Título: Violeta
Autor: Abraão Nóbrega
Editora: Publicação independente
Páginas: 310
Ano: 2021

Sinopse
Victor, um estudante de gastronomia, sentiu na pele as pressões sociais do corpo, sexualidade, prazer e (des)afeto dentro da comunidade gay. Cansado de relações líquidas e aprendendo a lidar com seus sentimentos (que até então tinha enfiado numa caixinha por não saber o que fazer com eles) esbarra em Gabriel. Um jovem aspirante a psicólogo que está no processo de recuperação de feridas afetivas deixadas pelo relacionamento abusivo com o ex-noivo Hugo. Nos desencontros da vida (pós)moderna e relações liquefeitas, fica o questionamento: apaixonar-se é um ato revolucionário?
Resenha
Desde as primeiras linhas, Violeta vai nos prendendo em sua trama, entregando ao leitor uma história de amor gostosa, mas nem sempre fácil, de ler.
“Para todos os corações teimosos que insistem em se permitir amar, essa história é para vocês. Apaixonar-se é um ato revolucionário?”
Victor, um personagem por quem é fácil se apaixonar, é estudante de gastronomia e está cansado de aplicativos de relacionamento, ainda que queira muito um amor para chamar de seu.
“Tudo na atualidade é baseado na velocidade, inclusive os relacionamentos”
O protagonista está cansado da superficialidade das relações que estes aplicativos trazem e isso acaba contribuindo para uma crise de ansiedade daquelas que ou você se identifica, ou ao menos se compadece.
“Ele não conseguia entender o que era aquilo, mas só queria se acalmar. Só queria paz. Parecia uma tempestade rugindo em seus ouvidos. O corpo inteiro berrava angustiado. O coração batia tão rápido que doía na alma”
No meio desse caos, Gabriel aparece, não como um anjo salvador e perfeito, mas com um ser humano que também tem seus problemas e, no fundo, a vontade de ser amado como merece.
“Ninguém é feito apenas de coisas boas, tão como, não só de ruins”
Através desses dois personagens, Violeta se apresenta como uma história que sabe equilibrar leveza e a necessidade de reflexão e de tocar em temas densos.
“Ele sorriu e, mesmo com os olhos fechados, viu nuances da beleza da vida. Porque, no fim, as coisas mais encantadoras são percebidas com o coração”
Uma narrativa que, além da ansiedade, também fala sobre relacionamentos tóxicos e solidão.
“Ele sabia que nunca estaria só, mas, na verdade, nunca poderia contar com o apoio de Henrique. No fim das contas, ele sempre esteve só”
Uma história que está longe de ser perfeita — e talvez por isso, infelizmente, não esteja disponível no momento — mas que é capaz de encantar.
“Entender e aceitar suas belezas e feiuras é onde o equilíbrio faz morada”
A representatividade na história é um ponto a se destacar, não apenas por estar muito bem contextualizado, mas por ir para além de um casal gay protagonista e falar, também, sobre demissexualidade.
“A grosso modo é que meu tesão depende da minha conexão afetiva com a pessoa”
Em suma, uma história que vale a leitura e que, espero, volte numa versão melhorada e ainda mais encantadora.
“Nem toda história acaba porque um lado desistiu ou deixou de sentir. Às vezes amar perde o sentido que tem, deixa de ser sorriso e aconchego e se torna lágrimas e silêncio”
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