Título: Arlindo Autora: Ilustralu Editora: Seguinte Páginas: 200 Ano: 2022 (1º reimpressão)

(Para ler ao som de Eu acho que pirei — Sandy Júnior)
É difícil trazer algo muito original quando tanto já foi falado sobre esta obra, mas não quero deixar de dar a minha contribuição para a divulgação da mesma. Até porque, convenhamos, ela é bem necessária.
“Eu já tive meu inferno particular. Uma hora você vai conseguir também, do seu jeito”
Acho que todo mundo sabe que Arlindo é um garoto gay, ainda que, no início, possa pairar uma certa dúvida, principalmente porque, bem, ele vive numa sociedade um tanto quanto preconceituosa. E nem mesmo dentro de casa ele está totalmente seguro para se assumir.
“Na vida às vezes a gente tem que bater de frente, Lindo. A gente não tá errado em existir”
Mas é uma delícia descobrir que Arlindo não é o único personagem gay desta história e o que tudo isso representa ao longo das páginas.
“Sempre falaram de mim porque eu gosto de esportes, porque eu nunca fui patricinha, porque eu sou ‘esquisita’… eu não sei até que ponto essas coisas têm a ver, mas eu morria de medo das pessoas estarem certas”
Também acho que todo mundo sabe que essa HQ é cheia de referências que marcaram gerações, como músicas da dupla Sandy e Júnior. Mas quantas pessoas sabem que até o código super secreto (só que não) ZENIT – POLAR aparece nesta narrativa? Ri muito quando vi.
“Todo mundo parece saber coisas sobre a gente, tirando conclusões por uns negócios tão nada a ver. Não faz nem sentido”
Ler Arlindo é como receber um abraço e saber que não se está sozinho neste mundo. E, tendo ganhado o meu exemplar de presente, o abraço acaba sendo ainda mais real.
“Tudo o que a gente tem é a gente, Lindo”
Uma leitura daquelas que a gente quer sair distribuindo para tantas pessoas que sabemos que precisam.
“Tá tudo bem. E quando não tá, é porque ainda vai ficar”
Porque Arlindo é uma história que, mesmo parecendo “só mais um quadrinho”, é profunda e não fala somente sobre homofobia e amor, mas também sobre amizade, relações familiares, amadurecimento e identidade.
“A gente não devia viver com medo de gostar de ninguém, nem de ser a gente mesmo”
E se você, assim como eu, não tem o hábito de ler HQ, leia com calma, para não se perder e, principalmente, para não deixar nenhum detalhe passar desapercebido.
As cores da obra são vivas e vibrantes e a impressão dela é excelente (e o cheiro de livro novo? Diferente daquele que estamos acostumados, mas igualmente maravilhoso!). Minha edição é brochura e achei que isso deixou bem confortável a leitura (capas duras são lindas, mas nem sempre práticas).
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