Desmistificando o mestrado [9] — Dados da pesquisa

Esse post é para você que ingressou no Mestrado — ou está quase para ingressar — e não sabe nem por onde começar a pesquisa. Mas esse post também é para você que nunca pensou em fazer um Mestrado por achar que é “areia demais” para o próprio caminhãozinho. Dar o primeiro passo pode ser assustador, mas não é impossível. Vem comigo?

Esse tal “primeiro passo” é a definição do tema. Se você está realmente para iniciar a sua pesquisa, esse tópico já deveria estar resolvido, não? Afinal, eu falei aqui sobre o projeto de pesquisa. E se você ainda está pensando se faz ou não faz um Mestrado, não deixe de ler o post que eu indiquei, os demais e, claro, esse.

O que você deve fazer em seguida é começar a ler muito sobre o assunto. Porque, veja bem, por mais original que a sua pesquisa seja, ela precisa se sustentar. E, para isso, você vai precisar da ajuda de pessoas mais experientes que você, que vão te ajudar a argumentar sobre as suas hipóteses e respostas encontradas.

Mas não leia tudo o que encontrar pela frente e pronto. Já vá separando aquilo que te chamar mais atenção, destaque trechos que podem ser úteis e, o melhor de tudo: reúna em um mesmo arquivo todas essas referências. Será o seu arquivo de consulta básica.

Este arquivo deve conter os trechos que você acha que pode vir a usar em sua pesquisa, completamente referenciados, porque na hora que você tiver perdido as contas de quantos textos já leu, não vai mais saber de onde tirou o quê. Um trecho completamente referenciado é aquele que indica de onde foi retirado (que livro ou texto), quem é o autor e em que página se encontra. O ideal é já colocar as demais informações que você precisará para fazer as referências segundo as normas da ABNT.

Se você já tiver costume de lidar com planilhas, fica ainda melhor organizar os trechos que você destacar. As colunas base dessa planilha são: assunto (para você já mais ou menos saber em que parte da pesquisa aquilo pode ser usado), trecho, como citar e referência bibliográfica completa (já de acordo com as normas da ABNT, porque aí depois é só copiar e colar).

Depois de conhecer bem o assunto que está pesquisando, você precisa de dados que corroborem — ou não, e isso não é um problema — com a sua tese. Esses dados podem ser de vários tipos: estatísticas, depoimentos, amostras… Tudo depende de come é a pesquisa que você está desenvolvendo.

No meu caso, por exemplo, eu elaborei um material didático e, para saber se ele funcionou ou não e o que poderia ser modificado, elaborei um questionário para os alunos e um para as professoras que usaram o material. Cada questionário tinha cerca de dez questões e as respostas me ajudaram a ter um bom panorama das informações que precisava.

Com os dados em mãos, precisamos dar ainda mais um passo: analisá-los. Você já pesquisou bastante sobre o assunto e já reuniu os seus próprios dados, falta somente compreendê-los e usá-los adequadamente em seu trabalho. Algumas pessoas montam tabelas e gráficos, para poder apresentar visualmente esses dados. Outras pessoas apenas os descrevem textualmente, sem a necessidade de outros aparatos.

Vocês se lembram que eu contei que coletei dados por meio de questionários, certo? Todas as perguntas desses questionários eram de resposta aberta e dissertativa. Na hora de analisar, portanto, eu li resposta por resposta e agrupei as mais parecidas, para também ter uma ideia quantitativa sobre algumas opiniões.

Para coletar e analisar os dados de sua pesquisa, portanto, não há uma fórmula mágica. Tudo depende muito do tipo de pesquisa e da área com a qual você está trabalhando. Mas uma boa dose de organização e de paciência para entender qual é a melhor forma de compreender seus dados e apresentá-los ao público serão essenciais para que você não acabe arrancando os próprios cabelos no meio do caminho! Procure sempre deixar à mão aquilo que lhe parecer mais útil e necessário à sua pesquisa, a fim de evitar momentos de preguiça na hora de escrever a dissertação, tema que abordarei em um post futuro.

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