Para uma história que poderia ser só mais uma adolescente, Mocassins e all stars, da Clara Savelli, tem muito para nos fazer pensar. Por isso, hoje trago aqui alguns dos trechos que deixei de fora da resenha e que podem nos ajudar a conhecer um pouco melhor a obra.
Ao retratar uma época complicada — os anos finais da escola — este livro acaba nos fazendo pensar sobre momentos difíceis.
“Sei lá, às vezes eu acho que você não quer ser feliz de novo. Parece que você precisa de um pouco de drama na sua vida para conseguir seguir em frente”
“Você tinha as marcas de alguém que foi pisoteada pela vida, mas que deu um belo de um dedo do meio na cara dela e saiu por cima de tudo”
“Acho que é verdade quando dizem que no fundo do poço tem uma mola, que mal ou bem vai te impulsionar para cima de volta”
A narrativa também nos faz enxergar a importância de termos boas pessoas ao nosso lado nesses momentos.
“Apesar de todos os esforços de meus amigos para me alegrar, meu mundo estava totalmente cinza”
“Os caquinhos de seu coração são unidos novamente, por aqueles que te apoiaram nos momentos difíceis, e você aprende”
Mas ela nos lembra, ainda, que algumas dores não diminuem tão facilmente, principalmente quando se trata da perda de alguém que amamos.
“Meu Dia de Ação de Graças foi um prenúncio daquilo que eu achei que ia ser o meu Natal. Vazio e incompleto”
“Eu estava me sentindo tão vazia, tão sozinha e com tantas saudades do meu pai, que precisava ocupar minha mente de alguma forma”
“O tempo não levou nada embora”
Logo no começo da história, sabemos que a protagonista Julie não apenas perde o pai, como também acaba mudando de cidade, o que contribui ainda mais para o seu sentimento de perda e de saudade.
“Acho que a saudade que eu estava fez as coisas ficarem ainda mais bonitas”
“Eu amava Nova York. Amava cada pequeno detalhe de Nova York. Acho que tendemos a sentir isso em relação à nossa cidade natal de qualquer forma”
Essa saudade é um sentimento que nos impulsiona a refletir sobre o que tínhamos.
“Não é como se reparássemos em todos os detalhes dos lugares que você costuma passar. Só vira rotina”
E também sobre quem somos.
“Minhas paredes protetoras tinham caído muito rápido e eu me sentia totalmente vulnerável”
“Crianças. Sempre com uma maneira diferente de ver a vida. Mais simples, mais colorida, mais alegre”
A dor também pode nos tornar mais empáticos.
“— Desculpa se eu estou sendo grosseira ou algo assim, mas eu só quero mostrar que tudo tem dois lados e que é muito fácil julgar quando você não está passando pela situação”
Ou simplesmente nos deixar com medo de viver e de amar.
“Parecia extremamente errado. Então, por que parecia extremamente certo também?”
“Primeiros amores são sempre os mais fortes”
Por fim, gostaria de destacar a forma como o mar é retratado na narrativa. Por mais que ele apareça poucas vezes, é nítida a sua importância para a construção da obra.
“O mar me encantava e me assustava na mesma intensidade”
“Aquele era o mar, que apesar de todas as suas belezas, tinha todos os seus segredos. E tinha levado ele de mim”
Se você se interessou por essa obra, não deixe de ler também a resenha que escrevi.
Já falei tantas vezes sobre o trabalho do Antonio Carlos Sarmento, mas se ainda não te convenci a ir conhecê-lo com seus próprios olhos, deixo aqui alguns trechos retirados das crônicas que compõem a obra Crônicas e Agudas, publicada em 2022.
“Duas pessoas nunca leem o mesmo livro. A história é única para cada um, pois a imaginação é própria de cada mente”
As crônicas reunidas neste livro tratam de assuntos diversos, dos mais banais aos mais complexos.
“A limitação da liberdade desnorteia”
Trata de assuntos sérios, mas também nos faz rir e sentir leveza.
“Lembrei que, numa ocasião, ao final de uma reunião polêmica, um amigo estrangeiro me disse que nós, latinos, somos muito passionais. Se alguém discorda ou se opõe à alguma ideia ou posição nossa, já o tratamos como inimigo”
Os textos do autor são capazes de nos fazer pensar, ao mesmo tempo em que queremos apenas ler mais e mais.
“Como é grande o nosso apetite por formar opinião sobre tudo e sobre todos, sem lembrar que o maior risco de julgar é o de ser injusto”
E claro que muitos textos tratam do amor, das relações humanas e do carinho, assuntos que dominam o pano de fundo da maioria dos textos, de uma forma ou de outra.
“Como é bom ouvir uma voz amiga num momento de tristeza”
“Demonstrações de amor quando estamos frágeis têm um peso ainda maior”
“Fiquei imaginando quantas outras diferenças haveria entre eles, como em todo casal e como é preciso controlar a nossa tendência de querer fazer o outro semelhante a nós mesmos”
“O abraço é tão essencial como o alimento”
Não posso deixar de mencionar, também, as reflexões sobre o viver.
“A gente balança quando ainda não consegue andar. A gente balança quando já não consegue mais andar”
E sobre o tempo que temos neste mundo.
“Tenho a impressão de que todo tempo ganho é imediatamente transformado em mais atividades, mais compromissos, mais informações”
Conte-me: agora eu consegui te convencer a ao menos dar uma espiada no blog do Antônio Carlos?
Que tal conhecer um pouco melhor o livro Sorte ou destino?, da Bruna Oliveira, através de alguns trechinhos que ficaram de fora da resenha?
Na história, a protagonista Anna claramente não tem uma grande autoestima.
“Você e essa sua mania de se menosprezar. Quantas oportunidades você deve ter perdido na vida, achando que era só coisa da sua cabeça?!”
Ao longo das páginas vamos compreendendo como ela, por conta disso, tenta realmente se anular perante os outros.
“Durante toda a minha vida tentei passar despercebida pelos colegas de sala engraçadinhos que sempre faziam piadas em relação a minha aparência. O problema dessa estratégia que eu adotei, é que esse tipo de comportamento quando repetido ao longo dos anos acaba não te deixando apenas blindada contra as brincadeiras de mau gosto. Ele te deixa invisível aos olhos da maioria das pessoas, e essa é a pior sensação do mundo”
E como ela deixa de viver muitas coisas, justamente por essa visão deturpada que tem de si, preferindo as histórias dos livros que lê à sua própria história.
“Realmente me arrependi de ter admitido meu interesse para a minha amiga, porque apesar de ser uma pessoa que se apaixona fácil, e sempre estar suspirando por alguém que nem sabe da minha existência, não costumo me abrir com ninguém sobre minhas paixonites. Uma vez que elas nunca dão em nada, é menos vergonhoso guardar o coração partido só para mim”
“O problema é que às vezes a gente toma uma decisão e o resultado dela acaba por ser o oposto do que esperamos”
“Quando não é real, é mais difícil de se machucar”
Felizmente, porém, o amor consegue sempre arrumar uma brecha e tomar conta de nós, antes mesmo de qualquer outro sentimento vir à tona.
“Não quero pensar em mais nada, eu só quero que meu coração pare de pular no meu peito todas as vezes que ele aparece de um jeito surpreendente, seja pessoalmente ou por mensagem”
“Ai meu Deus! Esse sorriso… Como é possível um simples sorriso ser capaz de fazer isso comigo?”
“Na hora que ela entra no carro, sorri para mim, e seu perfume me atinge em cheio. E é nesse momento que me sinto o cara mais sortudo do planeta, porque estou levando uma garota incrível para um encontro”
E quando nos damos conta, já é tarde demais: não queremos abrir mão da felicidade que a paixão traz.
“Eu poderia me desfazer em milhões de pedaços nesse instante que nem me importaria porque me sinto muito feliz”
“De todo modo, eu posso afirmar com absoluta certeza que nunca estive tão feliz e completa como agora”
“É meu amigo, quando a gente tá apaixonado nada tira o nosso bom humor”
Sorte ou destino? consegue, ainda, nos ensinar muitas lições. Como por exemplo compreender o que os personagens enxergam como destino.
“Já o destino é quando, apesar de todas as oportunidades perdidas, a vida vai te dando outras chances de fazer a coisa certa”
Ou ainda a necessidade de não perdermos tempo.
“A vida é curta demais para se perder tempo em todos os sentidos, românticos, familiares ou profissionais”
E também as marcas que os relacionamentos podem deixar em nós.
“Quando a pessoa não supera o término, ela ainda está apaixonada pelo ex. Agora o trauma é outra questão, não tem a ver com sentimentos e sim com o fato de que aconteceu algo ruim no relacionamento dos dois e ele tem medo que se repita mesmo estando namorando uma pessoa diferente”
Sorte ou destino foi uma daquelas leituras clichês que deixou meu coração quentinho e que também abriu espaço para pensamentos interessantes. Infelizmente, como eu disse na resenha, o livro não está mais disponível, mas você pode conhecer outras obras da autora clicando aqui.
Claro que eu escrevi uma longa resenha de Proibidos de esquecer, da Tayana Alvez, mas acabei deixando de fora dela muitos lindos trechos, que hoje trago aqui.
Relembro que a obra não está mais disponível para leitura, mas que fica a torcida para que, num futuro não muito distante, ela ganhe uma nova edição.
Proibidos de esquecer é uma narrativa que carrega em si muitas dores.
“Engulo em seco, porque o vazio que luto constantemente para esquecer ainda dói”
“É sempre mais difícil ver o que dói na gente, né?”
Parte dessas dores é causada por um dos sentimentos mais puros e intensos que existem: o amor. Em todas as suas formas.
“A gente sempre vai olhar para outra pessoa e pensar que seria mais feliz se…”
“O término do nosso casamento não me tirou só a minha esposa, mas a minha melhor amiga”
“Como a gente pode amar alguém que não conhece? Como a gente pode carregar tanta culpa por algo que não fez?”
As perdas também se fazem presentes ao longo desta história.
“Quando o perdi, muito de mim foi perdido também”
“É engraçado como quando a gente está feliz, sente que tudo vai durar para sempre”
“E depois que a gente tem nossa alma partida, nunca é fácil sair do único lugar onde achamos conforto”
Mas se engana quem pensa que este é livro simplesmente triste, daqueles capaz de nos deixar apenas destruídos (deixa também, mas calma lá). Proibidos de esquecer também nos faz ter vários insights positivos sobre a vida.
“As coisas que não duram para sempre também dão certo. Só que no tempo delas”
“Tem reencontros que a gente acha que nunca vão acontecer”
E esta narrativa ainda traz uma definição bem interessante para a inveja.
“Inveja não é querer o que alguém tem, isso é cobiça. Inveja é querer que alguém não tenha alguma coisa”
Por fim, esta é, ainda, uma história sobre recomeços e sobre dar novos rumos às nossas vidas, apesar de tudo.
“No Rio eu sou ‘o pai do Roger’, ‘o pai daquele menino que…’, e eu simplesmente não consigo mais lidar com isso”
Vai me dizer que depois desses lindos trechos você não ficou com vontade de conhecer mais da escrita da Tayana Alvez? Então já segue a autora em suas redes sociais (Instagram | Twitter) e não perde mais nada dela!
Se você já leu minha resenha de Fisheye, da Kami Girão, deve ter percebido que esta é uma história muito bonita e interessante. Por isso, hoje trago aqui alguns dos trechos que ficaram de fora do post anterior.
Uma das coisas que me chamou a atenção na narrativa foi o humor ácido da protagonista, que a cada página fica mais e mais justificado diante de tantos percalços vividos por ela.
“E ri porque era humilhação demais para que eu me atrevesse a chorar”
A história tem como tema central a perda da visão de Ravena Sombra, mas ela também trata de muitos outros tipos de perdas.
“Ainda doía perceber que minhas amizades haviam morrido”
“Mas nem mesmo uma aceitação prévia consegue evitar a dor de perder alguém”
E também fala sobre o medo e o poder (muitas vezes negativo) que esse sentimento tem.
“Tinha tanto medo que já estava sufocada por ele”
Outro ponto interessante de Fisheye é a presença da internet (de maneira até que bem marcante) na construção de algumas das relações humanas ali retratadas.
“A gente nunca é pessoalmente o que parece ser pela internet”
Com estes trechos e este breve post, reforço minha recomendação para que você conheça esta obra tão sensível e importante! Não deixe de ler a resenha se você nunca ouviu falar sobre este livro e, claro, já garante o seu exemplar.
A maior resenha que escrevi ano passado (e talvez em toda a minha existência) foi, sem dúvidas, a da obra Clichês em Rosa, roxo e azul, da autora Maria Freitas, uma antologia com diversos contos com protagonismo bissexual.
Apesar da imensa resenha, comentando conto a conto, inúmeros quotes ficaram de fora, então hoje talvez tenhamos outro post imenso (e já peço desculpas por isso, mas eu não poderia deixar de compartilhar tantas frases marcantes por aqui).
Inclusive, gostaria de começar ressaltando as frases que falam sobre o tema central: a bissexualidade (e outras tantas formas de amar).
“Pensar nas coisas que nós temos que esconder me destrói”
(Conto: Mas… e se?)
“Como contar para a sua irmã que você está encantado por uma garota… e por um garoto também?”
(As razões de Henrique)
“Sempre achei aquela garota magnética”
(Conto: um corpo de verão)
“Eu já me esforçava para amar as minhas próprias imperfeições. Não seria tão difícil assim amar as dela também”
(Conto: um corpo de verão)
“Olho por cima do peito de Felipe e vejo que ele e Ana estão de mãos dadas. Não sinto ciúme. Sinto que tudo está certo. No lugar. Como o prólogo de um livro bom: apenas começando uma nova história”
(Bregafunk do amor)
Mas os contos não são só sobre isso. Cada história, a seu modo, entrega muito mais. Há, por exemplo, diversas passagens sobre a solidão.
“Como dizer a ele que receber um milhão de mensagens não afasta a solidão?”
(Azeitonas)
“Talvez a melhor coisa que eu faça nessa minha vida seja realmente seguir em frente”
(Azeitonas)
“A solidão era uma constante na minha vida”
(Bregafunk do amor)
“Eu conheço tão bem a solidão nos olhos de uma pessoa. Tenho espelho em casa”
(Bregafunk do amor)
E também sobre o medo.
“Você tem razão, eu estou feliz e tenho medo de perder isso”
(Conto: Mas… e se?)
“Tenho medo de voar e cair”
(Conto: Mas… e se?)
“Mas, agora, deitado ali, percebo que não ter medo é quase impossível quando se está feliz”
(Conto: Mas… e se?)
“Era como se ela quisesse se fechar em uma casca, onde ninguém pudesse atingi-la, onde ninguém pudesse chegar até ela”
(Conto: um corpo de verão)
O livro fala, ainda, sobre a falta e a tristeza que todos os sentimentos mencionados até aqui podem gerar.
“Abraço essa mulher como se nunca mais fosse abraçar alguém na vida”
(Conto: Mas… e se?)
“Nessa nossa vida, a gente precisa se acostumar com a falta”
(Conto: Mas… e se?)
“É difícil hoje, foi difícil ontem, mas espero que não precise ser difícil amanhã.”
(Azeitonas)
“E, nesse jogo de War, não quero que a tristeza conquiste todos os meus territórios”
“Preciso estar em movimento, sempre, senão minha tristeza me engole”
(Um papai Noel de outro planeta)
A verdade é que o conjunto da obra nos faz refletir — e muito — sobre a complexidade das relações humanas, seja com o outro, seja com nós mesmos.
“A época que morei com a minha avó foi muito difícil, tipo, muito mesmo. Acho que não me adaptei à cidade grande até hoje. Barulho demais, longe demais, carros demais. Gente demais. Talvez seja por isso que escolhi fazer minha faculdade no interior, perto de onde cresci. Sei lá, eu devo ser uma pessoa de raízes”
(Conto: um corpo de verão)
“Homens héteros (e cis) têm muitíssima dificuldade em demonstrar qualquer tipo de afeto básico por medo de ferir sua pobre masculinidade frágil”
(Conto: um corpo de verão)
“Sinceramente, às vezes eu ficava na dúvida se estava apaixonada ou tendo um ataque cardíaco”
(Conto: um corpo de verão)
“Tentei explicar coisas que eu nem sabia que estava guardando dentro de mim”
(Conto: um corpo de verão)
“Bia, só a gente sabe a nossa dor”
(Conto: um corpo de verão)
“Quando nossos olhos se cruzam, sinto que perdi tudo”
(Estrela e a flor)
“Algumas coisas são facilmente substituíveis, outras não”
(Azeitonas)
“Não fomos capazes de enfrentar nada, não é? Você era a minha pessoa, como foi que a gente se perdeu?”
(Azeitonas)
“Ultimamente, vinha respondendo todo mundo no automático, sem realmente me conectar com ninguém”
(Azeitonas)
“Desde o meu último namoro — que deu completamente errado —, jurei que não seria trouxa. Fui trouxa”
(As razões de Henrique)
“Só sabia sentir e sentia demais”
(As razões de Henrique)
“Mesmo sendo nova na cidade, dá para perceber que, ainda que também haja conflitos e diferenças, as pessoas daqui são mais acolhedoras”
(Bregafunk do amor)
“Sou extremamente grata por tudo que ela fez desde que eu cheguei aqui, aliás de antes. Minha vida andava muito vazia até que ela me acolheu e me trouxe para cá. Me sinto abraçada todo dia”
(Bregafunk do amor)
“De alguma forma, esse olhar me reflete e me completa”
(Bregafunk do amor)
“Ele foi meu fã, quando tudo o que eu queria era um amigo”
(Bregafunk do amor)
E também nos lembra da importância da comunicação, tão subestimada nos dias de hoje.
“As palavras se perdem dentro de mim”
(Conto: Mas… e se?)
“Mas pra uma conversa existir é preciso que as duas partes queiram falar e ouvir”
(Azeitonas)
“Às vezes, acho que essa sensação de que alguém está apertando minha garganta, impedindo o ar e as palavras de saírem, nunca mais vai embora”
(Um papai Noel de outro planeta)
Não posso deixar de trazer, também, algumas reflexões importantes sobre o tempo, o fracasso, a decepção.
“Detestava perder tempo. Sabia que o relógio andava rápido demais”
(As razões de Henrique)
“E a pergunta mais difícil de responder, no fim das contas, é: quem é que vai nos enxergar, se estamos todos com pressa?”
(As razões de Henrique)
“Tecnicamente, o próprio tempo-espaço encontra maneiras de colocar tudo no lugar e de curar a si mesmo”
(Um papai Noel de outro planeta)
“Fracasso é não saber a hora certa de desistir, o momento oportuno para abandonar o barco e começar a nadar”
(As razões de Henrique)
“Não sei o que acontece, mas toda vez que me decepciono com algo uma dor crescente invade meu peito, causando um calafrio horrível. Uma vontade de levantar e ir embora. Fugir”
(Bregafunk do amor)
“Lembro da frase que minha psicóloga sempre usa: ‘Estar vivo é decepcionar e ser decepcionada’”
(Bregafunk do amor)
“Estou ainda mais decepcionada comigo mesma, por querer tanto algo e não ter a capacidade de expressar em palavras meus desejos”
(Bregafunk do amor)
A obra te interessou? Então não deixe de ler a resenha completa e, claro, garantir o seu exemplar.
Se tem uma autora que eu amo, essa autora é Tayana Alvez! A escrita dela envolve, encanta, fascina.
Quem não acompanha o trabalho da Tay, contudo, provavelmente não sabe que muitos dos livros que li (e que já resenhei por aqui) foram retirados da Amazon, pois ela está se reposicionando no mercado literário.
Os quotes que trago hoje são de um desses livros. Porém, não posso deixar de compartilhar essas passagens, tanto para que você tenha um gostinho do que perdeu, quanto para que você entenda o quão incrível essa autora é.
Proibida de amar traz a história de uma jovem com um passado por si só complexo, mas que, além de tudo, está tentando se recuperar de um relacionamento extremamente tóxico.
“Só que, Lavínia, eu ainda cresci sem a presença do meu pai, e isso dói”
A protagonista foi mãe muito cedo, e tem de lidar com as responsabilidades dessa condição, ao mesmo tempo em que luta para se livrar de amarras tão dolorosas.
“Não choro, mas sofro”
O livro carrega uma profundidade e uma densidade que não temos como ignorar, como é típico das histórias de Tayana.
“Então talvez o para sempre exista mesmo, só não seja para mim”
“Eu precisava de pelo menos mais um dia perfeito antes de tudo acabar”
Mas também tem o seu toque de leveza, que torna a leitura extremamente prazerosa.
“Oliver me mostrou o lado bom de estar com outra pessoa”
Uma narrativa que nos faz, ao mesmo tempo, refletir, rir, chorar, amar, se desesperar. E que, com o seu toque sutil, vai nos marcar das mais diferentes formas.
“No dia a dia, contudo, aprendi com minha mãe que as coisas que as pessoas falam de mim não dizem nada sobre mim, dizem sobre elas”
Para não perder mais nenhum trabalho da Tayana, recomendo que você acompanhe as autoras em suas redes sociais (Instagram | Twitter). E se quiser conhecer melhor a história de Proibida de amar, leia a resenha aqui. Se quiser saber que histórias da autora você ainda encontra na Amazon, basta clicar aqui.
Voltei com mais alguns (poucos) trechos do livro Antes eu do que nós, da Grazi Ruzzante, publicado em formato físico, este ano, pela Rocket Editorial. Não são tantas frases, mas eram passagens que eu não poderia deixar de compartilhar.
Antes eu do que nósé uma obra linda, com uma protagonista e tanto, e que que fala sobre as dores e as batalhas que enfrentarmos pelos simples fato de sermos humanos.
“Lição de Tina: Respeitar a própria dor muitas vezes exige mais força do que respeitar a dor do outro”
“Lição de Tina: por mais que uma armadura seja forte, ela sempre encaixa na fragilidade de um abraço”
“Já faz quase cinco anos, mas os vazios da casa não se preenchem com tanta facilidade só por causa disso”
Uma narrativa carregada de sentimentos e emoções, capaz de despertar tantas reflexões em nós.
“A verdade é que o ser humano sempre tem todos os motivos para se estressar e, ao mesmo tempo, nenhum”
Nesta obra, podemos ver personagens crescendo e amadurecendo. Aprendendo a lidar consigo, mas também com o outro.
“Eu me lembro como era ser adolescente. Acho que ninguém esquece, mesmo que nunca queira lembrar”
Com uma protagonista que é professora de artes, a história não deixa de valorizar expressões culturais e, claro, a educação.
“A arte pede para ser vista, faz parte do ciclo da coisa, entende?”
Se esses poucos trechos já te deram uma pontinha de curiosidade sobre a obra, não deixe de ler a minha resenha e, claro, de acompanhar de perto os trabalhos da Grazi, seguindo suas redes sociais (Instagram | Linktree).
O tanto de quotes que eu tenho desse livro daria para escrever uma nova história. Então senta que lá vem post grande!
“Não acredito na ideia de felizes para sempre. Por que tem que ser eterno pra ser verdadeiro?”
Costumo pensar que se você quer saber se eu realmente gostei de um livro, basta ver quantos trechos destaquei nele (apesar de ter livros tão bons que eu não consigo escolher pequenos trechos, mas páginas inteiras, então acabo não destacando quase nada).
“É engraçado como nunca pensamos nas decisões simples e fugazes que fazemos todos os dias”
Cada trecho significa identificação, compreensão ou apenas o fato de algum pensamento importante ter surgido em mim por causa dele.
“O ser humano pode ser monstruoso. Mas nós também temos algo que ninguém mais tem. Nós podemos amar, de verdade e com todo o coração”
E é gostoso voltar a esses trechos e, às vezes, dar novos significados a eles. Ou novas importâncias.
“Por um tempo, deixamos que a música fizesse o que música faz. Deixamos ela nos curar”
100 canções para salvar a sua vida, da Camila Dornas, foi, sem dúvidas, uma leitura intensa.
“Poucos meses mudaram tudo. Duas daquelas pessoas estavam mortas. As que foram deixadas para trás quebradas demais para um dia serem consertadas”
E a história já começou me conquistando ao falar de São Paulo de uma forma que não poderia ser mais verdade.
“São Paulo era um completo caos, mas era meu caos, e eu adorava”
Mas outro tema que me é tão caro e que tanto me fez querer ler este livro foi, claro, a música, tão presente em cada momento da narrativa.
“Gostava do jeito como ele articulava as palavras quando discutia música, como se mal pudesse contê-las”
“Ambos acreditavam que a música certa podia salvá-los”
“Chorei com apenas aquela canção como companhia. E, ao menos por um momento, foi o suficiente”
“Observá-lo era como ouvir uma canção calma depois de um dia frenético”
“Ouvimos a música em silêncio, naquele limbo onde nossos problemas foram temporariamente esquecidos”
“Algo extraordinário acontecia quando ele se conectava com uma canção”
Uma história que fala, também, sobre perdas e finais (com ou sem despedidas).
“Porque você está aqui agora. E talvez você não signifique muito para o resto da eternidade, mas significa o mundo para quem está do seu lado. E isso vale a pena. As coisas não precisam ser pra sempre para merecerem ser vividas”
“Nunca pensamos muito na morte. Em quão súbita e sem sentido é”
“Acho que é o que acontece quando alguém que você ama para de existir. A parte que eles ocupavam simplesmente fica lá, vazia”
“Mais que nunca, quis poder abraçá-la, dizer que ficaria tudo bem. Mas era tarde demais”
E, sem dúvidas, uma história sobre empatia e dores que nem sempre podemos compreender.
“Algo nela se quebrou irremediavelmente naquele dia”
“— Nós não fomos as únicas pessoas que ela machucou ao deixar pra trás, Ali”
“Não é apenas sobre pessoas extraordinárias, mas dores extraordinárias”
Sobre sermos, antes de mais nada, humanos.
“Não tem nada errado em querer alguma ajuda de vez em quando”
“O silêncio costuma incomodar as pessoas, porque tem uma capacidade singular de te deixar completamente exposto a si mesmo”
“Não entendo por que estamos tão desesperados para esconder nossas próprias falhas”
“Mas ninguém nunca vê nada exatamente igual à outra pessoa. Nossa realidade é totalmente afetada por quem nós somos”
“Lágrimas contidas são como veneno. Confie em mim, eu sei”
100 canções para salvar sua vida é, ainda, sobre termos nossos vícios, sejam eles saudáveis ou não.
“— Ele é um bêbado. Começou quando minha mãe morreu e nunca mais parou. A bebida o transformou em uma pessoa completamente diferente. Eu já tentei de tudo pra recuperar o homem que ele foi, mas em algum ponto temos que desistir de quem não quer ser salvo”
“Para ela, a adrenalina era uma droga”
E no meio de tanta coisa, ainda sobre espaço para passagens leves, recheadas de amor e de personagens marcantes a seu modo.
“Valentina tinha o tipo de sorriso que mudava o mundo”
“Nós dançamos, e parecia que eu o conhecia, que entendia a energia dele”
“Ele era como um dia de sol logo depois de uma tempestade”
“Acho que nunca me acostumaria à sensação de vê-lo sorrir”
Se você se interessou por essa história e quer saber mais sobre ela, não deixe de ler a resenha e de garantir seu exemplar clicando abaixo.
Gosto de livros que ecoam e ainda me deixam pensando sobre eles mesmo tempo depois de terminar sua leitura.
Resto qui (Marco Balzano), já resenhado neste post, é um desses livros e, felizmente, hoje tenho a oportunidade de revisitá-lo, trazendo para o Blog mais alguns trechos desta obra.
“Credevo che mi potessero salvare, le parole”
(Eu acreditava que as palavras pudessem me salvar)
A história fala muito — e acredito que deixei isso claro na resenha — sobre (des)pertencimento.
“Ci eravamo abituati a non essere più noi stessi”
(Nós nos acostumamos a não sermos mais nós mesmos)
“– Mamma io voglio andarmene da questo posto. Qui non posso nemmeno più andare a scuola”
(— Mamãe, quero ir embora deste lugar. Aqui não posso sequer ir à escola).
O livro também trata da questão de como a língua que falamos (ou não) é importante no processo acima mencionado.
“In pochi a Curon sapevano leggere, ma nessuno capiva quella lingua che era solo la lingua dell’odio”
(Poucos em Curon sabiam ler, mas ninguém entendia aquela língua que era só a língua do ódio)
“Di fargli imparare una poesia pensai che se non me l’avessero fatto odiare dal profondo delle viscere era una bella lingua, l’italiano. A leggerla mi sembrava di cantare”
(De fazê-los aprender poesia, pensei que se não me tivessem feito odiá-la das profundezas das minhas vísceras, seria uma bela língua, o italiano. Enquanto o lia, parecia que eu cantava)
Como já era de se esperar e imaginar, a obra fala, ainda, sobre as dificuldades do viver.
“Perché vivere vuol dire per forza andare avanti?”
(Por que viver significa, necessariamente, seguir em frente?)
“Nulla è più impietoso della neve che ti cade addosso”
(Nada è mais impiedoso que a neve que cai sobre você)
Uma narrativa, por fim, que nos lembra da pureza das crianças, mesmo em um mudo tão machucado e dolorido.
“Vedrai, ti farà bene stare coi bambini, sono molto meglio degli adulti”
(Você vera que te fará bem estar com as crianças, são muito melhores que os adultos)
Resto qui me apresentou uma Itália que, mesmo estudando tanto sobre o país, eu não conhecia e que, apesar de retratar algo tão triste, era preciso conhecer. Se você quiser saber do que estou falando, não deixe de ler a resenha e, claro, a obra completa.