Artigo: Insumo e autoria na produção de material didático de italiano como língua de herança

Título: Insumo e autoria na produção de material didático de italiano como língua de herança
Autor: Tatiana Iegoroff de Mattos, Fernanda Landucci Ortale, Rosangela Maria Laurindo Fornasier e Vinicio Corrias 
Revista de Italianística, v.1, nº 36
Páginas: 11
Ano: 2018
Disponível aqui

it's a boy!

Como hoje é dia mundial do imigrante italiano (existe data pra tudo nessa vida, gente) resolvi fazer esse post especial (pra mim) sobre este artigo que publiquei no final do ano passado, com minha orientadora e mais dois colegas da pós-graduação.

Você pode estar se perguntando o que uma coisa tem a ver com a outra e eu vou explicar melhor agora: o artigo, como o título aponta, fala sobre produção de material didático para o ensino de italiano. MAS, ensino de italiano como língua de herança. Explicando de maneira bem simplista, o que diferencia uma língua de herança de uma língua estrangeira é o fato de que a língua de herança é uma língua presente na família do aprendiz.

Vou explicar melhor isso, dando o exemplo da comunidade que aparece no artigo, ok? No artigo, falamos sobre Pedrinha Paulista, uma cidade beeem pequena, localizada no interior de São Paulo. Essa cidade foi fundada por italianos, em 1952. Trata-se, portando de uma cidade relativamente nova e alguns de seus fundadores ainda vivem lá! Esses primeiros habitantes sabem falar italiano e o dialeto da região que nasceram. Seus filhos, muitas vezes, também falam italiano, mas da geração seguinte em diante, esse hábito está se perdendo…

Mas vamos focar primeiro nos filhos: eles não foram educados, formalmente, em língua italiana e muitas vezes aprenderam porque ouviam os pais conversando nessa língua ou porque os pais conversavam com eles nessa língua também. Porém, se você pergunta a algum desses filhos (ou netos, em alguns casos) se eles falam italiano ou dialeto, eles dirão que não, que no máximo entendem alguma coisa. Ao oferecer um curso de italiano para essas pessoas, porém, não podemos deixar de levar em consideração que elas têm sim muito conhecimento sobre a língua e a cultura italianas.

Nesse artigo, portanto, vamos contando como foi elaborar um material didático que leva em consideração esse contexto, pensando também na questão da proveniência dos materiais que utilizamos e da necessidade de registrar esse material.

Espero que vocês gostem da leitura e deixem comentários aqui (:

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Artigo: O Sagrado e o Profano na Urbanidade

Título: O Sagrado e o Profano na Urbanidade: Borges — Análise do Poema "Carnicería"
Autor: Victor de Lima Torquato de Andrade 
Revista La Junta, v.2, nº 1
Páginas: 6
Ano: 2018
Disponível aqui

Victor

Jorge Luis Borges é, muito provavelmente, um nome que você já ouviu falar em algum momento de sua vida. Sendo sua obra vasta, no entanto, é de se esperar que ainda haja muito a ser explorado. E é justamente isso que encontramos no artigo O Sagrado e o Profano na Urbanidade: Borges — Análise do Poema “Carnicerías” que analisa um poema de Borges pouco conhecido e estudado.

O título do artigo, por si só, já é algo capaz de despertar a atenção do mais variado tipo de leitor, destacando que o artigo trata de temas interessantes como “sagrado”, “profano” e “urbanidade”. E, para além disso, a atenção desse leitor é capturada logo nas primeiras linhas, pois podemos perceber que não se trata de um simples artigo científico, mas de um artigo dotado de certo lirismo, além do fato do autor manter um diálogo com o leitor.

Em O Sagrado e o Profano na Urbanidade: Borges — Análise do Poema “Carnicerías”, Victor analisa — ou, para usar as palavras dele “disseca” — verso a verso o poema de Borges, de maneira nem um pouco monótona. O interessante é que podemos entrar em contato com uma poesia pouco explorada de Borges de maneira profunda, ainda que em poucas páginas. Claro que o fato do poema ser breve nos permite a chegar a uma análise tão detalhada e interessante, mas sem dúvidas a forma com que Victor nos conduz a essa análise é essencial para que possamos obter um bom conhecimento do poema em questão. É interessante que, ao ler o artigo, nos damos conta inclusive da precisão na escolha vocabular de Borges.

Carnicerías  faz parte do primeiro livro de poesias de Borges: Fervor em Buenos Aires. Uma obra realmente esquecida por seus leitores e que foi publicada em 1923. No artigo que aqui apresento, Victor menciona também a relação da intensidade que há no poema e no título do livro ao qual ele pertence.

Este artigo é realmente interessante e — coisa rara no mundo acadêmico — pouco maçante. Chegar a um resultado desses não é tarefa para qualquer um: Victor tem intimidade com a poesia, sendo ele mesmo escritor de belíssimas poesias e, por isso, foi capaz de ir direto ao ponto do poema, de maneira clara e linda. Publicar esse artigo foi outra tarefa árdua, motivo pelo qual faço questão de trazê-lo à tona! Não deixem de conferir e comentar aqui o que acharam!

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