Mulheres protagonistas da História: da antiguidade ao século XX [tradução 36]

Introdução 

Já que em março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, resolvi que era o momento ideal para traduzir o texto Mulheres protagonistas da História, publicado no site da editora Mondadori em 2022, na rubrica Redação do Oscar, como você pode conferir no link abaixo.

Tradução

Mesmo que muitas vezes não tenham escrito a História, as mulheres sempre foram protagonistas, às vezes involuntárias, às vezes indispensáveis.

Frequentemente eram rainhas (Cleópatra, Caterina De Medici, Maria Teresa da Áustria, czarinas),  ou ainda filhas de um Papa (Lucrezia Borgia), mas também havia quem, como Joana D’Arc, vinha do povo e combatia para o rei, e quem, como Margherita Sarfatti, conhecida como a amante do ditador (Mussolini), tornou-se a primeira crítica de arte mulher na Europa.

Em ocasião da aproximação da Festa da Mulher, decidimos criar uma lista de livros dedicados às mulheres protagonistas da História: da antiguidade ao século XX, dos romances às biografias, passando pelos ensaios.

Mulheres protagonistas da História: da Antiguidade à Idade Moderna 

Antiguidade

Cleópatra: neste livro, Antonio Spinosa soube recompor as duas faces desta soberana bela como uma deusa, mas cega pela ambição; aquela pública, de rainha e também de peão da História, e aquela privada, de mulher de paixões sem medida.

Idade Medieval

Joana D’Arc: na biografia de Franco Cardini a controversa história que envolve o mistério da jovem camponesa guerreira, que se sente chamada por Deus para libertar a sua França dos ingleses, durante a Guerra dos Cem Anos.

Leonor de Arborea: Bianca Pitzorno reconstrói a verdadeira face da mulher que foi capaz de reunir sob uma bandeira as diversas populações sardas que, pela primeira vez, se reconheceram como “nação” e lutaram com sucesso contra os aragoneses.

Idade moderna

Lucrezia Borgia: Geneviéve Chastenet retrata uma jovem mulher cheia de vida que teve de aprender por si mesma que seu destino estava na mão de outras pessoas, vivendo sobretudo em um mundo do qual foi mais vítima que protagonista. 

Caterina De’ Medici: Jean Orieux traça o retrato de uma rainha controversa: uma mulher apaixonada por um homem que não a amava, desprezada pela corte porque era estrangeira e não de sangue real, mas que soube conduzir um dos países mais potentes da Europa com energia e inteligência.

Elizabeth I: Carolly Erickson apresenta a “virgem” soberana que, unindo falta de escrúpulos políticos e punho de ferro, conseguiu, no século XVI, fazer do próprio país o senhor absoluto dos mares e a primeira potência mundial, estabelecendo as bases do império colonial britânico.

Maria I da Inglaterra: Carolly Erickson desmonta o estereótipo de impiedosa tirana ao qual Maria Tudor, a primeira mulher a subir ao trono da Inglaterra, foi condenada, delineando um retrato que contrapõe uma mulher infeliz e sozinha, mas forte e combativa.

Anna Bolena: é sempre Carolly Erickson quem reconstrói os acontecimentos que marcaram a existência desta azarada rainha, usando como pano de fundo uma perfeita reconstituição das relações humanas e da trama de razões pessoais e de Estado, em uma grande corte europeia da Renascença.

Artemisia: nesta biografia de Alexandra Lapierre, revela-se a aventura de uma das primeiras pintoras da história: numa Roma de 1600, a mulher que rompe com todas as normas para conquistar a glória e a liberdade. 

Do iluminismo aos tempos modernos: as mulheres da História

Iluminismo 

Caterina II, da Rússia: Carolly Erickson delineia uma mulher inteligente, amiga e apoiadora dos iluministas, obstinada e corajosa, que conseguiu se impor em um mundo estrangeiro e hostil, superando os preconceitos dos seus contemporâneos.

Maria Teresa da Áustria: Edgarda Ferri reconstrói a biografia de uma mulher fascinante e sensível, corajosa e segura, que soube conciliar o amor pela família com as necessidades do Estado e o exercício do poder, governando “como um homem entre homens”.

Maria Antonietta: Carolly Erickson percorre os passos da rainha que buscou consolação nas elegâncias excêntricas e nos divertimentos mais caros, tornando-se odiada pelos súditos, perseguidos pelas taxas e pelo péssimo governo durante os últimos anos conturbados do Antigo Regime e o início violento da Revolução. 

Séculos XIX e XX

La czarina Alessandra: desta figura enigmática e do seu mundo interior, de um isolamento atormentado, Carolly Erickson  traça um retrato inesquecível da rainha da Rússia antes da Revolução: uma história cada vez mais sombria, que se conclui com o trágico assassinato dos Romanov.

Margherita Sarfatti: a maior parte do público a conhece apenas como “a amante do ditador”, mas Rachele Ferrario reconstrói o temperamento de uma mulher culta, elegante, refinada e sobretudo livre, que conseguiu se impor na cena cultural e completar o seu projeto.

A imperatriz Sissi: Erika Bestenreiner conta sobre uma das figuras femininas mais amadas e contadas da história moderna, reconstruindo também os acontecimentos menos conhecidos, mas não menos tumultuados e singulares, que a caracterizam.

Rosa Parks: Minha história é a autobiografia da mulher símbolo da luta pelos direitos civis que, com palavras comoventes, uma linguagem simples e sinceridade, conta a própria vida e o seu papel na construção de uma sociedade mais justa para todos os americanos.

Herdeira que se tornou rainha por acaso, princesa que subiu numa árvore a noite para descer dele no dia seguinte como rainha. Quatro casamentos e um funeral que marcaram a sua monarquia: é Elisabetta II, 1926-2022, uma rainha como nenhuma outra.

Conclusão

Infelizmente, muitas das biografias elencadas ao longo do post original, não estão traduzidas para o português ou são difíceis de encontrar no Brasil. No entanto, trata-se de uma interessante lista de mulheres que tiveram — e ainda têm — seu papel na História.

Qual dessas histórias você teria interesse de ler ou qual dessas mulheres você conhece um pouco mais a fundo?

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