Sobre a escrita – Stephen King

Título: Sobre a escrita: a arte em memórias
Original: On writing 
Autor: Stephen King
Editora: Suma das Letras 
Páginas: 256 
Ano: 2015 (1º edição) 
Tradução: Michel Teixeira

Vai ser difícil falar de um livro sensacional como esse, viu? É verdade que eu nunca havia lido nada desse autor e confesso que deu vontade de saborear alguma de suas histórias, até para ver, na prática, a escrita dele.

“Acredito que muitas pessoas têm pelo menos algum talento para escrever ou contar histórias, e esse talento pode ser fortalecido e afiado”

Sobre a escrita (p.20)

Me lembro que só de abrir o livro já dei um sorriso e me encantei. As epígrafes são as seguintes: “A honestidade é a melhor política” (Miguel de Cervantes) e “Mentirosos prosperam” (Anônimo) (!!!!).

Em seguida nos deparamos com três prefácios: no primeiro o autor fala sobre uma banda de rock da qual participou. Pode parecer aleatório, mas ele faz isso para mencionar uma frase interessante que ouviu. No segundo prefácio, mais curto que o primeiro, o autor nos fala sobre o tamanho do livro. Por fim, no terceiro prefácio, Stephen King fala, em apenas um parágrafo, sobre a importância do editor. De certa forma, cada um desses prefácios é um agradecimento a uma pessoa diferente.

O livro está dividido em algumas partes, cada uma delas com uma estrutura única. E todas são bem interessantes!

Primeiro temos Currículo, que é onde Stephen King nos conta um pouco sobre sua infância, adolescência, vida adulta, os primeiros contos que escreveu, as dificuldades.

“O que me levava a acreditar que eu tinha algo de útil a dizer?”

Sobre a escrita (p.10)

É uma parte em que a leitura flui. Eu ri, senti compaixão pelo escritor e até aflição! (Pois é, tem uma parte sobre os problemas de ouvido que ele tinha que são de arrepiar. Se as histórias de terror dele são assim, não sei te terei coragem de ler não…). Também podemos ter uma ideia de como eram as relações de King com sua família, principalmente a mãe e o irmão. A mãe, aliás, foi sua primeira grande incentivadora nessa empreitada de se tornar escritor.

“Ela disse que era tão bom que deveria estar em um livro. Nada que ouvi desde então conseguiu me fazer mais feliz”

Sobre a escrita (p. 29)

Depois desta “introdução”, temos O que é a escrita, que é uma espécie de conto sobre o tema. Trata-se de algumas reflexões do autor e é uma parte que quase chega a ser poética.

“Estou convencido de que o medo é a raiz de toda má escrita”

Sobre a escrita (p.113)

A terceira parte, Caixa de ferramentas, começa com uma espécie de crônica sobre este objeto e Stephen King, a partir dessa narrativa, inicia uma metáfora muito interessante sobre os elementos essenciais para uma boa escrita.

“É melhor sempre ter as ferramentas consigo. Se não tiver, pode ser que você encontre alguma coisa inesperada e desanime”

Sobre a escrita (p.101)

Aqui o autor fala sobre vocabulário, gramática, elementos de estilo e ritmo.

“A gramática não é apenas chateação; é a estrutura em que você se apóia para construir os pensamentos e colocá-los no papel”

Sobre a escrita (p.108)

Em seguida vem Sobre a escrita, uma parte homônima ao título do livro, em que o autor traz mais alguns princípios importantes da escrita. Ele considera este o coração da obra.

“Quando acerta o alvo, uma metáfora nos agrada tanto quanto encontrar um velho amigo em meio a uma multidão de desconhecidos”

Sobre a escrita (p.153)

Uma coisa que Stephen King faz questão de destacar ao longo deste livro e principalmente nesta parte, é a necessidade de ler e escrever muito.

“Cada livro que se pega para ler tem uma ou várias lições, e geralmente os livros ruins têm mais a ensinar que os livros bons”

Sobre a escrita (p.126)

Apesar de muito interessante também, confesso que essa foi a parte que mais enrolei para ler. No entanto, ao chegar ao final e passar para a última parte, uma surpresa…

“A escrita não é a vida, mas acho que, algumas vezes, pode ser o caminho de volta a ela”

Sobre a escrita (p. 212)

Em Sobre a vida: um postscriptum, o autor nos conta sobre um sério acidente que sofreu. Era algo que eu realmente não esperava encontrar neste livro, mas que achei muito interessante. Primeiro porque, novamente, Stephen King nos dá uma aula (prática) de narrativa. E também porque ele parece cada vez mais se aproximar do leitor para mostrar a ele que somos todos igualmente seres humanos.

“Quando você escreve, está criando seus próprios mundos”

Sobre a escrita (p.136)

Outro ponto que achei muito interessante ao longo do livro, mas que fica ainda mais claro nessa última parte, é o amor de King por sua esposa, Tabby. Ele reconhece a felicidade de ambos, os esforços dela com relação a ele e sua imensurável ajuda.

“Escrever é um trabalho solitário. Ter alguém que acredite em você faz muita diferença”

Sobre a escrita (p.68)

Tabby não só apoia e incentiva Stephen King, como também é sua primeira e mais fiel leitora.

“Todas as opiniões têm o mesmo peso? Para mim, não. No fim das contas, eu ouço mais a de Tabby, porque é para ela que escrevo, é ela que quero surpreender”

Sobre a escrita (p.186)

Nem todo mundo consegue encontrar o amor da sua vida e, menos ainda têm a sorte de ter um amor tão compreensível e dedicado. E só quem já teve essa sorte na vida sabe o quão incrível é!

Por fim, o autor ainda colocou duas listas de livros que ele leu nos últimos anos. Pode ser um bom lugar para encontrar sua próxima leitura!

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9 comentários em “Sobre a escrita – Stephen King

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