Sobre a Bienal do Livro + carta aberta aos autores

No último domingo (10/07) terminou a 26° Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que ocorreu entre os dias 2 e 10 de julho, no Expo Center Norte, espaço para eventos deste porte, localizado na Zona Norte da cidade.

Apesar desta não ter sido minha primeira vez em uma Bienal, foi uma experiência totalmente nova e gostaria de compartilhar um pouco disso com você.

Para começar, vale dizer que fui em mais de um dia, mas somente porque eu consegui fazer minha credencial como profissional do setor (o que inclui aqueles que trabalham na produção de livros, como autores, revisores, tradutores, diagramadores, editores, mas também professores), tendo, assim, acesso gratuito ao evento.

O valor do ingresso para quem não tinha credencial (que também é possível conseguir como blogueiro) era de R$15 (meia) ou R$30 (inteira). Um valor que vale à pena, para quem pode pagar, visitar ao menos uma vez o evento, mas que torna inviável mais de uma ida, ainda mais em dias que eu sabia que não conseguiria ficar muito tempo por lá.

Além disso, depois de muitos anos, nesta edição eu tive companhia para aproveitar o evento. E também aconteceu a coisa mais diferente que me poderia acontecer: estive ao lado de um amigo que é best-seller na Amazon, ajudando-o a tirar fotos com os fãs e distribuindo seus brindes. Foi uma energia muito gostosa e eu, tendo encontrado também outros autores independentes que admiro, entendo bem a emoção da cada um que encontrava o autor para tirar uma foto e trocar algumas palavras.

Estive presente no primeiro final de semana da Bienal e não posso deixar de dizer que, apesar do cansaço (porque cansa ficar andando para lá e para cá e pegando fila para tudo), olhar para trás e pensar que havia um mundaréu de gente (sem brincadeira) em um evento literário é algo grandioso demais para deixarmos passar em branco. As filas no sábado estavam espantosas. Domingo, para entrar, foi um pouco mais tranquilo, mas era difícil andar sem tropeçar (em alguém ou em uma fila).

Durante a semana as coisas estavam um pouco mais tranquilas, principalmente na segunda e na terça (dias que acompanhei somente pelas redes sociais). Mas eu retornei quinta-feira para a Bienal e devo dizer que estava mais cheio do que eu esperava, com bastante escola fazendo visitação (o que é incrível de se ver também).

Na quinta-feira, meu último dia de Bienal, aliás, fui especialmente para ver o bate-papo com autores KDP, no stand da Amazon. Fizeram parte do bate-papo, mediado por Cassia Carrenho, as autoras T. M. Kechichian, Agatha Santos e o autor Rafael Weschenfelder. Dentre os três dias em que estive presente na Bienal, este foi o único em que assisti uma das tantas mesas e palestras, me fazendo refletir sobre o quanto ainda há por trás de um evento como esse.

Mas vale lembrar que a Bienal é uma vitrine para que as editoras possam expor seu trabalho. Não a toa, todos os vendedores, apesar do caos e da lotação, foram sempre muito simpáticos e, não nego, eu mesma caí facilmente na conversa deles e me encantei ainda mais pelos trabalhos ali expostos.

Faço esse adendo, porém, porque sei que nem todos têm condições de participar de uma Bienal. Seja porque elas não acontecem em todas as cidades, seja porque elas realmente não são super acessíveis. E apesar de eu achar que é uma experiência que vale a pena ser vivida ao menos uma vez na vida, acho importante lembrar que não participar não te torna menos leitor, menos autor e menos nada perante os outros.

Confesso, também, que fiquei com vontade de compartilhar essa experiência não só pelas boas lembranças, mas também porque fiquei com uma imensa vontade de falar diretamente aos autores independentes. Para isso, aqui vai uma singela carta aberta:

Aos que escrevem e publicam de maneira independente no Brasil,

Sou apenas uma leitora, mas uma leitora que admira o seu trabalho. Aos meus olhos, não passam desaparecidas as suas histórias e o seu investimento — seja ele físico, emocional ou financeiropara que elas cheguem até mim.

Por isso, com estas breves palavras, gostaria de agradecer a você que dedica o seu tempo (muitas vezes escasso), para dar vida às histórias que publica. Gostaria de te agradecer por acreditar no seu sonho e por compartilhá-lo conosco.

Sei que são mais dias de luta que dias de glória, mas se isso te faz bem, te dá asas, não desista! Tenho certeza que existem milhares de outros leitores como eu, que são eternamente gratos pelas vidas que vocês criam — e por aquelas que vocês salvam — em suas páginas.

Que você possa sempre se lembrar dessas palavras nos dias difíceis e que os livros te tragam muitas lembranças maravilhosas, que te encham de quentinho no coração mesmo nos dias mais cinzas. Porque escrever é ter, ser e fazer muitas vidas.

Conte sempre comigo. Sou apenas uma, mas é um imenso prazer ajudar no que posso para que a nossa literatura cresça cada e melhore vez mais.


Por fim, gostaria de deixar um agradecimento especial ao Rafael Weschenfelder, ao Leblon Carter, à Grazi Ruzzante e à Renata de Luca autores independentes que pude abraçar nesta Bienal e que tanto me inspiraram a compartilhar tudo isso. E também às minhas amigas, que tornaram cada momento ali ainda mais especial: obrigada Nati, Clari e Fer!

E se você não pode estar presente nesta Bienal, fique de olho no Instagram do Blog que quinta-feira vai sair uma coisinha por lá que pode te deixar mais feliz (assim espero)!

Tatianices recomenda [14] — Literatura Errante

Antes de mais nada, preciso assumir que essa seção ficou um pouco abandonada neste ano de 2020, mas nunca é tarde para retomar as coisas, né? E, melhor ainda, retomar com uma super indicação para leitores e escritores.

Você já ouviu falar no Literatura Errante?

Trata-se de um projeto literário, com um espaço próprio, pensado para que você possa divulgar ou publicar seus trabalhos e textos sem custo algum. Um projeto que está crescendo e sempre agregando mais literatura e coisa boa ao nosso dia-a-dia.

Acho que seria legal, em primeiro lugar, conhecer a história do Literatura Errante, porque, através dela, podemos ter uma pequena ideia do que encontraremos pela frente. Mas, antes de vocês irem para lá, vou contar como eu conheci o Literatura Errante.

Bem, eu estava no Instagram, quando vi um post que dizia algo do tipo “você trabalha com literatura? Anuncie seu trabalho”. Resolvi fuçar um pouco o perfil que havia postado isso e descobri o Literatura Errante.

Fiquei interessada no projeto e enviei as informações para anunciar meus serviços de revisão e tradução. Por algum erro no formulário, porém, o Pablo, fundador de tudo isso, entendeu que eu estava enviando meu currículo em busca de uma vaga e, gentilmente me explicou que não tinha como contratar ninguém.

Depois de resolvida a falha na comunicação, porém, me coloquei à disposição para colaborar com o projeto e, desde então, tenho revisado alguns dos textos que, semanalmente vão ao ar. É possível encontrar todos eles aqui.

É difícil não se encantar. Imagine, toda semana ver que várias pessoas estão doando parte de seu tempo para propiciar novas leituras (gratuitas) a quem quiser acessar!

Para além disso, como eu disse antes, há sempre novos projetos no horizonte e, um deles, também acabou de se concretizar: a revista do Literatura Errante! Outro super trabalho pensado e realizado com carinho e disponível para quem quiser ler. E essa é só a primeira edição, viu?

O Literatura Errante também tem uma vitrine literária, para que autores divulguem suas obras já publicadas em qualquer plataforma (amazon, wattpad, clube do leitor) e uma página de serviços, para aqueles que trabalham com literatura (como dizia o post que eu vi).

Também é possível tornar-se membro do Literatura Errante, de maneira gratuita, ou então, se você puder colaborar financeiramente com o projeto, existem diversas opções (para todos os bolsos). Saiba sobre tudo isso aqui.

Encerro este post convidando você, leitor, a dar uma passadinha no Literatura Errante, e também nas redes sociais do projeto (Instagram, Facebook e Twitter). E depois, claro, me conte o que achou! Ah, e se você escreve, não deixe de enviar seu texto! Todos são muito bem tratados por toda a equipe errante.