De volta ao formato — Diário de leitura (17)

Depois de muito tempo, deparei-me novamente com uma história que engloba outras três narrativas em As mil e uma noites. E, neste caso, tudo começa com As aventuras do califa Harun Al-Rashid.

Depois de ter lido tantas histórias desta obra, sei já que o califa é uma pessoa importante para a cultura e a religião em questão. E, nesta narrativa, tudo começa quando tal figura encontra-se em um dia de grande tristeza, mas é lembrado pelo seu grão-vizir de que deve cumprir algumas obrigações e, como muitas vezes pode acontecer, essa distração acaba fazendo com que seu humor mude.

Disfarçado de mercador, o califa sai pela cidade, acompanhado do seu grão-vizir, para verificar como anda o policiamento nas ruas. E é nesta ronda que o califa encontra os três personagens que darão origem às narrativas que estão dentro desta.

O primeiro personagem encontrado é um pedinte cego, mas que só aceita esmolas mediante uma bofetada. E é através de A história do cego Baba-Abdalá que podemos compreender porque se dá tal absurdo.

Depois, conhecemos A história de Sidi Numan, que, em praça pública, açoitava impiedosamente uma égua. Aqui temos uma narrativa como já mencionei algumas vezes: de humanos transformados em animais e, depois, novamente transformados em humanos.

Por fim, chegamos à História de Codja Hassan, um homem muito humilde que pôde enriquecer — graças a uma aposta feita entre dois amigos — a ponto de sua nova moradia atrair a atenção do califa. Mas Codja Hassan apenas enriqueceu por ser homem sério e disposto a multiplicar uma súbita riqueza ao invés de gastá-la de uma vez. Isso, porém, após alguns interessantes percalços que, ouvindo, jamais acreditaríamos.

Estas três narrativas que descrevi, emolduradas pelos questionamentos do califa, compõem uma história capaz de nos apresentar traços culturais muito interessantes, mas não só: elas nos mostram, de forma bem sintética, o formato de tantas outras histórias de As mil e uma noites.

E, para melhorar, sabe o que vem depois? A história de Ali Babá e dos quarenta ladrões exterminados por uma escrava! Mas essa, claro, deixo para meu próximo diário de leitura.

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