Título: Modern Love: histórias reais de amor, perda e redenção Original: Modern Love: true stories of love, loss and redemption Organizador: Daniel Jones Editora: Rocco Páginas: 300 Ano: 2020 Tradutor: Ana Rodrigues

Para não deixar dúvidas, hoje eu vou falar sobre o livro Modern Love e não sobre a série que foi inspirada em algumas das histórias que compõem esta obra que, por sua vez, reúne alguns dos textos publicados na coluna homônima do jornal The New York Times. Isso, aliás, é um problema: saber que existe uma coluna recheada de histórias como as que estão neste livro me faz ficar ainda mais obcecada em querer conhecê-las.
“Nos filmes, os gestos românticos funcionam. Mas comigo, na vida real, eles falharam”
Queria dizer, também, que esse foi um livro que iniciei a leitura sabendo que era dele que eu precisava (e agradeço imensamente à Nati por, mais de uma vez, ter dito que eu precisava ler ele e também à Camila, porque graças ao sorteio que ganhei no perfil dela, finalmente pude ter esta obra). Apaixonada por histórias de amor que sou — daqueles romances bem água com açúcar mesmo — eu estava em busca de algo mais real, mais palpável. É isso o que acontece quando a gente cai do cavalo de uma hora para outra, né?
“Fazer papel de boba por amor no fim é sobre você, sobre quanto você tem para dar e as distâncias que está disposta a percorrer para manter seu coração aberto, quando tudo ao redor faz você sentir que deveria se trancar”
Acho que eu posso dizer que a minha leitura desta obra foi catártica e eu amei poder ter encontrado em palavras tantas possibilidades de sentir, de viver e de amar, no sentido mais amplo que essa palavra pode significar.
“Às vezes, não consigo evitar imaginar se os fardos que carregamos não acabam nos carregando”
As histórias que compõem esta obra não são apenas histórias de casais — heteros ou não —, mas, como o próprio nome já diz, histórias de amor, o que pode envolver mãe e filho, amigos, conhecidos. Histórias que podem nos fazer rir, suspirar, chorar, pensar; histórias com finais felizes, mesmo que essa felicidade não esteja onde imaginávamos que ela estaria ou “deveria” estar.
“Compartilhávamos uma história e filhos, mas o que tínhamos já não resultava em um casamento. E tudo bem. Naquela noite, descobrimos um modo de estarmos juntos que funcionava para nós e para nossos filhos”
Já que eu comentei sobre a série antes de iniciar esta resenha, devo dizer que nunca a assisti, mas que enquanto lia o livro eu conseguia compreender porque tiveram a ideia de criar, também, uma série televisiva com essas histórias (e, pelo que vejo falar, as pessoas parecem realmente curti-la). Os relatos são magnéticos e eu terminava a leitura de um e já queria logo iniciar o seguinte, ainda que, muitas vezes, um respiro entre uma história e outra fosse necessário.
“— Ficamos tão obcecados com o emprego que queremos, ou com a pessoa com quem estamos saindo, porque achamos que não haverá outros. Mas sempre há outros”
Algumas histórias, desde o título, parecem surreais, mas é difícil não mergulhar e vislumbrar os acontecimentos que a constroem. O que você esperaria de uma narrativa cujo título é “Primeiro conheci meus filhos, então, a minha namorada. Há uma relação entre todos”? Pois é, eu não sabia o que esperar e fiquei muito grata com a surpresa.
Modern Love me lembrou que cada história é única. Que cada “felizes para sempre” é único. Nem toda felicidade está em uma relação que segue um determinado padrão, até porque, quando falamos de sentimentos humanos, “padrão” é algo que está longe de existir.
“Não há um padrão de como se fazer isso, de como abraçar um ao outro de forma segura e plena depois de uma vida inteira separados”
Este livro é dividido em quatro partes, a saber:
- Em algum lugar lá fora
- Acho que amo você
- Segurando firme nas curvas
- Assuntos de família
Mas não se engane: não ache que você conseguirá prever o que te aguarda em cada uma dessas partes e que basta ler a primeira história para ter uma ideia do que vem a seguir. Como eu disse, as narrativas surpreendem a todo instante.
“Talvez, ao não responder minha mensagem, ele tivesse me dado de presente o resto da minha vida”
Se depois de ler essa resenha você ainda não acredita em minhas palavras, te convido a ler a obra ou assistir a série (primeira temporada | segunda temporada) e depois vir me contar o que achou, claro! A minha vontade é de abraçar esse livro e nunca mais largar.