na sua escolha.

Em geral — mas não sempre — aulas em grupo tendem a ser mais baratas que aulas individuais. A lógica é simples: em um grupo temos mais pessoas para pagar por aquilo que, numa aula particular, você teria de pagar sozinho.

Mas, como eu disse, pode acontecer de você encontrar um professor particular que cobre pouco, ou então um curso que seja caríssimo. E é por isso que esse fator deve ser analisado com os outros e não individualmente. Até porque, existe o famoso barato que sai caro…

Conforto

Fiquei em dúvida se deveria colocar este item logo no início ou trazê-lo aqui por último porque, no final das contas, ele pode ser determinante. Ao escolher entre aulas particulares ou em grupo, é crucial que você pense no seu conforto: há pessoas que não se sentem tão ao vontade estando sozinhas com o professor, enquanto há outras que acabam ficando muito mais “travadas” quando há outras pessoas na turma.

Talvez, para saber o que é melhor para você com relação a este aspecto, o ideal seja experimentar. Provavelmente você já tem mais intimidade com aulas em grupo (afinal, nossa formação toda é basicamente em grupo, convenhamos), então busque experimentar também aulas particulares. Muitos professores oferecem uma aula experimental gratuita ou por um preço menor e esta é uma boa forma de te ajudar a escolher antes de iniciar esta jornada.


Acho que eu consegui explicar porque a pergunta título deste post não tem uma resposta certa, né? E se você ainda tem alguma dúvida, deixe de nos comentários, quem sabe eu ainda possa te ajudar (é bem provável que eu tenha esquecido de algo enquanto escrevia esse post).

Aproveito para lembrar que eu dou aulas de italiano! Se você tem interesse em aprender esse idioma maravilhoso e, depois desse post, percebeu que prefere aulas particulares, é só entrar em contato comigo. Mas se você percebeu que prefere aulas em grupo… Trago boas notícias!

Ainda em 2021 você pode iniciar seus estudos de italiano, em grupo, online (ou seja, você pode fazer aula de onde quiser!). As aulas acontecem no períodos noturno (das 18:20 às 19:50 ou das 20:00 às 21:30), duas vezes por semana (segundas e quartas ou terças e quintas) e contam com muita interação, diversão e, claro, aprendizado. Você consegue fazer um módulo inteiro em apenas dois meses, ou seja, se você não sabe nada de italiano, até o final do ano você já vai conseguir se comunicar um pouquinho na língua!

Se você se interessou, preste atenção: as inscrições vão até o final desta semana e as aulas já começam semana que vem (dias 4 e 5 de outubro). O valor do curso é de R$360 para os dois meses de aula, com material incluído. Há vagas para todos os níveis da língua (não somente para iniciantes), conforme os horários disponíveis nos formulários de inscrição que deixo abaixo:

E se você chegou aqui depois do dia 05 de outubro de 2021, não tem problema: dá uma passadinha na página Aprenda Italiano aqui do Blog. Ou, novamente, entre em contato comigo que será um prazer te ajudar a começar ou retomar os estudos dessa língua!

Il verbo esserci

Verbo de novo por aqui? Sim! Afinal, até na Bíblia está escrito “no princípio era o verbo”. Sem eles, o que seria de nós?

Mas ao contrário do que fiz nos últimos posts, em que apresentei a conjugação verbal regular no presente do indicativo e depois falei sobre os verbos reflexivos, hoje quero trazer um único verbo, mas que é bem diferente do que eu já expliquei e, muitas vezes, causa um pouco de confusão: o verbo esserci.

Olhando para ele você talvez se lembre do verbo essere. Realmente, a escrita de ambos é bem parecida. Por outro lado, quando aprendemos o significado, passamos a confundi-lo com o avere. Complexo, né?

A boa notícia é que esse verbo esquisito só é conjugado de duas formas (no presente):

  • C’è (singular)
  • Ci sono (plural)

Daqui a pouco nós vamos entender porque só existem essas formas e porque elas não se referem aos pronomes pessoais (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles), mas a singular e plural. Mas antes, vamos ver duas frases, em português que são bem parecidas, mas que conseguimos entender a diferença de significado:

  • Eu tenho amigos incríveis.
  • Na Itália tem cidades incríveis.

Essas duas frases foram escritas usando o verbo ter, mas eu poderia tê-las escrito da seguinte forma, mantendo o sentido:

  • Eu possuo amigos incríveis.
  • Na Itália existem cidades incríveis.

Agora vamos ver como seriam essas frases em italiano:

  • Ho amici incredibili.
  • In Italia ci sono città incredibili.

Percebe que, na primeira frase, que em português eu usei “ter” ou “possuir”, no italiano eu usei o verbo “avere”, enquanto na segunda frase, que eu português foi construída com “ter” ou “existir”, eu usei o verbo “esserci”?

Este verbo, portanto, serve para indicar “existência” e está relacionado ao objeto da frase, não a um sujeito, Por isso o conjugamos pensando apenas em singular e plural e não em “io”, “tu”, “lei”, lui” etc.

  • C’è ancora tempo (ainda tem tempo)
  • In quello ristorante non c’è mai nessuno (naquele restaurante nunca tem ninguém)
  • A São Paulo c’è un bellissimo museo della lingua portoghese (em São Paulo existe um belíssimo museu da língua portuguesa)
  • Ci sono nuvole nel cielo (tem nuvens no céu)
  • Ci sono regali e regali (existem presentes e presentes)
  • In biblioteca ci sono dei computer destinati agli utenti (na biblioteca existem computadores destinados aos usuários)

Para quem sabe inglês, o esserci talvez seja um pouco mais fácil de entender. Ele corresponde ao there is e there are.

Quer praticar um pouco? Então dessa vez vamos fazer isso com atividades que são quase jogos. Assim você já descobre na hora se acertou ou não. E se ainda ficar alguma dúvida, lemmbre-se que pode entrar em contato comigo!

  1. Primeiro tente completar as frases com esserci ou avere: https://wordwall.net/it/resource/18525389/esserci-o-avere
  2. Agora tente completar com esserci ou essere: https://wordwall.net/it/resource/3421558/olasz/essere-vs-esserci
  3. Por fim, escolha entre essere, esserci ou avere: https://learningapps.org/4000015

I verbi riflessivi

Mês passado eu falei sobre os verbos italianos regulares e apresentei a conjugação deles no tempo presente do indicativo. Se você perdeu, não deixe de conferir aqui. Aproveitando o tema, hoje quero falar sobre uma “categoria especial” de verbos: os verbos reflexivos.

O que é um verbo reflexivo?

Verbos reflexivos são aqueles que indicam que o sujeito da frase é quem realiza e “sofre” a ação ali expressa. Em termos um pouco mais técnicos, o sujeito e o complemento do verbo são os mesmos.

Muitos verbos “normais” possuem a sua forma reflexiva e, por vezes, ela acaba dando a ele uma nova nuance de significado. Por exemplo, em italiano, temos o verbo alzare (levantar) e o verbo alzarsi (levantar-se). Enquanto com o primeiro você pode levantar qualquer coisa de qualquer lugar, com o segundo você pode apenar levantar a si mesmo(a), sendo geralmente usado para dizer que você levantou da cama.

Existem, ainda, os verbos reflexivos recíprocos, em que a ação não é feita necessariamente em você mesmo, mas duas pessoas fazendo a mesma ação uma para a outra, como no caso de abbracciarsi (abraçar-se, que não necessariamente significa abraçar a si mesmo, mas sim uma pessoa abraçar outra reciprocamente).

Como conjugar um verbo reflexivo?

Apesar de, inicialmente, assustar, esse -si no final do verbo não atrapalha muito as nossas vidas. Ele nada mais é do que pronome reflexivo e, pensando no tempo presente do indicativo, a gente simplesmente joga ele lá para a frente do verbo e, depois, conjuga como explicado anteriormente. Confuso? Nem tanto!

Se eu quero dizer que acordo cedo todos os dias, em italiano, posso usar um verbo reflexivo, que seria o svegliarsi. Assim, a frase ficaria: mi sveglio presto tutti i giorni. Você reparou que antes do verbo conjugado (sveglio) tem uma palavrinha? Essa palavrinha é o tal pronome reflexivo.

Mas atenção: o pronome reflexivo (assim como a própria conjugação do verbo) muda de acordo com o sujeito! Vejamos, então, quais são esses pronomes reflexivos para, em seguida, entender a conjugação completa:

iomi
tuti
lei/luisi
noici
voivi
lorosi

Isso significa que a conjugação do verbo apresentado acima (svegliarsi) seria da seguinte forma:

iomisveglio
tutisvegli
lei/luisisveglia
noicisvegliamo
voivisvegliate
lorosisvegliano

O que aconteceu aqui? Eu tinha um verbo que era svegliarsi. Esse -si virou o pronome que, no tempo presente do indicativo, vai sempre antes do verbo. Assim, fiquei apenas com o verbo “normal” (que pode terminar em -are, -ere ou -ire), que neste caso era o svegliare, o qual conjuguei conforme explicado no último post.

Claro que, uma vez mais, é muito mais simples quando o verbo é regular, porque a conjugação dele funciona apenas seguindo a regrinha das terminações. Mas percebe que o pronome em nada atrapalha? Se você sabe quem é o sujeito, você sabe que pronome usar.

Algumas frases com verbos reflexivos

  • Luigi si allena un giorno sì, uno no (Luigi treina dia sim, dia não) — verbo usado: allenarsi.
  • Ci colleghiamo più tardi per risolvere questo problema (nos conectamos mais tarde para resolver esse problema) — verbo usado: collegarsi.
  • Vi divertite sempre così? (Vocês sempre se divertem assim?) — verbo usado: divertirsi.
  • Anna e Giovanna si conoscono da molti anni (Anna e Giovanna se conhecem há muitos anos) — verbo usado: conoscersi.

Agora é com você!

Destaque, no texto abaixo, os verbos reflexivos:

Laura ama leggere la sera prima di dormire. Legge a pancia in giù, con il libro in terra, fuori dal letto. Oppure mette il libro in fondo al letto e si stende con i piedi sul cuscino. Se la storia che legge è avventurosa, si agita, si avvolge nel lenzuolo, cambia continuamente posizione. Se la storia è emozionante resta immobile come una statua: si muovono solo gli occhi sulle parole. Quando ci sono storie paurose, si stringe al suo gattone di peluche, ma non si ferma. Anche tu fai così quando leggi?

Complete as frases, tentando conjugar os verbos. Não se esqueça dos pronomes:

1. Se non ________ (voi – prepararsi) subito, farete tardi.

2. Noi ________ (nascondersi) dietro quell’albero.

3. Spesso ________ (io – addormentarsi) verso mezzanotte.

4. La mamma appena arriva a casa ________ (mettersi) a fare le pulizie.

5. I bambini di oggi spesso ________ (annoiarsi) se non possono guardare la TV.

6. Giulia, quante volte ________ (lavarsi) i denti?

7. Matteo ________ (farsi) la barba tutte le settimane.

8. La mia amica ________ (chiamarsi) Laura.

9. Io ________ (stancarsi) delle cose molte velocemente.

10. Alberto ed io ________ (riposarsi) insieme dopo un giorno di lavoro.

Confira no arquivo abaixo se você fez corretamente os exercícios e, caso ainda tenha dúvidas, fique à vontade para me chamar.

Por fim, gostaria de lembrar que as inscrições para o curso Italiamo Tutti ainda estão abertas! O curso é online, com 3 horas de aula semanais (1h30, duas vezes por semana) e tem duração de dois meses. O valor do curso completo é R$360 (com material incluído).

Link de inscrição para níveis iniciais

Link de inscrição para níveis avançados

I verbi in italiano – presente indicativo

Aprender uma nova língua requer certa paciência. O início pode ser um pouco angustiante porque queremos saber tudo, mas obviamente não é possível aprender tudo de uma única vez.

Quando vemos que chegamos aos verbos, logo pensamos “nossa, agora vou conseguir me comunicar!”. Mas ainda não é bem assim, porque os verbos são muitos e em diversos tempos. Aprendemos o presente e continuamos sentindo falta ao menos do passado e do futuro para poder transmitir o básico.

É, minha gente, é preciso paciência, como eu disse ali no início. Mas, como tudo na vida, um passo de cada vez e chegamos lá, certo?

Hoje eu quero continuar a falar sobre os verbos em italiano e como conjugá-los no tempo presente do modo indicativo. Lembrando que, anteriormente, já trouxe aqui os verbos irregulares essere e avere.

Antes de mais nada, é preciso dizer que temos três terminações em italiano: os verbos em -are (primeira conjugação), em -ere (segunda conjugação) e em -ire (terceira conjugação). Sempre que pensamos nos verbos, pensamos nessas três conjugações e isso já facilita um pouco esse caminho.

Uma das coisas mais engraçadas, quando damos aula, é ver a cara de alívio dos alunos ao se deparar com um verbo regular. Sim, porque nesses casos, é muito simples “aplicar a regrinha”, ainda que seja preciso sabê-la. Mas e com os irregulares, que nem saber a regrinha adianta? Aí, realmente, o segredo é buscar sempre praticar e ter contato com a língua, não tem jeito, não tem fórmula mágica.

Mas, sem mais delongas, como se dá a conjugação dos verbos regulares italianos, no presente do indicativo?

Para os verbos da primeira conjugação (-are), devemos tirar essa terminação e substituir por:

io– o
tu– i
lei/lui– a
noi– iamo
voi– ate
loro– ano

Não entendeu muito bem como fazer isso? Então vamos pensar nos verbos cantare (cantar) e volare (voar):

iocantovolo
tucanti voli
lei/ lui canta vola
noi cantiamo voliamo
voi cantate volate
loro cantano volano

Percebeu que, nos dois casos, eu mantive a raiz (cant- e vol-) e fui só substituindo o final (o tal do -are), de acordo com as terminações mostradas na primeira tabela? A mesma coisa acontece com os verbos da segunda e terceira conjugação, mudando apenas algumas das terminações. Vejamos como é para os verbos da segunda conjugação:

io-o
tu-i
lei/lui-e
noi-iamo
voi-ete
loro-ono

Vamos conjugar os verbos leggere (ler) e scrivere (escrever) que, afinal, têm tudo a ver com Blog?

ioleggoscrivo
tu leggi scrivi
lei/lui legge scrive
noi leggiamo scriviamo
voi leggete scrivete
loro leggono scrivono

E, enfim, chegamos à terceira conjugação. Mas, no presente, ela tem uma pequena peculiaridade: temos dois tipos de terminação e alguns verbos regulares pertencem ao primeiro tipo e alguns ao segundo tipo. Não tem nada neles que indique isso logo de cara, mas, muitas vezes, sonoramente conseguimos perceber o que fica melhor. Comecemos, como nos casos anteriores, pelas terminações:

io-o / -isco
tu-i / -isci
lei/lui-e / -isce
noi-iamo
voi-ite
loro-ono / -iscono

Para entender esses usos, vejamos os verbos aprire (abrir) e o verbo finire (acabar):

ioaprofinisco
tu apri finisci
lei/lui apre finisce
noi apriamo finiamo
voi aprite finite
loro aprono finiscono

Percebeu a diferença?

Agora, vamos ler um pequeno texto em italiano e encontrar alguns verbos? Vou destacar apenas os regulares e o essere e avere e deixo a você a tarefa de perceber em que pessoa eles estão conjugados:

Al tornado non manca mai l’aria

I tornado non sono temibili solo per la loro violenza inaudita, ma anche perché è impossibile prevederne con precisione la nascita e la direzione. Tutto comincia dall’incontro di una massa d’aria fredda, proveniente dai Poli, con una massa d’aria calda di origine tropicale. La loro collisione genera un’enorme nuvola temporalesca. All’interno di essa si generano numerosi vortici, che girano come tante trottole. Talvolta questi vortici si uniscono in uno solo, di dimensioni gigantesche e a forma di imbuto. Nella sua parte più stretta il vortice si allunga, raddoppia la propria violenza e raggiunge il suolo. Polvere, tetti, camion… al suo passaggio il tornado travolge tutto! L’energia di un grosso tornado è superiore alla totalità dell’energia elettrica consumata in un anno nel mondo. Negli Stati Uniti se ne verificano circa 800 all’anno.

Depois de refletir sobre os verbos do texto acima, que tal tentar colocar os seus conhecimentos em prática? Deixo aqui algumas respostas à pergunta “perché studi l’italiano?” (por que você estuda italiano?) para que você conjugue corretamente os verbos que estão entre parênteses. Depois, confira as suas respostas no arquivo em anexo e conte comigo para qualquer dúvida!

1. Io (studiare) l’italiano perché è una lingua musicale e bella e perché io (amare) l’Italia per la sua storia e la sua cultura.

2. (studiare) l’italiano perché voglio studiare in Italia e diventare allenatore di calcio.

3. Io (lavorare) nel campo della moda, quindi parlare italiano è importante per il mio lavoro.

4. Ho scelto l’italiano perché mi piace la musica italiana. Io (sentire) sempre le canzone di Laura Pausini!

5. (amare) l’Italia per la sua musica, la sua cultura e la sua cucina.

6. Mia famiglia (essere) italiana e, per questo, ho deciso di imparare questa lingua così bella e importante per noi.

7. Io (avere) degli amici che (vivere) in Italia e voglio visitarli, per questo io (imparare) l’italiano.

Para conferir as respostas:


Sabe um pouco de italiano e quer aprender mais sobre a cultura? Então aproveite essa oportunidade: até domingo (27/06) você pode se inscrever na primeira turma do curso de férias do Italiamo Tutti. Serão 4 aulas de 1h30 cada, por apenas R$59,90 e com as seguintes temáticas:

  • In Italia si mangia solo pasta?
  • Cosa ascoltano gli italiani? [eu que vou dar essa aula!]
  • Dove si va il sabato sera?
  • La rinascita del cinema italiano

As aulas já começam na segunda-feira, dia 28/06 e você pode ter mais informações sobre o curso e se inscrever aqui.

Como fazer perguntas em italiano?

Fazer perguntas em italiano não é nenhum bicho de sete cabeças para nós, falantes de língua portuguesa, porque, neste caso, essas duas línguas comportam-se de maneira muito parecida e sem pegadinhas.

Para fazer uma pergunta em italiano podemos, por exemplo, apenas mudar a entonação de uma frase, como fazemos no português. Dizer “tudo bem” e “tudo bem?” são coisas diferentes que, na língua oral se distinguem pela entonação e, na escrita, pela interrogação. No italiano, podemos fazer a mesma coisa: “tutto bene” e “tutto bene?”.

Às vezes, também podemos acrescentar uma(s) palavrinha(s) ao final da frase, que irá transformá-la em uma pergunta. Por exemplo, em português, posso dizer: “você gosta de sorvete” ou “você gosta de sorvete, não é verdade?”. Em italiano, temos essa mesma possibilidade: “ti piace il gelato” ou “ti piace il gelato, non è vero?”.

Por fim, podemos fazer perguntas usando os pronomes interrogativos, como os do português: “quem?”, “como?”, “quando?”, “por quê?” e assim por diante.

I pronomi interrogativi in italiano

Em italiano, temos os seguintes pronomes interrogativos:

  • Chi? [quem?]
  • Dove? [onde?]
  • Come? [como?]
  • Che? [o quê?]
  • Quando? [quando?]
  • Perché? [por quê?]
  • Quanto? [quanto?]
  • Quale? [qual?]

Vejamos esses interrogativos em exemplos:

  • Con chi vai al mare? [Com quem você vai para a praia?]
  • Dove l’hai trovato? [Onde você o encontrou?]
  • Come si dice…? [Como se diz…?]
  • Che ne dici? [O que você acha?]
  • Quando torni a casa? [Quando você volta para casa?]
  • Perché non hai fatto i compiti? [Por que você não fez as tarefas?]
  • Quanti giorni hai di vacanza? [Quantos dias você tem de férias?]
  • Quali sono i risultati? [Quais são os resultados?]

É importante lembrar que se você for pedir informações ou perguntar qualquer coisa a uma pessoa desconhecida, na Itália, é sempre importante prezar pelo tratamento formal, que já expliquei neste post.

E agora, mãos à obra! Complete cada frase com o pronome interrogativo correto, dentre aqueles apresentados neste post (é possível haver mais de uma resposta correta):

  1. Di _____ stai parlando?
  2. _____ conosce questo posto?
  3. _____ devo pagare?
  4. _____ frutta preferisci?
  5. _____ il mio portafoglio?
  6. Non vieni con noi in montagna _____ ?
  7. _____ bicicletta mi consigli?
  8. _____ possiamo incontrarci?

Quer saber se acertou o exercício acima e ver a tradução das frases? Então aproveite as respostas no arquivo abaixo. E, se tiver dúvidas, é só comentar o post que será um prazer ajudar!