Citações #65 — Sorte ou destino?

Que tal conhecer um pouco melhor o livro Sorte ou destino?, da Bruna Oliveira, através de alguns trechinhos que ficaram de fora da resenha?

Na história, a protagonista Anna claramente não tem uma grande autoestima.

“Você e essa sua mania de se menosprezar. Quantas oportunidades você deve ter perdido na vida, achando que era só coisa da sua cabeça?!”

Ao longo das páginas vamos compreendendo como ela, por conta disso, tenta realmente se anular perante os outros.

“Durante toda a minha vida tentei passar despercebida pelos colegas de sala engraçadinhos que sempre faziam piadas em relação a minha aparência. O problema dessa estratégia que eu adotei, é que esse tipo de comportamento quando repetido ao longo dos anos acaba não te deixando apenas blindada contra as brincadeiras de mau gosto. Ele te deixa invisível aos olhos da maioria das pessoas, e essa é a pior sensação do mundo”

E como ela deixa de viver muitas coisas, justamente por essa visão deturpada que tem de si, preferindo as histórias dos livros que lê à sua própria história.

“Realmente me arrependi de ter admitido meu interesse para a minha amiga, porque apesar de ser uma pessoa que se apaixona fácil, e sempre estar suspirando por alguém que nem sabe da minha existência, não costumo me abrir com ninguém sobre minhas paixonites. Uma vez que elas nunca dão em nada, é menos vergonhoso guardar o coração partido só para mim”

“O problema é que às vezes a gente toma uma decisão e o resultado dela acaba por ser o oposto do que esperamos”

“Quando não é real, é mais difícil de se machucar”

Felizmente, porém, o amor consegue sempre arrumar uma brecha e tomar conta de nós, antes mesmo de qualquer outro sentimento vir à tona.

“Não quero pensar em mais nada, eu só quero que meu coração pare de pular no meu peito todas as vezes que ele aparece de um jeito surpreendente, seja pessoalmente ou por mensagem”

“Ai meu Deus! Esse sorriso… Como é possível um simples sorriso ser capaz de fazer isso comigo?”

“Na hora que ela entra no carro, sorri para mim, e seu perfume me atinge em cheio. E é nesse momento que me sinto o cara mais sortudo do planeta, porque estou levando uma garota incrível para um encontro”

E quando nos damos conta, já é tarde demais: não queremos abrir mão da felicidade que a paixão traz.

“Eu poderia me desfazer em milhões de pedaços nesse instante que nem me importaria porque me sinto muito feliz”

“De todo modo, eu posso afirmar com absoluta certeza que nunca estive tão feliz e completa como agora”

“É meu amigo, quando a gente tá apaixonado nada tira o nosso bom humor”

Sorte ou destino? consegue, ainda, nos ensinar muitas lições. Como por exemplo compreender o que os personagens enxergam como destino.

“Já o destino é quando, apesar de todas as oportunidades perdidas, a vida vai te dando outras chances de fazer a coisa certa”

Ou ainda a necessidade de não perdermos tempo.

“A vida é curta demais para se perder tempo em todos os sentidos, românticos, familiares ou profissionais”

E também as marcas que os relacionamentos podem deixar em nós.

“Quando a pessoa não supera o término, ela ainda está apaixonada pelo ex. Agora o trauma é outra questão, não tem a ver com sentimentos e sim com o fato de que aconteceu algo ruim no relacionamento dos dois e ele tem medo que se repita mesmo estando namorando uma pessoa diferente”

Sorte ou destino foi uma daquelas leituras clichês que deixou meu coração quentinho e que também abriu espaço para pensamentos interessantes. Infelizmente, como eu disse na resenha, o livro não está mais disponível, mas você pode conhecer outras obras da autora clicando aqui.

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Sorte ou destino? — Bruna Oliveira

Título: Sorte ou destino? 
Autora: Bruna Oliveira 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 212 
Ano: 2018

(para ler ao som de Acima do sol — Skank)

Anna é uma protagonista com a qual muitas leitoras podem se identificar: tímida, fora dos padrões (absurdos) de estética, leitora voraz, extremamente tímida e romântica incorrigível.

“Apesar de estar sempre sofrendo com alguma paixonite, nunca conto isso para ninguém. Eu tento me iludir fingindo que não me importo com essas coisas, mas no final das contas eu sempre quis ter alguém que estivesse ao meu lado quando eu precisasse”

Ela sonha em encontrar seu príncipe encantado e, mais que isso, em ser notada por ele, mas não move um dedo sequer para isso.

“Não fica com medo de se machucar. A sensação de medo de arriscar às vezes pode ser bem pior”

Felizmente, Anna divide um apartamento com Manu, sua amiga desde o ensino fundamental. Elas moram e estudam em Fonte Nova e, apesar de terem personalidades quase opostas, se dão muito bem. 

“Minha amiga não tem medo de se jogar de cabeça na vida, ela tem pressa para ser feliz, e eu tenho que aprender muito com ela”

Anna cursa Administração e Manu, Publicidade e Propaganda. Algumas matérias elas fazem juntas e é justamente numa delas que Anna conhece Cadu e não consegue esconder da melhor amiga que está totalmente caída pelo colega.

“Por mais que eu tente me policiar, meus pensamentos insistem em focar em Cadu, o atual alvo da minha paixão platônica e meu colega de classe”

Manu tem certeza que Cadu também tem algum tipo de interesse por Anna, já que olha várias vezes para ela. A protagonista, porém, acha que isso é coisa da cabeça da amiga.

“A Manu tem esse defeito, ela é otimista demais, e muitas vezes acaba por imaginar coisas para tentar animar a gente”

Seja como for, Manu convence Anna a ir — finalmente — a uma das festas da faculdade, logo no início de mais um ano letivo. Porém, é claro que as coisas ali não saem como o planejado…

“Mas o fato é que nós nunca estamos preparados para ver a pessoa que a gente gosta ficando com outra. É cruel demais”

Contudo, um esbarrão, quando está praticamente fugindo da festa, fará com que a vida de Anna mude completamente. E de uma maneira que ela jamais esperaria. 

“A vida às vezes prega cada peça na gente, não é mesmo?!”

João entra na vida de Anna muito por acaso e vai derrubando as barreiras da garota, uma a uma (clichê? Talvez…).

“A questão é que para mim, uma relação de amizade não é fácil de construir, eu tenho que ter muito tempo de convivência com alguém para poder agir como eu mesma, mostrar meu lado descontraído e até mesmo divertido”

E ele ainda se revela um cara e tanto, para surtos e mais surtos da Anna. Um príncipe mil vezes mais encantado do que ela poderia imaginar.

“Ai meu Deus! Além de lindo ainda gosta de ler como eu. Ele é bom demais para ser de verdade”

Mas é claro que quando a história já está dando certo demais e não estamos nem na metade do livro… É porque vem bomba! E por mais que esperemos isso — e saibamos que no fim as coisas se ajeitam — é sempre uma agonia imensa ver tudo desmoronando.

“Como a vida pode dar um giro de cento e oitenta graus em apenas vinte e quatro horas?”

Sorte ou destino? é uma história deliciosa de se ler. Daquelas que vamos avançando sem nem perceber e nos apaixonamos pelos personagens até sem querer. 

“Estou encantado com a Anna, ela parece real, não essas bonecas de porcelana fabricadas, que a gente vê a torto e a direito nas baladas”

Para além do romance, este é um livro que fala sobre as nossas escolhas — principalmente profissionais — e sobre como recomeços são necessários, principalmente quando significam irmos atrás daquilo que realmente nos faz feliz.

“Quando prestei vestibular eu não tinha ideia do que eu queria fazer da vida, e agora não consigo me enxergar exercendo essa profissão no futuro”

E, no final das contas, também podemos perceber que a história nos mostra que não precisamos mudar para nos encaixarmos no mundo. Que, com calma, as coisas se ajeitam para todos, independentemente do nosso jeitinho.

“Eu não tenho experiência com essas coisas de paquera, então não sei o que de fato aconteceu”

Sim, eu gostei muito dessa leitura, mas como já está quase virando hábito por aqui, fui procurá-la de novo na Amazon e… Ela não está mais disponível. No entanto, a autora tem outras publicações por lá (vem aqui conferir) e você também pode segui-la em suas redes sociais para conhecer melhor o trabalho dela (Instagram). E prometo semana trazer uma resenha de livro recém-saído do forno e com possibilidade de garantir exemplares.