Título: O retorno do jovem príncipe Original: The return of the young prince Autor: A. G. Roemmers Editora: Fontanar Páginas: 105 Ano: 2011 Tradução: Paulo Afonso
A primeira coisa na qual pensei quando vi a capa de O retorno do jovem príncipe, foi, sem dúvidas, o livro O pequeno príncipe, sem me atentar, no entanto, para a palavra “retorno”, contida no título do livro que hoje resenho.
“Os cegos veem o que ninguém mais ousa ver. Eles devem ser as pessoas mais corajosas de todas”
O retorno do jovem príncipe (p.14)
Só quando comecei a ler O retorno do jovem príncipe foi que percebi que se tratava de uma espécie de continuação, por assim dizer, d’O pequeno príncipe. Senti que a linguagem desse livro, porém, era muito mais simples e acessível. Isso porque li O pequeno príncipe umas duas vezes quando era mais nova, mas sempre senti que não absorvi nem metade do que as pessoas costumam absorver.
“É impressionante como sempre presumimos que os outros seguem a mesma direção que nós”
O retorno do jovem príncipe (p.11)
O retorno do jovem príncipe também é um livro super curto e que narra um encontro inesperado entre um adulto e o pequeno príncipe (que já não é mais tão pequeno assim). O narrador, que nos conta a história em primeira pessoa, está dirigindo por uma estrada deserta da Patagônia quando avista um jovem dormindo à beira dessa estrada. E aí começa esse encontro.
“Por alguns momentos, pensei em como os adultos, com alertas que visam nossa própria proteção, fazem com que nos afastemos das outras pessoas, a ponto de que tocar um indivíduo, ou olhá-lo nos olhos, provoca um desconfortável sentimento de apreensão”
O retorno do jovem príncipe (p.10)
O narrador motorista resolve acolher em seu carro aquele pequeno ser de loiros cabelos. E quando o jovem príncipe acorda, começa a fazer diversas perguntas. Boa parte do livro é construído em cima dos diálogos entre o adulto e o jovem príncipe, que conversam sobre tudo, nos dando uma bela aula sobre a vida.
“Quem era aquele jovem que irradiava inocência e sacudia as bases do sistema de crenças que eu herdara?”
O retorno do jovem príncipe (p.13)
Presume-se que quem lê O retorno do jovem príncipe já tenha lido O pequeno príncipe, pois há diversas referência à história original. Inclusive, uma das lições mais importantes (que, no entanto, pode ser compreendida mesmo por aqueles que não leram O pequeno príncipe) tem a ver com um episódio marcante do primeiro livro.
“Por que tantas vezes preferimos a pessoa que nos desilude àquela que nos oferece uma ilusão?”
O retorno do jovem príncipe (p.44)
É interessante pensar que no plano “concreto”, o narrador e o jovem príncipe estão fazendo uma viagem de carro, enquanto que no plano metafórico eles empreendem uma viagem existencialista ou espiritual.
“As pessoas às vezes são como ostras. Tudo o que temos de fazer é esperar, até que elas entreguem a pérola que trazem no seu interior”
O retorno do jovem príncipe (p.29)
Outro ponto interessante d’O retorno do jovem príncipe é o fato de que como ele está na adolescência, o livro aborda mais essa questão da transição para o mundo adulto, uma transição que, muitas vezes, não é tão fácil.
“Às vezes, sem perceber, nós, adultos, jogamos com os mais profundos sentimentos das crianças e destruímos coisas muito mais valiosas que qualquer objeto que elas possam quebrar”
O retorno do jovem príncipe (p.31)
Ao longo da leitura, meu lado professora ficou ecoando que seria interessante trabalhar esses livros em conjunto. São livros curtos, escritos por autores diferentes, mas que conversam entre si, além de ensinarem muitas coisas e permitirem diversas reflexões. Claro que, depois de concluída minha leitura de O retorno do jovem príncipe fui correndo ler, pela terceira vez, O pequeno príncipe. No entanto, compreendi uma coisa: trata-se realmente de um livro atemporal, que precisamos revisitar de tempos em tempos. Se hoje posso compreender muito mais que antes, daqui uns anos posso ter uma experiência totalmente nova também.
Que legal! Fiquei curiosa para ler este livrinho, pois “O Pequeno Príncipe” é um livro adorável” ♥♥
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Quando eu estava lendo esse livro, li algumas críticas a ele, mas eu realmente gostei!
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