O que tem para fazer em Belo Horizonte?

Passei a virada do ano em Belo Horizonte e uma das perguntas que mais ouvi foi: o que tem para fazer em Belo Horizonte?

Apaixonada que sou por esta cidade, percebi que ela não é exatamente um destino turístico dos brasileiros e que as pessoas talvez não tenham ideia dos encantos que ela guarda.

Este post não é, porém, um guia com todas as possibilidades que a cidade oferece, mas apenas um pouco daquilo que fez com que eu me apaixonasse por Beagá. Em suma, é mais uma carta de amor que um roteiro

A primeira vez que estive na capital mineira, em 2016, choveu muito. E mesmo sendo uma pessoa que não gosta nem um pouco de passear com chuva, voltei encantada com a cidade, sobretudo porque na Praça da Liberdade existe uma sequência de museus (gratuitos) dos quais entramos e saímos enquanto a chuva não dava trégua. 

Nessa viagem de 2016, o primeiro museu que entramos foi o que mais me encantou (tanto é que, no dia seguinte, como a chuva continuava, voltamos nele): o Memorial Minas Gerais, mantido pela Vale. Infelizmente, em dezembro de 2024 este museu encontrava-se fechado para manutenção.

Mas ali na Praça da Liberdade também tem o incrível Museu das Minas e do Metal, o Centro Cultural Banco do Brasil e a Casa Fiat de Cultura. Todos com uma programação que vale a pena ficar de olho e conferir quando estiver por lá. 

Só esses museus já seriam suficientes para dizer que Belo Horizonte respira arte, mas há, ainda, muitos outros espalhados pela cidade. Alguns fazem parte do Circuito Liberdade (como o Museu Inimá de Paula), outros não (como o Museu da Moda). Mas cada um a seu modo, valem a visita.

Bh, porém não é só arte e se você é uma pessoa que prefere estar ao ar livre, só as caminhadas pelas ruas da cidade já seriam um passeio e tanto, mas há também a Lagoa da Pampulha, onde é possível estar em contato com a natureza, com a arte e ainda praticar diversas atividades físicas (em dezembro, por exemplo, eu e minha amiga alugamos uma bike e demos a volta na Lagoa. Só depois descobrimos que foram 18 quilômetros pedalando!). Isso sem falar nos parques, é claro.

A capital mineira também é famosa por sua culinária e mesmo eu, que não sou exatamente fã de comida mineira, me esbaldei no pão de queijo nesta última visita e não posso deixar de mencionar, por isso, a Pão de Queijaria. Para quem, contudo, gosta de realmente mergulhar na cultura e culinária locais, um bom passeio são os mercados: o Central (que também faz parte do Circuito Liberdade) e o Novo (esse, mais com lojinhas e restaurantes, como, para quem conhece, o Mercado de Pinheiros, em São Paulo). 

Por fim, mas não menos importante, Belo Horizonte também encanta por seu povo: a simpatia e a gentileza das pessoas ali é de se admirar. 

Estar em Belo Horizonte é como estar em uma cidade grande, mas com cara de interior: é calmo, ao mesmo tempo que é vívido. É relaxante, ao mesmo tempo em que nos oferece tantas opções.

Você já visitou a capital mineira?

Pra não fazer desfeita — Andrea Romão

Título: Pra não fazer desfeita
Autora: Andrea Romão
Editora: Duplo Sentido Editorial
Páginas: 48
Ano: 2021

Seguindo em nossa viagem pelo Brasil, com o ônibus da Duplo Sentido Editorial, ainda na região Sudeste, começo com uma pergunta: é possível falar mal de Minas Gerais? Ao menos como turista, acho difícil.

Já tive a sorte de conhecer algumas cidades — Tiradentes, São João del Rei, Belo Horizonte, além daquelas que sempre me deixam em dúvida se fazem parte de São Paulo ou Minas, como Monte Verde e Poços de Caldas — e até mesmo a capital carrega um clima muito gostoso (no sentido da atmosfera do lugar e das pessoas, não necessariamente o tempo climático — este, aliás, bem desfavorável da última vez que estive em terras mineiras…), além de muita cultura (sério, BH tem muito museu incrível!).

“Viver em meu estado e morar numa rua plana é um verdadeiro luxo que ainda não faz parte das nossas vidas”

Através da protagonista Cecília, neste conto vamos conhecendo diversos traços mineiros muito interessantes que, confesso, eu não imaginava.

“Quando se é mineiro, chegar na hora significa chegar meia hora antes”

Toda a história, aliás, gira muito ao redor dessas características tão peculiares e que, colocadas da forma que foram colocadas, conseguem conferir um ar de tensão e, ao mesmo tempo, diversão — para nós leitores — à narrativa.

“Não é possível ter nascido em Minas Gerais e não estar constantemente pensando, considerando e sofrendo pelo sentimento alheio”

O drama de Cecília é que ela tem um namorado ultratímido e gostaria de apresentá-lo à família (pai e mãe apenas) em seu aniversário de 16 anos, mas não fazer uma festa de aniversário para toda a (enorme) família e vizinhança é uma afronta para eles.

“Um bom mineiro fingiria um desmaio para não ter que confrontar alguém”

E é a partir desse “drama” que vamos nos apaixonando cada vez mais pelo “jetim” mineiro, ao mesmo tempo em que torcemos para que Cecília encontre uma solução para a enrascada na qual se meteu.

“A frase ‘vou passar um cafezinho’ é a sentença final para decretar que ninguém irá embora tão cedo”

Aliás — sem spoilers, claro —, o final é muito bom! Então, como não poderia deixar de ser, convido você a ler este conto também. E se você ainda não assinava o projeto quando ele foi enviado, é só clicar aí embaixo para garantir o seu Pra não fazer desfeita.

Para ficar por dentro do projeto e conhecer os contos anteriores, não deixe de conferir as minhas resenhas também: