Fisheye — Kami Girão

Título: Fisheye 
Autora: Kami Girão 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 320 
Ano: 2020 (2º edição)

Uma pessoa querida já te recomendou tanto um livro que a sua curiosidade só aumentava? Pois foi assim que conheci Fisheye, mais de uma vez indicado, sempre com lindas palavras, pela Michelle Pereira.

Dizem que a expectativa é inimiga da apreciação, mas isso não aconteceu com esse livro que superou — e muito — tudo o que eu poderia esperar para esta história.

“Não queria mais promessas sem fundamento”

A narrativa é intensa, bem escrita e propicia ao leitor um mix de emoções que é até difícil colocar em palavras.

“Era sempre mais fácil fugir daquilo que não se quer encarar”

A protagonista, Ravena Sombra, gera, por si só, sentimentos bem contraditórios dentro de nós: de início, ela é a típica popularzinha odiável do Ensino Médio. Mas então ela passa a descobrir coisas sobre si mesma e sobre a vida, transformando-se. E aí é impossível não sentir compaixão e querer abraçá-la, dizendo que tudo ficará bem.

“A imagem que construí na escola não era uma que eu gostaria de carregar para o meu futuro, mas ela me pertencia. Era a minha memória”

Logo no começo do livro encontramos a protagonista ansiosamente se arrumando para uma festa. Mas ela não imaginava que era ali que tudo começaria a mudar e desmoronar.

“Os adolescentes conseguem ser bem maldosos com um pouco de boa vontade”

Ravena fica momentaneamente cega por conta de um flash na balada e isso causa um acidente: um belo tombo, no meio da festa, que ainda vai gerar muitos burburinhos falsos e um belo castigo para ela.

Dias depois, porém, investigando a causa dessa cegueira momentânea, Ravena descobre muito mais, sobre seu passado e seu futuro: ela tem retinose pigmentar.

“Nomes grandes de doenças nunca era bom sinal”

Se você não sabe nada sobre essa doença, tudo bem. Este é um ótimo livro para aprender um pouquinho sobre isso, com a própria protagonista, ao mesmo tempo em que tantos outros assuntos importantes também são discutidos.

“Era diferente encarar o mundo daquela maneira, mas não era de todo ruim”

Acredito que os trechos que já usei até aqui deixam claro que a autora trabalha, na história, muitos aspectos da adolescência e da crueldade que essa fase carrega. Para além do bullying e das aparências, Kami Girão ainda consegue falar sobre as escolhas diante do final da fase escolar e do quão difícil elas são.

“Não conseguia imaginar o que me aguardava do lado de fora da escola. Viver ali era seguro, apesar dos pesares, e a realidade lá fora parecia assustadora”

Fisheye também fala — e muito — sobre relações familiares. Ravena podia não ser a melhor pessoa do mundo no início da história, mas seu lar certamente contribuía para sua personalidade terrível.

“Senti uma lágrima escorrer quando me dei conta de que estava sozinha”

O pai está sempre trabalhando ou aproveitando a vida com a amante; a mãe vive assistindo televisão e se afogando em sua tristeza; a irmã mais velha, quando ainda morava com eles, vivia provocando Ravena.

“Para sobreviver em um mundo de aparências, é necessário obedecer às regras impostas”

Mas nem tudo é maldade e dor neste livro. Ao mesmo tempo em que o mundo de Ravena começa a ruir, entra em cena um personagem capaz de mudar tudo (mais uma vez).

“Era esquisito perceber que o belo e o horrível podiam habitar a mesma pele e montar a feição da  mesma pessoa”

Daniel — também conhecido pelas más línguas por Queimadinho — é um jovem que tem um passado bem pesado, mas que leva a vida de maneira leve e que, com isso, tem muito a ensinar.

“Aquele era um lado de Daniel que eu desconhecia completamente. Mas também era um lado que me fascinava”

É assim que, através dele, a narrativa ainda aborda a importância da verdade, do amor, do cuidado com o outro e de não julgarmos pela aparência, pois o interior sempre esconde muito mais.

“A verdade nem sempre é o caminho mais fácil, mas é o mais adequado em qualquer situação”

Fisheye é uma história na qual podemos acompanhar um grande amadurecimento da protagonista, ao mesmo tempo em que aprendemos e refletimos sobre assuntos diversos, mas intimamente conectados.

“Possuir, no instante de um clique, aquilo que não se tinha mais, registrar momentos usando outras formas de sentir, revolucionar a arte e a percepção de quem enxerga por ser cego e fotografar”

Uma narrativa que facilmente nos leva às lágrimas. No meio do livro, há um interlúdio escrito por Victória, a irmã de Ravena, e se você acha que ali iremos respirar com mais tranquilidade, não se engane: o bolo na garganta só aumenta!

“Não se fica triste com demonstrações verdadeiras de carinho e afeto”

Se você se interessou por Fisheye (e eu espero que tenha se interessado!), clique abaixo para garantir o seu ebook ou entre em contato com a autora para verificar a disponibilidade de um exemplar físico (eu tive a sorte de garantir um e foi nele que realizei minha leitura. Edição excelente!). Aproveita e já segue a Kami nas redes sociais (Instagram | Twitter), para ficar por dentro dos demais trabalhos dela.

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Árvore de espíritos — Michelle Pereira

Título: Árvore de espíritos 
Autora: Michelle Pereira
Editora: Publicação independente 
Ano: 2020

Uma das coisas mais fantásticas sobre fechar parceria com autores (não todos, mas grande parte) é o fato de que podemos conhecê-los melhor, estarmos mais próximos e… sabermos das novidades de antemão!

E a Michelle Pereira é uma dessas escritoras que sempre tem algo novo a mostrar aos seus leitores e que gosta de ouvir nossas opiniões sobre tudo. E foi por isso que seus parceiros (eu inclusa!) tiveram a oportunidade de ler Árvore de espíritos antes de todo mundo.

Trata-se de mais um conto desta escritora que consegue nos surpreender a cada lançamento. Desta vez, a atmosfera é mais sombria e por isso o lançamento oficial (com direito a gratuidade do conto na Amazon) será amanhã, dia de halloween.

Trazendo elementos da cultura japonesa, Árvore de espíritos nos conta a história de dois irmãos — Pam e Tae — que, quando mais novos, viam espíritos. E é com isso que Michelle nos apresenta a coruja que colhe espíritos: o youkai.

“Eu e meu irmão víamos espíritos, uma maldição da qual não pude escapar”

Esta é uma história para nos lembrar que nem tudo é o que parece ser e é muito interessante como o ritmo dela vai crescendo ao longo da leitura, aumentando a nossa tensão, até chegarmos ao desfecho de tudo o que se desenrola.

“As pessoas ao nosso redor me olham com estranheza, mas decido ignorar”

O conto é narrado por Pam, que vive no Brasil, onde já não vê tantos espíritos quanto antes. Mas a história se passa quando, após oito anos, ela retorna ao Japão…. E tudo acontece.

“O que você pensa que está fazendo, Tae?”

Se você quer saber o que acontece com Pam e Tae, clique aqui. Lembrando que o conto estará gratuito de 31/10 a 02/11/2020

Tatianices recomenda [13] — Michelle Pereira

Em tempos de distanciamento social pode acontecer da criatividade aflorar e de sentirmos necessidade de ocupar tempos que antes não eram ociosos. Algumas pessoas, porém, se superam nesse quesito. E hoje, aqui, venho falar especificamente sobre uma delas: a escritora Michelle Pereira.

Eu conheci (infelizmente apenas virtualmente) a autora Michelle Pereira no ano passado, quando demos início a uma parceria. Li todos os livros dela até então publicados e me encantei com a escrita dela, tão plural e criativa.

No dia 9 de abril de 2020, em seu instagram pessoal, a autora pediu para que seus seguidores dessem uma palavra a ela, que, ao longo dos dias, ela escreveria um microconto baseado em cada palavra. Essa é uma forma não apenas de exercitar a criatividade, como também de se aventurar por outros estilos e, claro, praticar a escrita. Uma ótima dica para escritores.

E gente, que presente! A Michelle consegue criar textos muito diversos e completos, mesmo que em poucas palavras. Histórias bem feitas e que, ao mesmo tempo, deixam margens para que nós mesmos nos aprofundemos nelas por caminhos diversos.

Até o momento temos microcontos com as seguinte palavras:

  • Samambaia
  • Horizonte
  • Cobra
  • Pôr do sol
  • Sonoridade
  • Amarelo*
  • Tempo
  • Metálico
  • Delírio

*Amarelo foi uma palavra sugerida por mim e, sabendo que eu gosto de romance, a autora quis escrever algo nesse estilo. Obviamente eu AMEI, mas o que me encantou mais ainda foi o quanto ela conseguiu escrever algo que me remeteu à minha própria história de amor (por si só já intimamente ligada à palavra amarelo), mesmo sem saber tanto sobre ela! É magia atrás de magia que sai das mãos da Michelle.

Mas fala sério, só por essa lista já dá para imaginar o quão desafiadora tem sido essa experiência, não? E a Michelle ainda faz tudo parecer tão natural! Se quiser conferir com seus próprios olhos, você pode ler os textos no instagram ou no Blog dela. Passem lá, leiam os contos e depois voltem aqui para me contar o que acharam. Estou curiosa com a opinião de vocês!

E também deixo aqui minhas resenhas, caso vocês ainda não conheçam as demais obras dela:

Estática Humana — Michelle Pereira

Título: Estática humana
Autora: Michelle Pereira
Editora: Publicação independente
Páginas: 37
Ano: 2019

estática humana blog

Ainda em clima natalino (mas não muito) hoje venho falar para vocês sobre o conto Estática Humana, da autora Michelle Pereira. Uma leitura rápida, mas de tirar o fôlego…

Nesta história conhecemos Sharlenne Marin — ou Lenny — uma policial que nunca levou jeito para a profissão e que, justamente por não ser uma das melhores, quase sempre era escalada para os plantões de natal, que deveriam ser tranquilos. E talvez fossem, exceto em 1989, 1993, 1996 e 1999.

Nesses quatro anos, um crime terrível aconteceu em 24 de dezembro, na Avenida Insular. E, aos poucos, as peças desse grande quebra-cabeça vão se encaixando. Há pistas a cada página (como não poderia deixar de ser, em uma história tão curta e tão intensa quanto essa) e coincidências que podem passar desapercebidas, mas que não deveriam.

E, vejam só: não ser a melhor não significa que Lenny seja incapaz de desvendar grandes mistérios e salvar colegas de trabalho, não é mesmo?

Como sempre, Michelle Pereira pega seu leitor e o amarra às paginas de seu livro, nos fazendo ler com avidez essa história, querendo desvendar o mistério que cerca a Avenida Insular. A linguagem, a construção das cenas e dos personagens são impecáveis. Estática humana é um conto rápido e instigante, capaz de nos mostrar que há seres humanos de tudo quanto é jeito por aí, até mesmo na véspera de natal.

Não deixe de ler Estática Humana e acompanhar Lenny nessa jornada assustadora.

 

 

O preço do céu — Michelle Pereira

Título: O preço do céu — um conto de Guardião do Medo
Autor: Michelle Pereira
Editora: Publicação independente
Página: 19
Anos: 2017

preço do céu

“Não é a natureza que faz uma criatura boa ou má. São as circunstâncias”

Começo a resenha de hoje indo direto ao texto, porque a passagem acima, sem dúvidas, resume muito bem o que encontramos em O preço do céu, um conto de Guardião do Medo que nos apresenta Israel e Selene.

Israel era em grande guardião. Mais exatamente o Segundo Decantador da ordem dos Guardiões da Criação. Selene, sua filha, por outro lado, sempre fora uma criança renegada por tudo e todos (menos por seu pai, Israel, que parecia amá-la e protegê-la a todo custo).

“Todos tinham medo da garota, de sua aparência. Ela não era bonita, achava. Estava enganada, certamente. Sua beleza era sem igual. Imponente, sóbria. Mas estava no lugar errado. Seu tipo de beleza não se encaixava ali. E nunca se encaixaria”

Aos poucos o passado vai se revelando e passamos a compreender que há muito mais por trás do sofrimento de Selene. Ela não é renegada apenas por sua aparência, mas por ser quem é: fruto de um amor proibido e que não foi suficiente para salvar sua mãe.

Assim sendo, Selene só tem ao pai. Mas o amor dele será capaz de mantê-la viva? E se ela sobreviver, o que restará: luz ou sombra?

Quer saber qual é o destino de Selene? Clique aqui.

O passado de Raya — Michelle Pereira

Título: O passado de Raya
Autor: Michelle Pereira
Editora: Publicação independente
Páginas: 36
Ano: 2018

o passado de raya blog

Quando li Guardião do medo, fiquei intrigada com Raya, que diversas vezes fez menção ao seu passado, mas sem explicar o que houvera. Sabendo que havia um conto chamado O passado de Raya, quis, obviamente lê-lo o mais rápido possível.

Já dava para imaginar que Raya era apaixonada por Alexander — isso era o pouco que podíamos deduzir de suas pistas — mas eu não esperava uma história como a que encontrei.

Rayan (seu verdadeiro nome), quando ainda era humana, fugiu com seu noivo e, por isso, eles viviam de favor no celeiro de uma fazenda, cujos donos — Mina, Theodoro e Daniel — eram muito amáveis.

“Havia um belo sorriso em seu rosto, o que me fez concluir que tudo estava bem. Algo que nem sempre era verdade”

Rayan — assim como Alexander em Guardião do Medo — vê criaturas que não sabe o que são e que a assustam. Além disso, o relacionamento de Raya e seu noivo era um tanto quanto conturbado, coisa que, de início, ela não enxergava, devido ao amor que sentia. Aos poucos, porém, esse tal noivo vai revelando sua verdadeira faceta e Raya tem sorte de estar numa fazenda com donos tão gentis e protetores.

No clímax desta história temos um ciúme que cega e torna ainda mais violento o noivo de Raya. Uma história que deveria ser de fantasia, mas que, ao mesmo tempo, revela muito bem a infeliz realidade de tantos relacionamentos. O passado de Raya é pesado, mas seu presente também. E ainda há muito a ser revelado sobre essa personagem intensa e forte.

Se você está em busca de uma leitura mais curta, mas que ainda é intensa e capaz de te fazer refletir sobre um dos sentimentos mais complexos que há — o amor — essa história é pra você!

Quer saber como termina a história de amor de Raya? Então clica aqui.

Miniconto: Protetora — Michelle Pereira

protetora capa

Vocês acreditam que já chegamos ao último miniconto do Arco das Terras Mágicas, escritos pela Michelle? Vai dizer que agosto não passou voando??

Depois de Arvoredo, Chifres e Banho, hoje é a vez de Protetora, um miniconto dolorosamente atual e direto.

Sinopse:

Há um tesouro no interior da floresta e cada uma delas dará sua vida para protegê-lo dos bárbaros.

Protetora é um miniconto do arco Contos das Terras Mágicas, um universo onde mito e realidade se misturam.

Saboreie a rápida leitura de Protetora aqui, de forma totalmente gratuita!

Miniconto: Banho — Michelle Pereira

banho capa

Depois de Arvoredo e Chifres, essa semana é vez de Banho, um miniconto em que a Michelle narra essa ação tão banal e prazerosa de uma maneira que a torna uma experiência única.

Sinopse:

Para algumas criaturas, o banho é dispensável.

Para essa, ele é especial.

Banho é um miniconto do arco Contos das Terras Mágicas, um universo onde mito e realidade se misturam.

Para ler Banho de maneira gratuita e rápida, acesse: bit.ly/contobanho

 

Miniconto: Chifres — Michelle Pereira

chifres capa

Hoje é dia de apresentar a vocês o segundo miniconto do mês, escrito pela autora parceira Michelle Pereira. Um conto ainda mais instigante que o primeiro, porque ao mesmo tempo que nos deixa querendo mais, nos dá uma sensação ótima de completude. Uma história linda!

Sinopse:

Quando seu cachecol vermelho foi levado pelo vento, ela teve medo de assustar o cavalo branco que observava.

No entanto, isso o trouxe para perto.

Chifres é um miniconto do arco Contos das Terras Mágicas, um universo onde mito e realidade se misturam.

Para ler “Chifres” basta clicar aqui. Lembrando que a leitura é gratuita (e que vale a pena!)

Miniconto: Arvoredo — Michelle Pereira

Arvoredo capa

Nesse mês de agosto a parceira Michelle Pereira resolveu divulgar alguns minicontos seus, que estão disponíveis para leitura gratuita lá no Sweek! É uma ótima chance de conhecer um pouquinho do trabalho maravilhoso que ela desenvolve.

A cada semana, portanto, vou trazer para vocês a sinopse do conto da semana e o link, para que vocês possam conferir com seus próprios olhos. O conto dessa semana chama “Arvoredo” e eu achei ele super misterioso!

Sinopse:

“Cas sempre disse a ela para atravessar o arvoredo ao ir para a escola. Mas nunca disse o porquê.

Aquele era o dia de descobrir.

Arvoredo é um miniconto do arco Contos das Terras Mágicas, um universo onde mito e realidade se misturam”.

Para ler Arvoredo basta acessar: bit.ly/contoarvoredo