Profissão fangirl foi uma leitura que me tocou de maneiras que eu não imaginava que uma obra com este título poderia me tocar. E por mais que eu tenha escrito uma resenha de todo coração, sei que muita coisa ficou de fora dela. Inclusive alguns trechos, que agora trago aqui.
Como não poderia deixar de ser, começo este post lembrando que a história retrata o término de uma relação que já durava cinco anos, mas que também ainda existia apenas por comodismo (coisa que, claro, os personagens só percebem depois):
“Eu me perguntava o que doía mais, ele ter ido embora agora ou ter que admitir que ele já tinha ido tempos atrás”
“Por algum motivo sombrio eu precisava rever todas as lembranças do nosso relacionamento naquele momento”
“Finalmente eu coloquei o ponto final, falei o que eu queria e me sentia mais leve por isso”
Mas a história, claro, não fala apenas sobre corações partidos. Ela fala — e muito — sobre amizade:
“Essa era a melhor parte de ter melhores amigas, elas nem sempre vão te entender, mas isso não quer dizer que elas não vão estar sempre ao seu lado”
E também sobre força:
“Eu te vi chorar vezes o suficiente para saber que você não está fugindo, Alice. — Eu sorri com a lembrança de sua presença nas duas crises de choro que eu tinha tido. — E também te vi se esforçando para ser feliz de novo, e pra mim isso mostra o quanto você é forte”
E até mesmo sobre amor. Porque, afinal, nosso coração sempre tem a chance de se recuperar de grandes dores:
“Foi isso o que me chamou atenção, a forma como ele conseguia fazer o mundo inteiro parecer girar ao meu redor com um simples olhar”
Se você quer saber mais sobre esse livro, não deixe de ler a minha resenha, garantir logo o seu exemplar (é só clicar aí embaixo) e, claro, seguir a autora em suas redes sociais (Instagram | Twitter)!
Título: Profissão fangirl
Autora: Ana Farias Ferrari
Editora: Publicação independente
Páginas: 258
Ano: 2022
Você já teve a sensação de que um livro foi escrito para você ou sobre você?
Pois ao iniciar a leitura de Profissão fangirl eu tive essas duas sensações juntas.
Logo de cara, um livro que — infelizmente — tocou diretamente no meu coração.
“Amiga, desculpa, mas que idiota! Quem termina por mensagem?”
A sensação de tamanha identificação foi estranha, porque ao pegar Profissão fangirl para ler, eu imaginava uma protagonista muito distante de mim, uma vez que nunca fui uma pessoa com ídolos que admire tanto a ponto de me considerar uma fangirl.
Seguindo a leitura, porém, a impressão de que o livro era sobre mim foi logo substituída pela sensação de um livro escrito para mim. E para tantas pessoas que certamente precisam desta leitura.
“A gente sempre acha que a melhor época da nossa vida ou já passou, ou vai chegar, em vez de tentar aproveitar a época em que estamos vivendo”
Como dito ali no início, essa história começa com o término de um relacionamento de cinco anos entre Alice e Diego, deixando a protagonista completamente sem rumo.
“Durante todo o resto da manhã fui fazendo as tarefas automaticamente enquanto deixava minha mente vagar pelos últimos cinco anos da minha vida, todos aqueles em que o Diego esteve presente”
Conversando sobre o acontecimento com suas inseparáveis amigas, porém, Alice percebe que tem muito mais coisa fora do lugar em sua vida.
“Por quase dois anos eu estava acomodada a um emprego que não era nada daquilo que eu queria, e se eu tinha aprendido alguma coisa com o meu relacionamento é que não dá para continuar em um lugar só porque é confortável, eventualmente você vai receber uma mensagem te dizendo que tudo acabou e o que vai restar é o vazio de saber que você só estava ali por medo de mudar”
Decidida a recomeçar — e talvez um pouco alcoolizada também — Alice resolve acompanhar a turnê dos The Rabbits, sua amada banda que, de repente, ela descobre que estará no Brasil em breve. E claro que, para esse momento, ela também decide reativar o blog que criara, anos antes, com as amigas.
“Eu precisava descobrir de novo o que era ser feliz, e não era me adequando aos padrões dos outros que eu conseguiria isso”
Após pedir demissão do emprego que não a fazia feliz, Alice embarca para Belo Horizonte, onde acompanhará sozinha o primeiro show, e depois para o Rio de Janeiro, onde ficará alguns dias na casa de seu amigo Fred e cidade na qual acompanhará o segundo show da banda.
“A felicidade é feita de momentos, e o responsável por fazer esses momentos existirem somos nós!”
Mas é claro que essas viagens não seriam transformadoras por si só. O que mais mexe com Alice, para além das tantas mudanças com as quais ela tem de lidar ao mesmo tempo, é o fato dela ter conhecido Theo, uma figura misteriosa, distante, mas que tem seus motivos e suas vivências para ser assim.
“— Eu sei o que é estar em um relacionamento ruim e em um emprego que você odeia — ele disse, e agora seu sorriso parecia triste. — Nem todo mundo tem coragem de admitir isso e fazer algo para mudar”
É difícil essa história não mexer em algum nível com você. E eu preciso deixar bem claro aqui que mesmo que você ache que shows e a vida de uma fangirl não têm nada a ver contigo, a narrativa desta obra vai muito além disso: ela fala sobre sentimentos, perdas, inseguranças, felicidade. Fala sobre relacionamentos e amizades e aborda cada tema de maneira leve e madura, nos arrancando suspiros, risadas, lágrimas e muita vontade de viver um final feliz.
“Eu só quero descobrir o que é ser feliz de novo, sabe? Aos quinze anos eu sabia de alguma coisa que hoje eu já não consigo mais lembrar”
A narrativa em primeira pessoa nos permite um mergulho no universo da protagonista, tornando a leitura ainda mais intensa. A construção da narrativa também ajuda a tornar os acontecimentos factíveis, nos aproximando ainda mais de cada linha desta história.
“Droga, como alguém podia ser tão ignorante dos próprios sentimentos?”
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Ah, e se por acaso você prefere ler fantasias, Ana Farias Ferrari também é autora de Os guardiões dos livros. Não deixe de conferir a resenha!