Título: A princesa sem reino Autora: Tayana Alvez Editora: Publicação independente Páginas: 120 Ano: 2022

Releituras dos famosos contos de fadas existem aos montes por aí, porém, uma vez mais, Tayana Alvez nos surpreende com sua criatividade e capacidade de trazer uma história tocante e reflexiva na medida certa.
Tudo começa com Maeve se preparando para o 22° baile de aniversário do príncipe Séan, e desde o início é clara a inspiração desta obra: Cinderela.
Primeiro porque Maeve é — ao menos como nos faz acreditar o início da história — a pobre garota que não quer ficar de fora do baile real e que conta com a ajuda de sua fada madrinha para isso. Mas também porque ela mesma, em seu disfarce, adota o nome da famosa (para nós) princesa para se apresentar.
“A magia é trabalhosa e sempre tem um preço”
Há, contudo, muitas diferenças.
Logo vamos descobrindo que, até certo ponto de suas vidas, Maeve e Séan cresceram juntos. O reino de Saoirse, onde vivem, era governado por dois reis: o rei do sul, pai de Maeve, e o rei do norte, pai de Séan.
“Essas lembranças em meio ao castelo no qual vivi os melhores anos da minha vida, fazem meu coração diminuir e meu peito apertar”
Tudo mudou, contudo, quando o rei Rex (o rei do norte) assassinou o pai de Maeve e ela teve de fugir com o que restou de sua família.
“Sou absurdamente grata aos dois, mas a imagem de meu pai morrendo nos meus braços quando eu tinha treze anos e deixando esse mundo sem honra, por causa da ganância de um homem que se dizia seu amigo, não é algo que se possa esquecer”
Esse acontecimento traumático gera um desejo de vingança em Maeve e é interessante perceber que, mesmo sabendo que vingança por vingança é algo ruim, a motivação de Maeve é extremamente compreensível e dificilmente não torcemos por ela.
“Mas, no fundo, a voz que eu quero calar, grita a verdade”
A ida de Maeve ao baile, portanto, tem um único objetivo: mapear as fraquezas do castelo para que ela possa assassinar Rex e retomar o seu trono.
“Tudo é meu e, ao mesmo tempo, nada é”
Desde a morte de seu pai e a consequente fuga, Maeve nunca esteve totalmente sozinha. Ela cresceu e se fortaleceu com a ajuda de sua madrasta, Niamh, e de seu guarda, Cillian.
“Ter as pessoas que eu amo ao meu lado foi o que me ajudou a suportar. Seja lá o que isso signifique”
É com a ajuda deles que Maeve traça seus planos e mantém a cabeça no lugar mesmo quando reencontra Séan e percebe que ele é bem diferente de Rex.
“No entanto, quando precisei de Séan, ele não estava lá”
A princesa sem reino é uma leitura que nos prende porque queremos saber se Maeve terá sucesso em seus planos e também porque queremos descobrir como o coração dela fará suas escolhas, que não sou poucas e nem simples.
“É o quanto esse amor se manteve vivo e resistindo, mesmo no silêncio, que me traz a certeza dessa felicidade”
Você pode ler essa história (e tantas outras) na antologia Se todas as rainhas estivessem eu seus tronos e conhecer mais do trabalho da autora através de suas redes sociais (Site | Instagram)
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