Claro que eu escrevi uma longa resenha de Proibidos de esquecer, da Tayana Alvez, mas acabei deixando de fora dela muitos lindos trechos, que hoje trago aqui.
Relembro que a obra não está mais disponível para leitura, mas que fica a torcida para que, num futuro não muito distante, ela ganhe uma nova edição.
Proibidos de esquecer é uma narrativa que carrega em si muitas dores.
“Engulo em seco, porque o vazio que luto constantemente para esquecer ainda dói”
“É sempre mais difícil ver o que dói na gente, né?”
Parte dessas dores é causada por um dos sentimentos mais puros e intensos que existem: o amor. Em todas as suas formas.
“A gente sempre vai olhar para outra pessoa e pensar que seria mais feliz se…”
“O término do nosso casamento não me tirou só a minha esposa, mas a minha melhor amiga”
“Como a gente pode amar alguém que não conhece? Como a gente pode carregar tanta culpa por algo que não fez?”
As perdas também se fazem presentes ao longo desta história.
“Quando o perdi, muito de mim foi perdido também”
“É engraçado como quando a gente está feliz, sente que tudo vai durar para sempre”
“E depois que a gente tem nossa alma partida, nunca é fácil sair do único lugar onde achamos conforto”
Mas se engana quem pensa que este é livro simplesmente triste, daqueles capaz de nos deixar apenas destruídos (deixa também, mas calma lá). Proibidos de esquecer também nos faz ter vários insights positivos sobre a vida.
“As coisas que não duram para sempre também dão certo. Só que no tempo delas”
“Tem reencontros que a gente acha que nunca vão acontecer”
E esta narrativa ainda traz uma definição bem interessante para a inveja.
“Inveja não é querer o que alguém tem, isso é cobiça. Inveja é querer que alguém não tenha alguma coisa”
Por fim, esta é, ainda, uma história sobre recomeços e sobre dar novos rumos às nossas vidas, apesar de tudo.
“No Rio eu sou ‘o pai do Roger’, ‘o pai daquele menino que…’, e eu simplesmente não consigo mais lidar com isso”
Vai me dizer que depois desses lindos trechos você não ficou com vontade de conhecer mais da escrita da Tayana Alvez? Então já segue a autora em suas redes sociais (Instagram | Twitter) e não perde mais nada dela!
Se você já leu minha resenha de Fisheye, da Kami Girão, deve ter percebido que esta é uma história muito bonita e interessante. Por isso, hoje trago aqui alguns dos trechos que ficaram de fora do post anterior.
Uma das coisas que me chamou a atenção na narrativa foi o humor ácido da protagonista, que a cada página fica mais e mais justificado diante de tantos percalços vividos por ela.
“E ri porque era humilhação demais para que eu me atrevesse a chorar”
A história tem como tema central a perda da visão de Ravena Sombra, mas ela também trata de muitos outros tipos de perdas.
“Ainda doía perceber que minhas amizades haviam morrido”
“Mas nem mesmo uma aceitação prévia consegue evitar a dor de perder alguém”
E também fala sobre o medo e o poder (muitas vezes negativo) que esse sentimento tem.
“Tinha tanto medo que já estava sufocada por ele”
Outro ponto interessante de Fisheye é a presença da internet (de maneira até que bem marcante) na construção de algumas das relações humanas ali retratadas.
“A gente nunca é pessoalmente o que parece ser pela internet”
Com estes trechos e este breve post, reforço minha recomendação para que você conheça esta obra tão sensível e importante! Não deixe de ler a resenha se você nunca ouviu falar sobre este livro e, claro, já garante o seu exemplar.
Daquelas leituras que entregam muito mais do que se espera, ano passado tive a oportunidade de ler Teto para dois(Beth O’Leary) e me surpreender com uma história cheia de nuances, que me deixou bem reflexiva.
Por isso, apesar de ter deixado apenas algumas poucas passagens de fora da resenha, não poderia deixar de trazê-las aqui.
Teto para dois é uma narrativa que vai, aos poucos, nos fazendo enxergar um relacionamento abusivo.
“Sem ele, eu me sinto… perdida”
“Você é linda e eu nunca vou machucar você como ele fez”
Também é uma história que nos faz refletir sobre a síndrome do impostor (que atinge principalmente as mulheres).
“Eu me sinto uma fraude. Quer dizer, trabalhei quase em tempo integral no livro dela nos últimos meses, mas também reclamei demais e não paguei a ela um bom adiantamento, na verdade”
Abordando tais temas, o livro não poderia deixar de retratar, também, como a terapia pode ser (e realmente é) de grande ajuda.
“Achei que ela fosse me dizer o que tem de errado comigo. Em vez disso, meio que descobri algumas coisas sozinha… o que eu não teria feito sem ela sentada ali. Muito estranho”
Teto para dois tem uma protagonista contagiante, dona de uma força que ela mesma não reconhece, e encantadora.
“Tiffy é tão impulsiva que é contagioso”
Se você não conhece muito desta história, te convido a ler minha resenhaaqui e, claro, já garantir o seu exemplar (físico ou digital).
Calma, não vai embora ainda não! Semana passada escrevi um post sobre os cinco anos do Blog das Tatianices e gostaria de avisar que ele já está atualizado com a vencedora do sorteio de cinco livros nacionais que preparei. Corre lá para conferir.
Fiquei muito feliz com as respostas recebidas no formulário e espero poder continuar trazendo bons conteúdos por aqui. Saiba que vou sempre levar em conta os comentários feitos, bem como vou prestar mais atenção às categorias preferidas por vocês!
Aproveito para lembrar que este espaço está sempre abertos a comentários, seja por aqui, seja por email!
E aos que não conhecem ou não assinam (gratuitamente) a newsletter do Blog, fica aqui o meu convite: clicando no link abaixo você pode ler os textos anteriores e se inscrever para receber os próximos. É só um textinho por mês, diretamente no seu email.
A maior resenha que escrevi ano passado (e talvez em toda a minha existência) foi, sem dúvidas, a da obra Clichês em Rosa, roxo e azul, da autora Maria Freitas, uma antologia com diversos contos com protagonismo bissexual.
Apesar da imensa resenha, comentando conto a conto, inúmeros quotes ficaram de fora, então hoje talvez tenhamos outro post imenso (e já peço desculpas por isso, mas eu não poderia deixar de compartilhar tantas frases marcantes por aqui).
Inclusive, gostaria de começar ressaltando as frases que falam sobre o tema central: a bissexualidade (e outras tantas formas de amar).
“Pensar nas coisas que nós temos que esconder me destrói”
(Conto: Mas… e se?)
“Como contar para a sua irmã que você está encantado por uma garota… e por um garoto também?”
(As razões de Henrique)
“Sempre achei aquela garota magnética”
(Conto: um corpo de verão)
“Eu já me esforçava para amar as minhas próprias imperfeições. Não seria tão difícil assim amar as dela também”
(Conto: um corpo de verão)
“Olho por cima do peito de Felipe e vejo que ele e Ana estão de mãos dadas. Não sinto ciúme. Sinto que tudo está certo. No lugar. Como o prólogo de um livro bom: apenas começando uma nova história”
(Bregafunk do amor)
Mas os contos não são só sobre isso. Cada história, a seu modo, entrega muito mais. Há, por exemplo, diversas passagens sobre a solidão.
“Como dizer a ele que receber um milhão de mensagens não afasta a solidão?”
(Azeitonas)
“Talvez a melhor coisa que eu faça nessa minha vida seja realmente seguir em frente”
(Azeitonas)
“A solidão era uma constante na minha vida”
(Bregafunk do amor)
“Eu conheço tão bem a solidão nos olhos de uma pessoa. Tenho espelho em casa”
(Bregafunk do amor)
E também sobre o medo.
“Você tem razão, eu estou feliz e tenho medo de perder isso”
(Conto: Mas… e se?)
“Tenho medo de voar e cair”
(Conto: Mas… e se?)
“Mas, agora, deitado ali, percebo que não ter medo é quase impossível quando se está feliz”
(Conto: Mas… e se?)
“Era como se ela quisesse se fechar em uma casca, onde ninguém pudesse atingi-la, onde ninguém pudesse chegar até ela”
(Conto: um corpo de verão)
O livro fala, ainda, sobre a falta e a tristeza que todos os sentimentos mencionados até aqui podem gerar.
“Abraço essa mulher como se nunca mais fosse abraçar alguém na vida”
(Conto: Mas… e se?)
“Nessa nossa vida, a gente precisa se acostumar com a falta”
(Conto: Mas… e se?)
“É difícil hoje, foi difícil ontem, mas espero que não precise ser difícil amanhã.”
(Azeitonas)
“E, nesse jogo de War, não quero que a tristeza conquiste todos os meus territórios”
“Preciso estar em movimento, sempre, senão minha tristeza me engole”
(Um papai Noel de outro planeta)
A verdade é que o conjunto da obra nos faz refletir — e muito — sobre a complexidade das relações humanas, seja com o outro, seja com nós mesmos.
“A época que morei com a minha avó foi muito difícil, tipo, muito mesmo. Acho que não me adaptei à cidade grande até hoje. Barulho demais, longe demais, carros demais. Gente demais. Talvez seja por isso que escolhi fazer minha faculdade no interior, perto de onde cresci. Sei lá, eu devo ser uma pessoa de raízes”
(Conto: um corpo de verão)
“Homens héteros (e cis) têm muitíssima dificuldade em demonstrar qualquer tipo de afeto básico por medo de ferir sua pobre masculinidade frágil”
(Conto: um corpo de verão)
“Sinceramente, às vezes eu ficava na dúvida se estava apaixonada ou tendo um ataque cardíaco”
(Conto: um corpo de verão)
“Tentei explicar coisas que eu nem sabia que estava guardando dentro de mim”
(Conto: um corpo de verão)
“Bia, só a gente sabe a nossa dor”
(Conto: um corpo de verão)
“Quando nossos olhos se cruzam, sinto que perdi tudo”
(Estrela e a flor)
“Algumas coisas são facilmente substituíveis, outras não”
(Azeitonas)
“Não fomos capazes de enfrentar nada, não é? Você era a minha pessoa, como foi que a gente se perdeu?”
(Azeitonas)
“Ultimamente, vinha respondendo todo mundo no automático, sem realmente me conectar com ninguém”
(Azeitonas)
“Desde o meu último namoro — que deu completamente errado —, jurei que não seria trouxa. Fui trouxa”
(As razões de Henrique)
“Só sabia sentir e sentia demais”
(As razões de Henrique)
“Mesmo sendo nova na cidade, dá para perceber que, ainda que também haja conflitos e diferenças, as pessoas daqui são mais acolhedoras”
(Bregafunk do amor)
“Sou extremamente grata por tudo que ela fez desde que eu cheguei aqui, aliás de antes. Minha vida andava muito vazia até que ela me acolheu e me trouxe para cá. Me sinto abraçada todo dia”
(Bregafunk do amor)
“De alguma forma, esse olhar me reflete e me completa”
(Bregafunk do amor)
“Ele foi meu fã, quando tudo o que eu queria era um amigo”
(Bregafunk do amor)
E também nos lembra da importância da comunicação, tão subestimada nos dias de hoje.
“As palavras se perdem dentro de mim”
(Conto: Mas… e se?)
“Mas pra uma conversa existir é preciso que as duas partes queiram falar e ouvir”
(Azeitonas)
“Às vezes, acho que essa sensação de que alguém está apertando minha garganta, impedindo o ar e as palavras de saírem, nunca mais vai embora”
(Um papai Noel de outro planeta)
Não posso deixar de trazer, também, algumas reflexões importantes sobre o tempo, o fracasso, a decepção.
“Detestava perder tempo. Sabia que o relógio andava rápido demais”
(As razões de Henrique)
“E a pergunta mais difícil de responder, no fim das contas, é: quem é que vai nos enxergar, se estamos todos com pressa?”
(As razões de Henrique)
“Tecnicamente, o próprio tempo-espaço encontra maneiras de colocar tudo no lugar e de curar a si mesmo”
(Um papai Noel de outro planeta)
“Fracasso é não saber a hora certa de desistir, o momento oportuno para abandonar o barco e começar a nadar”
(As razões de Henrique)
“Não sei o que acontece, mas toda vez que me decepciono com algo uma dor crescente invade meu peito, causando um calafrio horrível. Uma vontade de levantar e ir embora. Fugir”
(Bregafunk do amor)
“Lembro da frase que minha psicóloga sempre usa: ‘Estar vivo é decepcionar e ser decepcionada’”
(Bregafunk do amor)
“Estou ainda mais decepcionada comigo mesma, por querer tanto algo e não ter a capacidade de expressar em palavras meus desejos”
(Bregafunk do amor)
A obra te interessou? Então não deixe de ler a resenha completa e, claro, garantir o seu exemplar.
Profissão fangirl foi uma leitura que me tocou de maneiras que eu não imaginava que uma obra com este título poderia me tocar. E por mais que eu tenha escrito uma resenha de todo coração, sei que muita coisa ficou de fora dela. Inclusive alguns trechos, que agora trago aqui.
Como não poderia deixar de ser, começo este post lembrando que a história retrata o término de uma relação que já durava cinco anos, mas que também ainda existia apenas por comodismo (coisa que, claro, os personagens só percebem depois):
“Eu me perguntava o que doía mais, ele ter ido embora agora ou ter que admitir que ele já tinha ido tempos atrás”
“Por algum motivo sombrio eu precisava rever todas as lembranças do nosso relacionamento naquele momento”
“Finalmente eu coloquei o ponto final, falei o que eu queria e me sentia mais leve por isso”
Mas a história, claro, não fala apenas sobre corações partidos. Ela fala — e muito — sobre amizade:
“Essa era a melhor parte de ter melhores amigas, elas nem sempre vão te entender, mas isso não quer dizer que elas não vão estar sempre ao seu lado”
E também sobre força:
“Eu te vi chorar vezes o suficiente para saber que você não está fugindo, Alice. — Eu sorri com a lembrança de sua presença nas duas crises de choro que eu tinha tido. — E também te vi se esforçando para ser feliz de novo, e pra mim isso mostra o quanto você é forte”
E até mesmo sobre amor. Porque, afinal, nosso coração sempre tem a chance de se recuperar de grandes dores:
“Foi isso o que me chamou atenção, a forma como ele conseguia fazer o mundo inteiro parecer girar ao meu redor com um simples olhar”
Se você quer saber mais sobre esse livro, não deixe de ler a minha resenha, garantir logo o seu exemplar (é só clicar aí embaixo) e, claro, seguir a autora em suas redes sociais (Instagram | Twitter)!
Se tem uma autora que eu amo, essa autora é Tayana Alvez! A escrita dela envolve, encanta, fascina.
Quem não acompanha o trabalho da Tay, contudo, provavelmente não sabe que muitos dos livros que li (e que já resenhei por aqui) foram retirados da Amazon, pois ela está se reposicionando no mercado literário.
Os quotes que trago hoje são de um desses livros. Porém, não posso deixar de compartilhar essas passagens, tanto para que você tenha um gostinho do que perdeu, quanto para que você entenda o quão incrível essa autora é.
Proibida de amar traz a história de uma jovem com um passado por si só complexo, mas que, além de tudo, está tentando se recuperar de um relacionamento extremamente tóxico.
“Só que, Lavínia, eu ainda cresci sem a presença do meu pai, e isso dói”
A protagonista foi mãe muito cedo, e tem de lidar com as responsabilidades dessa condição, ao mesmo tempo em que luta para se livrar de amarras tão dolorosas.
“Não choro, mas sofro”
O livro carrega uma profundidade e uma densidade que não temos como ignorar, como é típico das histórias de Tayana.
“Então talvez o para sempre exista mesmo, só não seja para mim”
“Eu precisava de pelo menos mais um dia perfeito antes de tudo acabar”
Mas também tem o seu toque de leveza, que torna a leitura extremamente prazerosa.
“Oliver me mostrou o lado bom de estar com outra pessoa”
Uma narrativa que nos faz, ao mesmo tempo, refletir, rir, chorar, amar, se desesperar. E que, com o seu toque sutil, vai nos marcar das mais diferentes formas.
“No dia a dia, contudo, aprendi com minha mãe que as coisas que as pessoas falam de mim não dizem nada sobre mim, dizem sobre elas”
Para não perder mais nenhum trabalho da Tayana, recomendo que você acompanhe as autoras em suas redes sociais (Instagram | Twitter). E se quiser conhecer melhor a história de Proibida de amar, leia a resenha aqui. Se quiser saber que histórias da autora você ainda encontra na Amazon, basta clicar aqui.
O tanto de quotes que eu tenho desse livro daria para escrever uma nova história. Então senta que lá vem post grande!
“Não acredito na ideia de felizes para sempre. Por que tem que ser eterno pra ser verdadeiro?”
Costumo pensar que se você quer saber se eu realmente gostei de um livro, basta ver quantos trechos destaquei nele (apesar de ter livros tão bons que eu não consigo escolher pequenos trechos, mas páginas inteiras, então acabo não destacando quase nada).
“É engraçado como nunca pensamos nas decisões simples e fugazes que fazemos todos os dias”
Cada trecho significa identificação, compreensão ou apenas o fato de algum pensamento importante ter surgido em mim por causa dele.
“O ser humano pode ser monstruoso. Mas nós também temos algo que ninguém mais tem. Nós podemos amar, de verdade e com todo o coração”
E é gostoso voltar a esses trechos e, às vezes, dar novos significados a eles. Ou novas importâncias.
“Por um tempo, deixamos que a música fizesse o que música faz. Deixamos ela nos curar”
100 canções para salvar a sua vida, da Camila Dornas, foi, sem dúvidas, uma leitura intensa.
“Poucos meses mudaram tudo. Duas daquelas pessoas estavam mortas. As que foram deixadas para trás quebradas demais para um dia serem consertadas”
E a história já começou me conquistando ao falar de São Paulo de uma forma que não poderia ser mais verdade.
“São Paulo era um completo caos, mas era meu caos, e eu adorava”
Mas outro tema que me é tão caro e que tanto me fez querer ler este livro foi, claro, a música, tão presente em cada momento da narrativa.
“Gostava do jeito como ele articulava as palavras quando discutia música, como se mal pudesse contê-las”
“Ambos acreditavam que a música certa podia salvá-los”
“Chorei com apenas aquela canção como companhia. E, ao menos por um momento, foi o suficiente”
“Observá-lo era como ouvir uma canção calma depois de um dia frenético”
“Ouvimos a música em silêncio, naquele limbo onde nossos problemas foram temporariamente esquecidos”
“Algo extraordinário acontecia quando ele se conectava com uma canção”
Uma história que fala, também, sobre perdas e finais (com ou sem despedidas).
“Porque você está aqui agora. E talvez você não signifique muito para o resto da eternidade, mas significa o mundo para quem está do seu lado. E isso vale a pena. As coisas não precisam ser pra sempre para merecerem ser vividas”
“Nunca pensamos muito na morte. Em quão súbita e sem sentido é”
“Acho que é o que acontece quando alguém que você ama para de existir. A parte que eles ocupavam simplesmente fica lá, vazia”
“Mais que nunca, quis poder abraçá-la, dizer que ficaria tudo bem. Mas era tarde demais”
E, sem dúvidas, uma história sobre empatia e dores que nem sempre podemos compreender.
“Algo nela se quebrou irremediavelmente naquele dia”
“— Nós não fomos as únicas pessoas que ela machucou ao deixar pra trás, Ali”
“Não é apenas sobre pessoas extraordinárias, mas dores extraordinárias”
Sobre sermos, antes de mais nada, humanos.
“Não tem nada errado em querer alguma ajuda de vez em quando”
“O silêncio costuma incomodar as pessoas, porque tem uma capacidade singular de te deixar completamente exposto a si mesmo”
“Não entendo por que estamos tão desesperados para esconder nossas próprias falhas”
“Mas ninguém nunca vê nada exatamente igual à outra pessoa. Nossa realidade é totalmente afetada por quem nós somos”
“Lágrimas contidas são como veneno. Confie em mim, eu sei”
100 canções para salvar sua vida é, ainda, sobre termos nossos vícios, sejam eles saudáveis ou não.
“— Ele é um bêbado. Começou quando minha mãe morreu e nunca mais parou. A bebida o transformou em uma pessoa completamente diferente. Eu já tentei de tudo pra recuperar o homem que ele foi, mas em algum ponto temos que desistir de quem não quer ser salvo”
“Para ela, a adrenalina era uma droga”
E no meio de tanta coisa, ainda sobre espaço para passagens leves, recheadas de amor e de personagens marcantes a seu modo.
“Valentina tinha o tipo de sorriso que mudava o mundo”
“Nós dançamos, e parecia que eu o conhecia, que entendia a energia dele”
“Ele era como um dia de sol logo depois de uma tempestade”
“Acho que nunca me acostumaria à sensação de vê-lo sorrir”
Se você se interessou por essa história e quer saber mais sobre ela, não deixe de ler a resenha e de garantir seu exemplar clicando abaixo.
Gosto de livros que ecoam e ainda me deixam pensando sobre eles mesmo tempo depois de terminar sua leitura.
Resto qui (Marco Balzano), já resenhado neste post, é um desses livros e, felizmente, hoje tenho a oportunidade de revisitá-lo, trazendo para o Blog mais alguns trechos desta obra.
“Credevo che mi potessero salvare, le parole”
(Eu acreditava que as palavras pudessem me salvar)
A história fala muito — e acredito que deixei isso claro na resenha — sobre (des)pertencimento.
“Ci eravamo abituati a non essere più noi stessi”
(Nós nos acostumamos a não sermos mais nós mesmos)
“– Mamma io voglio andarmene da questo posto. Qui non posso nemmeno più andare a scuola”
(— Mamãe, quero ir embora deste lugar. Aqui não posso sequer ir à escola).
O livro também trata da questão de como a língua que falamos (ou não) é importante no processo acima mencionado.
“In pochi a Curon sapevano leggere, ma nessuno capiva quella lingua che era solo la lingua dell’odio”
(Poucos em Curon sabiam ler, mas ninguém entendia aquela língua que era só a língua do ódio)
“Di fargli imparare una poesia pensai che se non me l’avessero fatto odiare dal profondo delle viscere era una bella lingua, l’italiano. A leggerla mi sembrava di cantare”
(De fazê-los aprender poesia, pensei que se não me tivessem feito odiá-la das profundezas das minhas vísceras, seria uma bela língua, o italiano. Enquanto o lia, parecia que eu cantava)
Como já era de se esperar e imaginar, a obra fala, ainda, sobre as dificuldades do viver.
“Perché vivere vuol dire per forza andare avanti?”
(Por que viver significa, necessariamente, seguir em frente?)
“Nulla è più impietoso della neve che ti cade addosso”
(Nada è mais impiedoso que a neve que cai sobre você)
Uma narrativa, por fim, que nos lembra da pureza das crianças, mesmo em um mudo tão machucado e dolorido.
“Vedrai, ti farà bene stare coi bambini, sono molto meglio degli adulti”
(Você vera que te fará bem estar com as crianças, são muito melhores que os adultos)
Resto qui me apresentou uma Itália que, mesmo estudando tanto sobre o país, eu não conhecia e que, apesar de retratar algo tão triste, era preciso conhecer. Se você quiser saber do que estou falando, não deixe de ler a resenha e, claro, a obra completa.
Espero que não seja segredo para ninguém, mas caso ainda seja, aqui vai uma revelação: sou apaixonada pela escrita do Maicon Moura.
E por falar em segredos, hoje trago mais alguns quotes de O segredo de Susan, uma obra que nos envolve e nos faz pensar sobre os diversos temas (difíceis) que ela aborda.
“Marcas quase esquecidas de uma violência sem razão”
Dentre eles, podemos mencionar a questão da confiança e da verdade.
“Confiança só existe uma vez. Ter a confiança de alguém é muito importante. Bom, apenas se essa pessoa não tiver te sequestrado por tanto tempo”
“O mundo quer enganar você. E que você engane de volta. Ele quer que você entenda que está tudo bem, ele quer que você sorria enquanto a televisão te mostra um corpo de uma mulher num beco”
As marcas de um doloroso e obscuro passado (vivido pela protagonista e ignorado por todos).
“Os hematomas em seu braço mostram que o escuro ainda caminha com ela”
“Linhas brancas, acima dos meus joelhos, mostram que em algum momento eu não fui feliz”
“Nesse escuro eu me sentia salva”
Um livro que fala, em suma, sobre as complexidades da vida de uma maneira diferente daquela que podemos estar acostumados.
“Foi nesse momento que eu entendi que existem dois mundos”
“Com onze anos, eu não quero me preocupar com o futuro”
E sobre a passagem do tempo, por mais intrincada que ela possa ser na própria narrativa apresentada.
“Temos todo o tempo do mundo para corrigir nossos erros.
“Só que o tempo, ele pode ajudar de alguma maneira e muitas vezes melhorar isso”
O segredo de Susan é uma leitura que nos deixa de boca aberta e cabeça fervilhando. Se quiser conferir a resenha, clique aqui. Para acessar o ebook (disponível também no Kindle Unlimited), basta clicar abaixo. E não deixe de acompanhar o trabalho do Maicon em suas redes sociais (Instagram | Linkedin).
A longa noite de Bê, obra do autor Fernando Ferrone, foi uma leitura que fiz em janeiro e que, felizmente, se faz presente até hoje em meio a reflexões e lembranças.
Na resenha, alguns trechos que gostei ficaram de fora e agora você pode conferi-los aqui. É o caso, por exemplo, das passagens que falam sobre as energias que gastamos (ou não) com os outros.
“O nosso corpo não é feito pra suportar o ódio. Odiar alguém requer muita energia”
“Eu precisava não me preocupar tanto se quisesse ter energia para me preocupar sempre”
A história também aborda, de diversas formas, a presença, a ausência, o pertencimento,temas que, por si só, já têm muito a despertar em nós.
“Ele nunca te fez falta porque nunca se fez presente. Não tem como sentir saudades do que nunca se conheceu”
“Naquele momento, tive uma sensação que não experimentava há anos: senti um despertencimento”
A longa noite de Bê fala, ainda, sobre o tornar-se mãe (principalmente sem planejamento e sem realmente desejar isso).
“Naquele instante, Lila era uma forma vazia dentro de um espaço vazio”
“Sendo então duas pessoas, Lila sentiu-se nenhuma”
Uma coisa que gostei muito ao longo da leitura foi a forma como o autor trabalhou lugares comuns (não apenas da literatura), nos dando novas perspectivas em relação a eles.
“Esse prazer de rever pela última vez os momentos marcantes da nossa vida antes de não ter mais vida não existe”
Uma obra múltipla, que vale muito a leitura, assim como o primeiro livro do Fernando, À deriva. E se você quiser saber mais sobre eles e conhecer um pouco do autor, não deixe de assistir esse bate-papo que tive a oportunidade de participar (e mediar) lá na Livraria Ponta de Lança.