Música em contos 1 (Antologia)

Título: Música em Contos 1
Autor: Vários autores
Organização: Susana Silva
Editora: Publicação independente
Páginas: 100
Ano: 2019

música em contos

Quem acompanha este Blog ao menos desde o ano passado, talvez se lembre que eu fiz uma sequência de posts com resenhas de alguns contos específicos de “Música em contos 2“, que ainda estava para lançar. Só depois é que eu fui ler Música em contos 1 e agora trago a minha experiência de leitura aqui.

Histórias e músicas são duas coisas que amo. Quando junta os dois, então, dificilmente dá errado. Por isso, a ideia de escrever contos baseados em músicas específicas, de cara, já chama a minha atenção. E outro ponto interessante dessa antologia é que ela traz escritores brasileiros e portugueses, deixando a escrita ainda mais plural.

Nessa antologia, um pouco por coincidência mesmo, todos os contos trazem uma história de amor, seja ela feliz ou triste, clichê ou não. E não digo apenas histórias de amor entre duas pessoas, mas também histórias de amor próprio.

“— Eu posso parecer forte na superfície, mas por dentro tenho tanto medo quanto você”

(Conto: A partida)

E, alguns contos, em especial, chamaram minha atenção. Quando resenho antologias eu costumo falar sobre cada história em particular (quando são poucos contos) ou então falo sobre o livro de maneira mais ampla. Mas, dessa vez, vou comentar sobre esses contos que me chamaram a atenção (ao menos mais que os outros, que são igualmente incríveis).

O primeiro deles é Antes que chegue ao fim, da Alane Brito, baseado na música It ain’t over til it’s over, do Lenny Kravitz. Aqui temos um casal que está em crise, com um casamento que já quase não existe mais. Devido a um erro médico, porém, as coisas começam a se transformar: nosso protagonista muda suas ações e seus corações (e a relação) se reaquecem. O que me chamou a atenção nesse conto foi justamente isso: como é preciso que as duas partes tomem uma atitude para que uma relação não esfrie, não caia numa perturbadora rotina de distanciamento. É bem tocante.

O segundo conto que gostei muito foi Uma pausa no para sempre, da Beatriz Prado, baseado na música I got you, da Leona Lewis. Aqui temos a história de Lucas e Viviane, que se conheceram aos sete anos de idade, cresceram juntos e se apaixonaram. Viveram momentos felizes e tristes lado a lado e acompanharam muitas coisas importantes um do outro. Mas nem tudo são flores e chega um momento que eles precisam decidir se ficam juntos ou não, pensando no bem (e nos sonhos) um do outro. Sério, é emocionante!

“É preciso que a gente se escolha às vezes, mas isso não quer dizer que as marcas da escolha não vão ficar ali, lembrando a todo instante do que deixamos para trás”

(Conto: Uma pausa no para sempre)

O terceiro conto que eu gostaria de destacar é Uma passagem de volta, por favor, da Carolina Mancini, baseado na música Make you feel my love, da Adele. O que me chamou a atenção nessa história é que eu já escrevi algo parecido. Mas calma, são histórias bem diferentes, e a única similaridade é que o casal se conhece no metrô e que a moça é uma passageira, enquanto o moço é um artista que toca nos vagões da cidade. Neste conto, porém, a história é mais desenvolvida, mais longa e tem um final bem surpreendente. Achei essa narrativa apaixonante.

Recomendo essa antologia para você que busca algo leve, que pode ser apreciado aos poucos e que também quer poder ler histórias bem diferentes em um único livro.

Quer conhecer Música em contos 1? Então clica aqui.
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Um amor para chamar de meu (Antologia)

Título: Um amor para chamar de meu
Autor: Vários autores
Organização: Tati Iegoroff
Editora: Lettre
Páginas: 124
Ano: 2020

um amor para chamar blog

(Leia essa resenha ao som da nossa playlist)

A resenha de hoje vem recheada de felicidade e, antes de falar sobre a obra em si, eu explico os motivos: Um amor para chamar de meu é a mais nova antologia da Editora Lettre. Além de ser uma antologia de romance — gênero que eu amo — sou a organizadora da mesma, e tem um conto meu nela! Preciso dar mais motivos para essa felicidade??

“O canto dos pássaros estava bonito de escutar, mas na rotina corrida em meio aos prédios nem damos valor. Contudo, eles estão ali para dizer que a vida é linda de se viver”

(Conto: O motoqueiro da noite chuvosa)

A antologia sofreu um pequeno atraso em sua publicação (que estava prevista para a semana passada), mas finalmente está no ar e eu continuo não acreditando! Mais para frente, se vocês quiserem, posso trazer um post para vocês sobre como foi organizar a antologia e o que eu aprendi com essa experiência.

“Não era como esperava, pois na verdade não sabia o que deveria esperar”

(Conto: Clara)

Por enquanto, vamos ao que interessa, não é mesmo? Obviamente não esperem imparcialidade de mim aqui… Mas também não escolherei contos preferidos, porque, para além do fato de realmente ter gostado de todos, não acho que seria justo.

E posso contar uma coisa? Não é “óbvio” que eu tenha gostado de todos os contos , ainda que tenha sido eu a escolher aqueles que entrariam ou não na antologia. Mas uma coisa eu posso garantir a vocês: me surpreendi com a variedade das histórias que encontrei e é por isso que eu digo que todos os contos são bons (cada uma à sua maneira).

“Os assuntos que tocamos beiram a superficialidade, mas sempre arranjam um jeito de mergulhar fundo em algo verdadeiro e complexo, onde nós dois conseguimos nos entender”

(Conto: Amor meu grande amor)

Quando falamos em histórias de amor, dificilmente escapamos de uma visão clichê e de um “felizes para sempre”, mas ao longo das páginas de Um amor para chamar de meu vamos muito além disso.

É verdade que na maioria dos contos encontraremos casais héteros, mas também há contos que retratam outros tipos de relacionamento, seja de mulher com mulher (infelizmente, apenas um contos assim), de humano com anjo (!), de sereia com boto (sim, você leu isso mesmo) e até mesmo não casais (só lendo para entender)!

“Haja café na vida para engolir a ausência de amor que não tinha… Um amor que ela queria. Um amor para chamar de seu”

(Conto: Por muito pouco)

A leitura de Um amor para chamar de meu é bem rápida, pois os contos são curtinhos (exigências do edital) e gostosos de ler, com diversas formas de escrita, o que contribui para que a leitura não seja maçante.

Aliás, talvez isso seja o que mais me encanta em uma antologia como essa, de um gênero que leio livros e mais livros: a diversidade. Romances podem ser clichês, mas não necessariamente o são. Me divirto vendo os destinos que os autores traçam para seus personagens, as formas como se desenrolam os acontecimento.

 “Como eu aguentava aquela menina que só vivia para falar de amor, amor e amor? Isso era invenção do consciente do ser humano. Carência pura do ego do indivíduo”

(Conto: Maria Felícia e a inexistência do amor)

Por fim, também me encanta saber que por meio da antologia Um amor para chamar de meu podemos conhecer novos autores nacionais. Autores com muitas possibilidades de escreverem excelentes livros. Parabéns e muito obrigada, pessoal!

Se interessou por essa antologia? Então não deixe de clicar aqui.