A vingança é verde esmeralda — Renata De Luca

Título: A vingança é verde esmeralda 
Autora: Renata De Luca
Editora: Publicação independente
Páginas: 240
Ano: 2023

Sinopse

“Eu morri! Por isso, vocês estão assistindo a este vídeo. E não tenho dúvida, embora não possa provar, de que fui assassinada pelo meu marido.”

A mulher que acusa o marido de feminicídio é a Princesa Nabilah, jovem esposa do bilionário Sheik Raed. O vídeo viraliza na internet e se transforma num escândalo planetário.

Mas onde está o corpo? E se ela não morreu, como e por que sumiu levando uma esmeralda rara? A busca por Nabilah — viva ou morta — e pela joia valiosíssima é o fio condutor da história que tem como pano de fundo a violência contra a mulher.

Raed, o marido poderoso, nega as acusações, diz que é vítima da mente doentia da esposa. Jamile, tia da Princesa, tenta provar o contrário. Para isso, se une ao detetive Michel Blum (que está de olho na esmeralda) e Simone, influencer com milhões de seguidores.

A trama viaja pelo Oriente Médio, Europa e Brasil num enredo cheio de reviravoltas, em que os personagens usam a imprensa e as redes sociais para criar fatos e desenvolver estratégias.

Resenha

Você já ouviu falar na Estrela do Cerrado?

Trata-se de uma jóia raríssima e extremamente cobiçada, que pertencia a Luli de Almeida Leal, até o seu roubo milionário, contado nesta história aqui, que se passa no Carnaval de 2014.

Em A vingança é verde esmeralda, a tal joia entra em cena novamente, numa narrativa ainda mais eletrizante, que envolve a fuga de uma princesa, a acusação de violências cometidas por um sheik e muita sede por justiça.

“O Sheik não seria eternamente dono da minha vida e, muito menos, senhor da minha morte”

Logo no início desta narrativa ficamos sabendo que a princesa Nabilah fugiu de seu marido, o sheik Raed. E ainda lançou um vídeo bombástico que o acusa de mata-la, após toda a violência já sofrida durante o casamento deles.

“Era melhor arriscar ser pega do que aceitar morrer em vida, um pouquinho a cada dia”

Assim que descobre a fuga, Raed e Khalil — seu primo, chefe de guarda e fiel escudeiro — iniciam as buscas por Nabilah — viva ou morta —, para que toda essa história acabe e o sheik recupere o seu status (e a sua tão preciosa joia). 

Mas os dois jamais poderiam imaginar que Nabilah e sua tia Jamile seriam capazes de uma fuga tão bem arquitetada e que, mais ainda, elas encontrariam pelo caminho pessoas dispostas a salvá-las da garra do sheik.

“A cada dia que passa Raed fica mais perplexo com o nível de sofisticação da esposa vingativa”

É assim que entram em cena, aos poucos, personagens conhecidos a quem já leu A estrela do Cerrado.

“É incrível como a Estrela do Cerrado acaba sempre cruzando o seu caminho num emaranhado de coincidências e mulheres extraordinárias”

Em A vingança é verde esmeralda reencontramos Simone, Michel, Jean-Luis, Danilo e outros tantos personagens, cuja aparição aqui não será muito detalhada para evitar spoilers.

“O fato é que o limite entre informação relevante ou não se estreitou bastante”

As aventuras e desventuras desta narrativa nos levam a alguns países europeus, ao Oriente Médio e, claro, ao Brasil

“— Às vezes as coisas ficam nebulosas, incompreensíveis mesmo. Mas nem por isso devemos abandonar o nosso caminho”

Numa trama repleta de altos e baixos, é difícil não ficar com o coração na mão: a história coloca em evidência assuntos como a violência sofrida por tantas mulheres, a ganância do ser humano e também alguns assustadores momentos do início da pandemia do coronavirus.

“Esse é um dos muitos problemas dessa doença perversa, menina, ela pode matar ou dar uma derrubadinha. Nunca se sabe, é aleatória e apavorante”

O ritmo da história é intenso, uma vez que além de trazer cenas dignas de thrillers cinematográficos, os acontecimentos duram cerca de uma semana. Não há tempo a perder, em nenhum dos lados desta narrativa.

“Percebe a urgência e a apreensão; sente a fragilidade do ser humano diante do inesperado”

Além disso, contando com tantos núcleos e personagens importantes para o desenrolar dos fatos, A vingança é verde esmeralda é narrada em terceira pessoa, nos possibilitando enxergar o todo dos acontecimentos.

A diagramação é bem simples, mas sequer conseguiríamos prestar atenção nela, uma vez que a história nos coloca em uma espiral de acontecimentos que nos suga para muito além das linhas dispostas no papel (ou melhor, na tela do leitor digital). 

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A Estrela do Cerrado — Renata De Luca

Título: A estrela do Cerrado 
Autora: Renata De Luca 
Editora: Publicação independente
Páginas:  354
Ano: 2021

Já que pode existir carnaval fora de época, também pode ter resenha de história que se passa nessa época mesmo depois do segundo carnaval do ano, certo? Assim, já ficamos com o tão sonhado carnaval o ano inteiro.

A verdade é que, mesmo se passando nesse período de festança, A Estrela do Cerrado é uma história policial que nos apresenta um crime daqueles difíceis de acreditar e de solucionar.

“É como sempre digo, se um roteirista descrevesse um assalto desse, iam dizer que ele estava exagerando!”

Aproveitando que a maioria das pessoas estaria ocupada demais comemorando o carnaval, uma quadrilha realiza um arquitetado assalto a um banco localizado na Avenida Paulista, umas das principais avenidas da cidade de São Paulo.

No roubo, são levados documentos, dinheiro e joias, dentre elas a famosa Estrela do Cerrado. Mas algo que chama a atenção de todos que, por algum motivo, conhecem um pouco a mais dos detalhes do assalto, é que por mais que diversos cofres tenham sido roubados, parecia que eles haviam sido escolhidos a dedo.

“A Estrela do Cerrado! Ele vira o estojo em direção a cada um dos comparsas. – Um primor da joalheria, execução e design perfeitos para realçar uma das esmeraldas mais cobiçadas do mundo!”

Com o desenrolar da história — e das investigações — vamos percebendo que realmente há muito mais por trás deste enorme assalto.

“Eles trocam amabilidades e desligam, certos de que juntar esforços é sempre mais difícil do que prender bandidos…”

Devo dizer, aliás, que há muito por trás da história de cada personagem e, extrapolando ainda mais a interpretação, por trás de cada um de nós.

“Talvez tenha chegado a hora de falarem o que não foi dito ao longo de cinco anos”

E é com essa trama bem construída e escrita numa linguagem clara — quase jornalística, para combinar com a profissão da autora — que Renata de Luca consegue abordar algumas temáticas importantes, como o abuso do uso de álcool.

“Quando Pati chega, abatida, com olheiras, Luli está pronta para acolher a irmã. Decidiu não falar nada sobre a bebida, ela precisa encarar a doença, mas não hoje, não com tudo o que está acontecendo”

A narrativa também nos faz refletir sobre relações familiares, construções sociais e a (des)organização de nossos cotidianos e crenças.

“Quem vive na periferia sabe que a regra é nunca encarar marginal ou polícia”

Outra coisa que pesa na história é o fato de surgirem sentimentos onde estes não deveriam surgir, e também toda a manipulação que há por trás deles.

“Michel não precisa reler para entender que está levando o fora. Pelo celular, como essa geração costuma fazer”

São muitos os personagens que compõem está trama e a história deles está mais interligada do que parece. Cada um tem a sua importância e o seu papel na construção da narrativa, mas temos de prestar atenção à história para não nos perdermos entre eles e os cenários que percorrem.

Se você gosta de uma boa narrativa policial e de ler sobre crimes complexos, mas não gosta de cenas com muito sangue, A Estrela do Cerrado é o livro perfeito para você. Clique abaixo para conhecer esta obra e não deixe de seguir a autora nas redes sociais (Instagram).

O chamado do Cuco – Robert Galbraith

Título: O chamado do cuco
Original: The cuckoo's calling
Autor: Robert Galbraith
Editora: Rocco
Páginas: 447
Ano: 2013 (1º edição)
Tradução: Ryta Vinagre

Antes de falar sobre O chamado do cuco, gostaria de contar a vocês que li primeiro O bicho da seda, que, em tese, deveria ser lido depois desse. Não se trata, porém, de uma continuação, mas certamente muitas coisas ficarão mais claras se você ler O chamado do cuco primeiro.

E, um super detalhe, para quem não sabe: Robert Galbraith é pseudônimo de ninguém menos que J. K. Rowling!

O livro conta com um prólogo – que nos fala sobre a morte que será investigada ao longo da obra – cinco partes – que nos contam a história propriamente dita – e um epílogo – com o título de “dez dias depois”.

Na primeira parte vamos, aos poucos, conhecendo os personagens dessa trama policial. No primeiro capítulo, por exemplo, somos apresentados a Robin, uma jovem de 25 anos que, no dia seguinte à noite em que ficou noiva, começa a trabalhar como secretária temporária de Cormoran Strike, um detetive particular. O desejo de Robin, aliás, era ser detetive! Aqueles dias pareciam um sonho para ela.

Já a vida de Cormoran Strike ia de mal a pior. Ele rompera definitivamente com Charlotte, não tinha onde morar e os negócios não estavam em um bom momento… Ao menos não até que John Bristow aparecesse para contratar o detetive para reinvestigar a morte de sua irmã, Lula Landry, uma modelo muito famosa. Para a polícia, Lula Landry havia cometido suicídio, jogando-se da sacada de seu apartamento. John Bristow, porém, tinha certeza de que alguém a havia matado.

“Os mortos só podiam falar pela boca dos que ficaram e pelos sinais que deixavam”

O chamado do cuco (p.282)

Contribuía para o veredicto da polícia o fato de Lula Landry ter alguns problemas psicológicos e já ter se envolvido com drogas. No mais, ela era uma negra adotada por uma família branca extremamente rica e… Problemática.

O “caso Lula Landry” é mencionado por diversas vezes em O bicho da seda, por ter sido importante para a retomada dos negócios de Cormoran Strike (e esse é um dos motivos pelos quais é melhor ler primeiro O chamado do Cuco).

O título do livro, que pode parecer aleatório, passa a fazer sentido para nós somente na terceira parte, quando nos é revelado que “Cuco” era um dos apelidos da modelo Lula Landry.

Tudo é muito descrito no livro, mas não de uma maneira maçante. Podemos ter uma boa ideia de como eram os personagens e cada lugar que aparece ao longo da história. As descrições só são um pouco desesperadoras no final da história, quando queremos saber logo o que aconteceu, mas temos de nos deter nos detalhes de cada cena.

E por falar em final da história, como um bom romance policial, duvido que você acerte quem matou Lula Landry, por mais que sua leitura seja muito atenta. Claro que, para alcançar o efeito desejado, o autor tem de ocultar alguns elementos da história, que serão apresentados ou explicados com maior clareza nas páginas finais. E isso é feito de maneira excepcional!

A lista de suspeitos pela morte de Lula parece nunca acabar. Através dos olhos de Strike e Robin passamos a desconfiar de todos os amigos da modelo, como Guy Somé, Ciara Porter, Rochelle Onifade; de seus vizinhos, o casal Bestigui; de seu namorado, Evan Duffield; do rapper Deeby Mac; e até de seus familiares, como seu tio Tony Landry ou então sua mãe biológica.

J. K. Rowling conseguiu me surpreender também como escritora de histórias de detetive. Eu já havia gostado de O bicho da seda e agora posso acrescentar que gostei de O chamado do Cuco. E se você quiser conferir essa história, é só clicar aqui: