Título: Cartas a um jovem poeta Original: Briefe an einem jungen Dichter Autor: Rainer Maria Rilke Editora: L&PM Páginas: 96 Ano: 2006 Tradutor: Pedro Süssekind
Cartas a um jovem poeta foi uma leitura que me tirou de minha zona de conforto. Em primeiro lugar pelo tipo de livro: um livro epistolar, isto é, no formato de cartas, como aponta o próprio título da obra. Ao todo, são 10 cartas, escritas por Rainer Maria Rilke em resposta a Franz Xaver Kappus. Não tenho o hábito de ler livros desse gênero, mas não por não gostar, apenas porque acabo encontrando-os em menor número por aí.
Mas, para além do formato do livro, esta é uma obra mais densa, ainda que seja extremamente pequena (são apenas 96 páginas, o livro é bem fininho mesmo). A linguagem não é difícil, mas nos faz pensar.
“Uma obra de arte é boa quando surge de uma necessidade”
(p. 26)
Rainer Maria Rilke foi um grande poeta alemão do século XX. Neste livro, vemos suas respostas ao jovem Franz Xaver Kappus, aspirante a poeta, que escreve a Rainer em busca de conselhos. Mas, o que vemos ao longo das páginas deste livro vão muito além de sugestões de escrita. Vemos inúmeros parágrafos sobre sobre a existência humana, o amor e a solidão.
“No fundo essa é a única coragem que se exige de nós: sermos corajosos diante do que é mais estranho, mais maravilhoso e mais inexplicável entre tudo o que nos deparamos”
(p. 77)
Através dessas cartas unilaterais (pois não temos as cartas de Franz, somente as respostas de Rilke), vamos percebendo como a relação deles vai se estreitando e como, toda vez, Rilke pede desculpas pela demora em responder, seja por uma doença ou por alguma viagem que teve de fazer.
“Não acredite que quem procura consolá-lo vive sem esforço, em meio às palavras simples e tranquilas que às vezes lhe fazem bem”
(p. 82)
O que tornou essa leitura ainda melhor foi o fato de que este é um livro que meu namorado gosta muito, tanto que ele me presenteou com o volume que ele mesmo havia lido. Ao longo das páginas eu ia percebendo muitas coisas que sei que meu namorado concorda e que até já repetiu em algum momento de nosso relacionamento. Fora isso, algumas palavras do autor pareciam cair como uma luva em relação a coisas que eu ou meu namorado estávamos vivendo ou sentindo no momento que eu lia o livro (coisas essas que certamente serviriam em tantas outras ocasiões, o que torna esse um daqueles livros que precisamos reler de tempos em tempos).
“Pois mesmo os melhores erram nas palavras quando elas devem significar o que há de mais leve e quase indizível”
(p. 42)
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