Música e livros: 10 canções inspiradas na literatura [tradução 28]

Música e literatura são dois tipos de arte que aprecio imensamente e, por isso, resolvi que nada mais justo que a primeira tradução do ano fosse de um texto que unisse esses dois assuntos.

O artigo em questão, escrito por Simon, foi tirado do Blog Thomann, tendo sido publicado originalmente em 16 de maio de 2021.

Vamos à tradução?


Quando literatura e música se fundem, o resultado é, frequentemente, monumental: muitas e muitas vezes os músicos encontram inspiração para os textos deles na literatura. Bob Dylan, por exemplo, destaca a enorme influência que tiveram sobre ele autores como Fyodor Dostoievsky. Inúmeras bandas do metal, do rock, do folk e de muitos outros estilos procuram sua inspiração nos romances de fantasia e de horror, e também na alta literatura. Eis aqui 10 exemplos da engenhosa interação entre literatura e música!

1. Bohemian Rhapsody – Queen | “O estrangeiro” de Albert Camus

O famoso escritor e filósofo francês Albert Camus foi a inspiração para um dos maiores e mais complexos sucessos do Queen: “Bohemian rhapsody”. Freddie Mercury escreveu o texto sozinho, inspirando-se no assunto do romance: um artista que não se preocupa com as convenções e não quer ser subordinado aos padrões sociais. De acordo com o assistente pessoal de longa data de Mercury, Peter Freestone, Freddie fica em paz consigo mesmo sobre a admissão de sua homossexualidade escrevendo essa letra. Que impressionante sinergia entre música e literatura!

2. Sympathy for the devil – The Rolling Stones | “O mestre e Margarida”, de Mikahil Bulgákov

“O mestre e Margarida” é a obra mais conhecida do escritor russo Mikhail Bulgákov, um clássico da literatura russa do século XX. O romance descreve a vida em Moscou, de maneira alegórica, humorística e satírica. Os Stones se inspiraram nesta absurda e verdadeira história quando compuseram a música “Sympathy for the devil”. Um clássico literário que se torna um clássico do rock. Na música, Mick Jagger deixa o diabo falar, inclusive na parte em que diz “quem matou os Kennedys”. A resposta de Satanás: “quando, afinal de contas, foi apenas você e eu”.

3. Rime of the ancient mariner – Iron Maiden | “A balada do velho marinheiro”, de Samuel Taylor Coleridge

“The rime of the ancient mariner” ou “a balada do velho marinheiro”, é um poema narrativo escrito pela figura literária britânica Samuel Taylor Coleridge, em 1798. Ainda nos dias de hoje, essa poesia ressoa como uma balada, com versos tão preciosos que influenciam até hoje a língua inglesa. São, de fato, numerosas as frases que passaram a fazer parte da língua inglesa usada hoje. Não só: o poeta influenciou inclusive o Iron Maiden, que celebram a balada por cerca de 14 minutos.

4. Animals – Pink Floyd | “A revolução dos bichos”, de George Orwell

Pink Floyd está, sem dúvidas, entre os maiores ícones da narrativa e da união entre literatura e música. Com o álbum “Animals“, eles mergulharam no mundo visionário do excepcional escritor George Orwell. O álbum é baseado no romance de Orwell, “Revolução dos Bichos“, a fábula distópica de 1945, na qual os animais se revoltam contra as regras de seus proprietários humanos. “Com a cabeça enfiada no lixo, dizendo ‘continue a cavar'”. O álbum busca descrever o capitalismo e as suas vítimas.

5. Ramble On – Led Zeppelin | “O senhor dos anéis”, de J. R. R. Tolkien

J. R. R. Tolkien, com o seu trabalho “O senhor dos anéis“, forneceu para muitas bandas um modelo preciso de mundo fantástico: a sua estimulante narrativa da Terra Média contém, obviamente, uma quantidade infinita de inspiração, a qual músicos e bandas ficam felizes de explorar. Entre os representantes mais conhecidos está Led Zeppelin, com “Ramble On“. Na música, de 1969, os roqueiros interpretam o romance de fantasia e não se abstêm de citar diretamente em seus textos a obra em questão. E sabe de uma coisa? Diz-se até que rolou disputa pelo copyright!

6. Charlotte Sometimes – The Cure | “Charlotte Sometimes”, de Penelope Farmer

Ok, o maior sucesso do The Cure continua sendo “Friday I’m in love“. O grupo, principalmente o líder, Robert Smith, são um exemplo de ligação entre música e literatura. O camaleão e excêntrico Robert Smith tem um livro preferido, e é um livro infantil chamado “Charlotte Sometimes“, escrito por Penelope Farmer. Smith usou justamente o livro infantil como modelo para a canção homônima de 1981, “Charlotte Sometimes”. Mais relacionado à literatura que isso, impossível!

7. Lucy in the Sky with Diamonds – Beatles | “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll

A vanguarda da música psicodélica, “Lucy in the Sky with Diamonds” não é nada menos que uma derivação da obra literária “Alice no país das maravilhas“, de Lewis Carroll. O livro infantil foi publicado pela primeira vez em 1875 e, cerca de um século depois, os Beatles retomaram o tema e o transformaram em “Lucy in the sky with diamonds”. A música foi escrita durante um dos períodos mais criativos do quarteto fantástico.

8. Moon Over Bourbon Street – Sting | “Entrevista com o Vampiro”, de Anne Rice

Sting não é apenas um icônico cantor e baixista: o artista inglês é conhecido, também, por sua intelectualidade, sem falar em uma leve tendência para tudo aquilo que está fora da curva. A música do The Police Moon over Bourbon Street” é baseada no romance “Entrevista com o Vampiro“, da escritora americana Anne Rice, no qual um bêbado — frustrado com a morte de sua esposa e de seu filho ainda não nascido — caminha pelas ruas de New Orleans, quando é mordido por um vampiro. Sting leu o livro depois de um concerto em New Orleans, em seu hotel, no famoso bairro francês. Olhando a rua deserta, escreveu os seus pensamentos sobre “Moon over the Bourbon Street” e então surgiu a composição homônima.

9. Romeo and Juliet – Mark Knopfler | “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare

Romeu e Julieta“, a tragédia mais famosa que já saiu da pena de William Shakespeare, conta a agridoce história de dois amantes cujas famílias só se reconciliaram com a morte deles. Numerosos artistas de música clássica, pop e rock retomaram o tema. Por exemplo, Mark Knopfler/Dire Straits com a homônima balada “Romeo and Juliet” uma das composições mais conhecidas do Dire Straits. Nos seus versos, descreve a cena na qual Julieta fica famosa, deixa o seu Romeu e se distancia do seu bairro, onde se encontraram pela primeira vez. 

10. All Along the Watchtower – Bob Dylan | “Frankenstein”, de Mary Shelley

All Along the Watchtower” é uma música do Bob Dylan, é importante ressaltar, mesmo que a canção tenha ficado famosa em uma versão significativamente modificada por Jimi Hendrix. Segundo as explicações, o título é baseado no romance de terror “Frankstein“, de Mary Shelley, um dos clássicos de horror por excelência. Considerando que a maior parte dos textos de Bob Dylan são recheados de aforismos, a conexão, neste sentido, é bem fácil de imaginar. 

Existem numerosos outros exemplos da agradável sinergia entre literatura e música. O que ambas as formas de arte têm em comum é estarem constante em busca de inovação e, ao mesmo tempo, de história, passando frequentemente a bola entre si. Críticos, especialistas em literatura e apaixonados por música geralmente amam interpretar e se deixar levar pelas obras nascidas das inspirações que, por sua vez, inspirarão também.


E você, saberia mencionar outros exemplos? Deixe aqui nos comentários, vou adorar conhecer mais músicas e suas referências!

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Fisheye — Kami Girão

Título: Fisheye 
Autora: Kami Girão 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 320 
Ano: 2020 (2º edição)

Uma pessoa querida já te recomendou tanto um livro que a sua curiosidade só aumentava? Pois foi assim que conheci Fisheye, mais de uma vez indicado, sempre com lindas palavras, pela Michelle Pereira.

Dizem que a expectativa é inimiga da apreciação, mas isso não aconteceu com esse livro que superou — e muito — tudo o que eu poderia esperar para esta história.

“Não queria mais promessas sem fundamento”

A narrativa é intensa, bem escrita e propicia ao leitor um mix de emoções que é até difícil colocar em palavras.

“Era sempre mais fácil fugir daquilo que não se quer encarar”

A protagonista, Ravena Sombra, gera, por si só, sentimentos bem contraditórios dentro de nós: de início, ela é a típica popularzinha odiável do Ensino Médio. Mas então ela passa a descobrir coisas sobre si mesma e sobre a vida, transformando-se. E aí é impossível não sentir compaixão e querer abraçá-la, dizendo que tudo ficará bem.

“A imagem que construí na escola não era uma que eu gostaria de carregar para o meu futuro, mas ela me pertencia. Era a minha memória”

Logo no começo do livro encontramos a protagonista ansiosamente se arrumando para uma festa. Mas ela não imaginava que era ali que tudo começaria a mudar e desmoronar.

“Os adolescentes conseguem ser bem maldosos com um pouco de boa vontade”

Ravena fica momentaneamente cega por conta de um flash na balada e isso causa um acidente: um belo tombo, no meio da festa, que ainda vai gerar muitos burburinhos falsos e um belo castigo para ela.

Dias depois, porém, investigando a causa dessa cegueira momentânea, Ravena descobre muito mais, sobre seu passado e seu futuro: ela tem retinose pigmentar.

“Nomes grandes de doenças nunca era bom sinal”

Se você não sabe nada sobre essa doença, tudo bem. Este é um ótimo livro para aprender um pouquinho sobre isso, com a própria protagonista, ao mesmo tempo em que tantos outros assuntos importantes também são discutidos.

“Era diferente encarar o mundo daquela maneira, mas não era de todo ruim”

Acredito que os trechos que já usei até aqui deixam claro que a autora trabalha, na história, muitos aspectos da adolescência e da crueldade que essa fase carrega. Para além do bullying e das aparências, Kami Girão ainda consegue falar sobre as escolhas diante do final da fase escolar e do quão difícil elas são.

“Não conseguia imaginar o que me aguardava do lado de fora da escola. Viver ali era seguro, apesar dos pesares, e a realidade lá fora parecia assustadora”

Fisheye também fala — e muito — sobre relações familiares. Ravena podia não ser a melhor pessoa do mundo no início da história, mas seu lar certamente contribuía para sua personalidade terrível.

“Senti uma lágrima escorrer quando me dei conta de que estava sozinha”

O pai está sempre trabalhando ou aproveitando a vida com a amante; a mãe vive assistindo televisão e se afogando em sua tristeza; a irmã mais velha, quando ainda morava com eles, vivia provocando Ravena.

“Para sobreviver em um mundo de aparências, é necessário obedecer às regras impostas”

Mas nem tudo é maldade e dor neste livro. Ao mesmo tempo em que o mundo de Ravena começa a ruir, entra em cena um personagem capaz de mudar tudo (mais uma vez).

“Era esquisito perceber que o belo e o horrível podiam habitar a mesma pele e montar a feição da  mesma pessoa”

Daniel — também conhecido pelas más línguas por Queimadinho — é um jovem que tem um passado bem pesado, mas que leva a vida de maneira leve e que, com isso, tem muito a ensinar.

“Aquele era um lado de Daniel que eu desconhecia completamente. Mas também era um lado que me fascinava”

É assim que, através dele, a narrativa ainda aborda a importância da verdade, do amor, do cuidado com o outro e de não julgarmos pela aparência, pois o interior sempre esconde muito mais.

“A verdade nem sempre é o caminho mais fácil, mas é o mais adequado em qualquer situação”

Fisheye é uma história na qual podemos acompanhar um grande amadurecimento da protagonista, ao mesmo tempo em que aprendemos e refletimos sobre assuntos diversos, mas intimamente conectados.

“Possuir, no instante de um clique, aquilo que não se tinha mais, registrar momentos usando outras formas de sentir, revolucionar a arte e a percepção de quem enxerga por ser cego e fotografar”

Uma narrativa que facilmente nos leva às lágrimas. No meio do livro, há um interlúdio escrito por Victória, a irmã de Ravena, e se você acha que ali iremos respirar com mais tranquilidade, não se engane: o bolo na garganta só aumenta!

“Não se fica triste com demonstrações verdadeiras de carinho e afeto”

Se você se interessou por Fisheye (e eu espero que tenha se interessado!), clique abaixo para garantir o seu ebook ou entre em contato com a autora para verificar a disponibilidade de um exemplar físico (eu tive a sorte de garantir um e foi nele que realizei minha leitura. Edição excelente!). Aproveita e já segue a Kami nas redes sociais (Instagram | Twitter), para ficar por dentro dos demais trabalhos dela.

Citações #59 — Proibida de amar

Se tem uma autora que eu amo, essa autora é Tayana Alvez! A escrita dela envolve, encanta, fascina.

Quem não acompanha o trabalho da Tay, contudo, provavelmente não sabe que muitos dos livros que li (e que já resenhei por aqui) foram retirados da Amazon, pois ela está se reposicionando no mercado literário.

Os quotes que trago hoje são de um desses livros. Porém, não posso deixar de compartilhar essas passagens, tanto para que você tenha um gostinho do que perdeu, quanto para que você entenda o quão incrível essa autora é.

Proibida de amar traz a história de uma jovem com um passado por si só complexo, mas que, além de tudo, está tentando se recuperar de um relacionamento extremamente tóxico.

“Só que, Lavínia, eu ainda cresci sem a presença do meu pai, e isso dói”

A protagonista foi mãe muito cedo, e tem de lidar com as responsabilidades dessa condição, ao mesmo tempo em que luta para se livrar de amarras tão dolorosas.

“Não choro, mas sofro”

O livro carrega uma profundidade e uma densidade que não temos como ignorar, como é típico das histórias de Tayana.

“Então talvez o para sempre exista mesmo, só não seja para mim”

“Eu precisava de pelo menos mais um dia perfeito antes de tudo acabar”

Mas também tem o seu toque de leveza, que torna a leitura extremamente prazerosa.

“Oliver me mostrou o lado bom de estar com outra pessoa”

Uma narrativa que nos faz, ao mesmo tempo, refletir, rir, chorar, amar, se desesperar. E que, com o seu toque sutil, vai nos marcar das mais diferentes formas.

“No dia a dia, contudo, aprendi com minha mãe que as coisas que as pessoas falam de mim não dizem nada sobre mim, dizem sobre elas”

Para não perder mais nenhum trabalho da Tayana, recomendo que você acompanhe as autoras em suas redes sociais (Instagram | Twitter). E se quiser conhecer melhor a história de Proibida de amar, leia a resenha aqui. Se quiser saber que histórias da autora você ainda encontra na Amazon, basta clicar aqui.

Aquela vez em Pirenópolis — Héber Luciano

Título: Aquela vez em Pirenópolis 
Autor: Héber Luciano 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 25 
Ano: 2020

Aquela vez em Pirenópolis é uma história curta — são apenas 25 páginas — mas que consegue deixar a sua marca e gerar muitos sentimentos em nós.

O cenário da história já é tenso por si só: Henrique e Sarah estão presos às ferragens de um carro que capotou e caiu em um barranco, no meio de uma estrada, a noite. 

Enquanto tentam se manter acordados — e vivos — os dois vão relembrando como se conheceram e alguns dos momentos marcantes vividos até ali, nos apresentando à história deles.

“Não teria sido tão incrível, se não fosse tão inesperado, tão desajeitado assim”

A descrição do local do acidente e da situação deles é sempre angustiante. E saber que eles estão esperando um resgate que tem chances baixíssimas de aparecer é ainda mais desesperador.

Entremeado a isso, contudo, temos o romance deles, para trazer um pouco de respiro e alento.

“Jamais amaria alguém da maneira que a amava”

O final desta narrativa surpreende e explica, finalmente, o título dela, nos deixando de queixo caído (e coração em pedaços).

Uma grata surpresa que, se te interessar, pode ser lida a partir do link abaixo, em formato ebook. E se quiser saber mais sobre o autor, não deixe de acompanhar suas redes sociais (Blog | Instagram).

Para fechar 2022

Costumo dizer que me expresso melhor escrevendo, mas este ano mesmo as palavras escritas têm me faltado

2022 foi (tem sido) um ano de muitas histórias, não apenas lidas, mas também vividas. Consequentemente, também tem sido um ano de muitos (bons) pensamentos. E, claro, nessa reta final, de cansaço (faz parte, né, ninguém é de ferro).

Talvez por isso esteja difícil colocar em palavras tudo o que eu gostaria, assim como muitas vezes foi difícil manter o ritmo por aqui (e obrigada a você que continuou acompanhando meus conteúdos, apesar disso). Mas eu não poderia deixar de escrever um último post antes de aproveitar as comemorações de final de ano com a família e de, claro, descansar um pouco.

Dentre as tantas coisas boas de 2022 está a certeza de que ler me faz bem e que ter um espaço para compartilhar essa paixão (e tantas outras) é algo que não quero abrir mão tão cedo. Então, sim, você que me aguente por mais uns anos aqui!

Mas espero que em 2023 eu continue respeitando meu ritmo e fazendo pausas necessárias no Blog. Que eu continue sendo menos rígida com a “agenda de posts” e que escreva sobre o que me der vontade e quando me der vontade. Uma vez mais (e não vai ser a última vez), agradeço a quem respeitou esses ritmos malucos e continuou por aqui, acompanhando e interagindo com cada novo conteúdo e trazendo palavras que me faziam sempre querer voltar para cá o mais rápido possível.

Aliás, pretendo, no próximo ano, voltar com a Newsletter e, provavelmente, deixar de lado o Instagram do Blog que, sinceramente, hoje não faz mais tanto sentido para mim. Então se você quiser um resumo (quinzenal? Mensal? Não resolvi ainda) dos últimos posts e algumas dicas e reflexões rápidas, já se inscreve na news (que é gratuita).

Não sou de fazer metas, nem mesmo literárias (falei muitas vezes nas resenhas como gosto de deixar os livros me escolherem no momento certo), mas desejo que o próximo ano continue sendo um ano com mais presença, mais vida e menos ansiedade e cobranças que, por vezes, as redes sociais nos impõem.

É por isso, também, que este é o último post de 2022. Quero descansar um pouquinho, escrever com calma as resenhas que estão “atrasadas” e começar 2023 trazendo muitos conteúdos novos por aqui.

Então deixo aqui o meu desejo de um ótimo natal e um novo ano excelente para você que está lendo esse post. 

E, claro, não posso deixar de dizer (de novo, sim!) um SUPER OBRIGADA a você que acompanha esse cantinho. Cada visita, cada curtida, cada comentário são essenciais para tornar tudo ainda mais especial e sou extremamente grata por isso.

Teto para dois — Beth O’Leary

Título: Teto para dois 
Original: The flatshare 
Autora: Beth O’Leary 
Editora: Intrínseca 
Páginas: 400 
Ano: 2019 
Tradutora: Carolina Selvatici

Alguns livros são mais difíceis de resenhar que outros e eu não poderia imaginar que Teto para dois seria um desses livros, mesmo depois de ler as palavras da Fernanda nesta resenha.

“Quando repetimos uma verdade vezes o bastante, quando nos esforçamos o suficiente, um dia funciona”

A dificuldade de falar desse livro não reside no fato de que muito já se falou sobre ele, mas sim no quanto ele pode atingir de maneiras tão únicas e pessoais cada um de nós.

“Deveria ficar feliz, mas não consigo”

Com uma narrativa em primeira pessoa que alterna entre os protagonistas, Tiffy e Leon, a história aborda temas como relacionamentos tóxicos, injustiça, amizade, força e a necessidade de falarmos e não desperdiçarmos as oportunidades que a vida nos dá.

“Não deixe sua.. reticência natural atrapalhar você. Deixe claro o que sente por ela. Afinal, você é um livro fechado, Leon”

Tiffy precisa desesperadamente de um lugar não muito caro para morar. Ela e seu (ex) namorado já haviam terminado (de novo) há três meses, mas ela ainda morava no apartamento dele e a situação tornava-se insustentável (isso pode parecer óbvio, mas com o desenrolar da história a coisa só piora…).

Depois de muitas visitas a apartamentos terríveis, Tiffy se depara com um anúncio bem inusitado: uma proposta de divisão de uma casa de apenas um quarto, mas que seria ocupado durante o dia pelo dono e a noite e aos finais de semana por Tiffy.

“É preciso dizer uma coisa sobre o desespero: ele deixa a cabeça da gente muito mais aberta”

Claro que o dono desse anúncio é Leon, que precisa muito de dinheiro para pagar o advogado de Richie, seu irmão, que está preso (injustamente? Só a leitura nos fará descobrir).

Mas de um lado temos Gerty e Mo, grandes amigos de Tiffy, achando essa ideia absurda; de outro lado temos Kay, namorada de Leon, que certamente não gosta nem um pouco de saber que, mesmo que indiretamente, ele vai dividir sua cama com outra mulher.

E claro que essa divisão — que acaba realmente acontecendo — é apenas o começo de tudo o que se desenrola depois.

“Aquela sensação de novo, a raiva represada ao ouvir alguém que você tenta muito amar dizer as piores coisas”

Tiffy tem um coração enorme. Daqueles que não mecerem experienciar a maldade humana tão de perto, mas que talvez justamente por isso, acabam experienciando.

“Estou com medo de que ele esteja preparando alguma coisa. Homens assim não vão embora depois de um susto”

Ao mesmo tempo em que vamos conhecendo aos poucos essa protagonista, também vamos descobrindo, com ela, as feridas de seu antigo relacionamento. Até chegar um ponto em que é difícil não ter horror a Justin.

“Sei que é difícil pensar coisas ruins dele, Tiffy, mas, seja qual for a desculpa que queira arranjar para todo o resto, nem você pode ignorar que ele deixou você para ficar com outra mulher”

Cada revelação e acontecimento são como uma facada no coração ou, pior ainda, um espelho para quem já viveu coisas parecidas, mesmo sem se dar conta.

“Então estar com ele era divertido. Mas será que era bom para mim?”

Enquanto Tiffy vai nos fazendo refletir sobre a toxicidade de seu relacionamento, Leon nos faz enxergar dois outros importantes pontos sobre as relações humanas: a dor de enxergar que já não há mais espaço, em nossas vidas, para aquela pessoa que um dia amamos (e com quem, muitas vezes, ainda estamos juntos, talvez por hábito) e a necessidade de não deixarmos para depois o amor que temos para dar hoje.

“Holly: você é péssimo em contar às pessoas o que sente de verdade”

Se a história de Tiffy e Leon — tanto separadamente quanto quando elas se cruzam — já daria um livro, Teto para dois nos surpreende, também, com as narrativas paralelas que aparecem, e que trazem as demais temáticas que mencionei anteriormente.

Gostei da forma como a amizade de Mo, Gerty e Tiffy funciona. É clara a preocupação de Mo e Gerty com Tiffy, mas eles também sabem que ela precisa caminhar com as próprias pernas, mesmo que eles não estejam de acordo com as escolhas dela. O que, contudo, não faz com eles saiam do lado dela.

“Ser legal é uma coisa boa. A gente pode ser forte e legal. Não precisa ser uma coisa de cada vez”

Foi difícil não se deixar envolver por essa narrativa. Eu estava curiosa com a troca de post its entre Tiffy e Leon, que eu já sabia que acontecia, mas não imaginava que esses pedacinhos de papel nos ajudariam a enxergar tanta coisa também.

“É estranho ver como é fácil conhecer alguém pelos vestígios que a pessoa deixa para trás”

Quando, já perto do final, a história deu um salto de dois anos, eu quase chorei (mais), pois não queria que o livro acabasse. É difícil se despedir de personagens tão marcantes e presentes como esses.

Se você ainda não leu Teto para dois e ficou com vontade, não deixe de clicar abaixo para saber mais. E se você já leu, vem me contar o que achou!

Citações #58 — Antes eu do que nós

Voltei com mais alguns (poucos) trechos do livro Antes eu do que nós, da Grazi Ruzzante, publicado em formato físico, este ano, pela Rocket Editorial. Não são tantas frases, mas eram passagens que eu não poderia deixar de compartilhar.

Antes eu do que nós é uma obra linda, com uma protagonista e tanto, e que que fala sobre as dores e as batalhas que enfrentarmos pelos simples fato de sermos humanos.

“Lição de Tina: Respeitar a própria dor muitas vezes exige mais força do que respeitar a dor do outro”

“Lição de Tina: por mais que uma armadura seja forte, ela sempre encaixa na fragilidade de um abraço”

“Já faz quase cinco anos, mas os vazios da casa não se preenchem com tanta facilidade só por causa disso”

Uma narrativa carregada de sentimentos e emoções, capaz de despertar tantas reflexões em nós.

“A verdade é que o ser humano sempre tem todos os motivos para se estressar e, ao mesmo tempo, nenhum”

Nesta obra, podemos ver personagens crescendo e amadurecendo. Aprendendo a lidar consigo, mas também com o outro.

“Eu me lembro como era ser adolescente. Acho que ninguém esquece, mesmo que nunca queira lembrar”

Com uma protagonista que é professora de artes, a história não deixa de valorizar expressões culturais e, claro, a educação.

“A arte pede para ser vista, faz parte do ciclo da coisa, entende?”

Se esses poucos trechos já te deram uma pontinha de curiosidade sobre a obra, não deixe de ler a minha resenha e, claro, de acompanhar de perto os trabalhos da Grazi, seguindo suas redes sociais (Instagram | Linktree).

Livros da Maria Eduarda Passos Freire

Acredito que você ainda não tenha ouvido falar de Maria Eduarda Passos Freire, mas espero que num futuro não muito distante isso mude.

A autora mirim e precoce — esses três livros foram publicados quando ela tinha cerca de 12 anos de idade — tem muito a nos fazer refletir sobre a Educação no Brasil.

E se engana quem acha que é apenas uma criança falando sobre Educação: em seus livros, Maria Eduarda deixa claro as fontes de onde bebe, incluindo, entre elas, ninguém menos que Paulo Freire.

Claro que há muito a ser amadurecido e aprofundado no repertório da jovem, mas as leituras desses livros são rápidas e nos enchem de esperança. Não espere uma leitura muito técnica, porque não é a isso que a autora se propõe (e nem deveria).

Os livros são bem simples, têm ares de livro infantil (letra grande, ilustrações coloridas) e as folhas são brancas e grampeadas, nos convidando a escrever sobre elas. 

Mesmo com essas edições econômicas e sem grandes luxos, é muito bacana ver que uma editora abriu suas portas para publicações como essas, dando a oportunidade para que Maria Eduarda compartilhasse de seu conhecimento e descobertas.

Traçarei um breve comentário sobre cada um dos três livros que li, além de trazer mais algumas informações técnicas sobre eles. Você pode adquirir seus exemplares no site da The Books Editora. E se quiser conhecer mais sobre a autora e incentivar o seu trabalho, não deixe de segui-la no Instagram.

O que é Educação de qualidade?

Páginas: 28 
Ano: 2020

Neste livro, a autora busca explicar o que é a Educação e o que temos de fazer para melhorá-la e valorizá-la.

É também aqui que Maria Eduarda nos revela querer ser professora e, em mais de um momento, menciona a importância de valorizarmos os profissionais da Educação.

Uma coisa que me chamou a atenção — mas que é compreensível, pois a mãe de Maria Eduarda é professora — foi a sensibilidade da jovem com relação à puxada rotina dos professores.

“Professor, aquele profissional incrível que acorda todos os dias cansado, exausto e, mesmo assim, vai trabalhar mais um dia para sobreviver”

Além disso, ela fala sobre o prazer de aprender, os valores que deveriam ser ensinados desde cedo, o sistema avaliativo (aqui ela faz críticas bem pertinentes, que desde cedo me questionei também), as matérias escolares (por outro lado, há aqui uma crítica que requer muito aprofundamento ainda, pois as coisas não são tão preto no branco), a importância de ler e o tempo da aprendizagem de cada um.

“Ser humilde não é você baixar a cabeça, concordar com tudo, não é isso, é apenas você não se achar melhor do que ninguém, sabendo que você não sabe de tudo”

O maravilhoso mundo da educação infantil

Páginas: 28 
Ano: 2020

Dentre os três volumes desta coleção, O maravilhoso mundo da educação infantil é o único que, além dos textos em que Maria Eduarda expõe suas reflexões, traz, também, alguns “pensamentos”, que nada mais são que frases que condensam as ideias ali expostas.

“Ser estimulado ajuda as crianças a acreditarem que têm a capacidade de aprender”

É interessante acompanhar, ao longo das páginas deste livro, a visão de uma jovem sobre a educação de crianças, principalmente nos anos iniciais da vida. Ela deixa, desde o início, clara a importância dessa fase e também o seu gosto por ela.

O que mais chama atenção é a noção que Maria Eduarda carrega de que cada criança tem seu tempo, mas que todas têm a capacidade de aprender, se adequadamente estimuladas a isso.

“Toda criança tem a capacidade de aprender, só que algumas demoram mais, outras demoram menos”

Aqui ela também usa termos muito importantes para essa fase da vida, e que demonstram um certo grau de conhecimento técnico sobre o tema. São palavras como afetividade, projetos, dinamismo, mudança, inclusão e formação continuada.

O maravilhoso mundo da educação de adultos

Páginas: 22 
Ano: 2020

Talvez eu deva recomendar que você comece a leitura destes livros por este volume. 

A verdade é que a ordem dos fatores não altera muito o produto (neste caso). Tanto é que tentei trazer as resenhas numa ordem que me pareceu lógica, mas é em O maravilhoso mundo da educação de adultos que Maria Eduarda fala mais sobre si mesma e sobre o contexto no qual vive.

Nesta obra a jovem fala sobre uma experiência concreta que realizou, de alfabetizar seus avós. E é daí que nascem tantas reflexões e tanto conhecimento técnico e prático da jovem.

“Isso pode acontecer com várias pessoas. Se bem trabalhada, a educação pode mudar vidas e tornar nosso mundo cada vez melhor!”

Ela começa o livro contando sobre como tudo começou e, em seguida, começa a compartilhar algumas das técnicas adotadas em sua missão.

É muito interessante ver como ela realmente montou não apenas um projeto educacional, mas uma espécie de escola, com coordenadora e tudo. E como ela foi testando estratégias e adaptando seu ensino aos alunos que tinha.

“É alfabetizar o aluno de acordo com o que ele convive”

Ainda resta espaço, na obra, para que Maria Eduarda projete seu futuro e nos conte, mais uma vez, sobre seus sonhos.

O que achou desses livros? Não deixe de me contar no comentários!

Contos — Ana Farias Ferrari

Ana Farias Ferrari é uma autora nacional que consegue escrever narrativas que nos prendem, aquecem nosso coração e trazem altas doses de identificação.

“Eu me permiti me apaixonar tantas vezes, só para no fim ter meu coração partido”

(Conto: Sol sustenido)

Recentemente, “maratonei” cinco contos dela publicados na Amazon e hoje venho comentá-los.

Como de costume, fui pegando as histórias sem olhar muito para a sinopse, escolhendo minha ordem de leitura bem ao acaso. Por coincidência, contudo, comecei a leitura com um conto que se passava no Halloween (eu li em outubro) e terminei com um de natal.

Comentarei minhas leituras, portanto, na ordem que as realizei. Se você se interessar por alguma (ou por todas!), basta clicar no título para saber mais sobre ela.

Sol sustenido

Claro que escolhi começar minhas leituras pelo conto que carrega algo do universo musical no título. O que eu não imaginava era que a história se passava no Halloween, data que estava chegando quando li o conto.

Felipe trabalha em um bar a noite toda e, em suas horas livres, alterna entre descansar um pouco da loucura e compor músicas.

Um belo dia, quando está tocando na praça, quebrando a cabeça para terminar uma composição, um gato aparece. 

Há, contudo, algo de diferente no gato. E Felipe só vai descobrir isso depois: o gato é, na verdade, Lucas, um humano que sofreu uma maldição.

“— Eu sei, é um clichê, estou preso em um maldito clichê de contos de fadas”

(Conto: Sol sustenido)

O desenrolar do encontro desses dois nos faz enxergar que uma noite de halloween pode mudar muita coisa em nossas vidas e que, sim, o amor pode estar nos lugares mais improváveis.

“Eu só não sei se realmente quero encontrar alguém de novo, talvez meu destino seja ficar sozinho, só eu e minha música”

(Conto: Sol sustenido)

Por toda a eternidade

É provável que, em algum momento da sua vida, você já tenha pensado como seria se pudesse viver para sempre, não?

Bom, Felipe vive uma realidade na qual algumas pessoas são imortais. E ele, claro, é uma dessas pessoas.

Dentre os tantos problemas que isso traz, existe a dificuldade em encontrar um emprego, principalmente para aqueles que não têm habilidades especiais. E, para piorar, Felipe consegue sempre estragar tudo.

Sua derradeira chance é conseguir se dar bem no último lugar que Felipe se imaginaria: o setor do amor eterno.

“Corações partidos são como livros que não tem final”

(Conto: Por toda a eternidade)

Entre as enrascadas na qual Felipe se mete, essa história nos arranca risadas e suspiros na mesma medida.

Quando a chuva passar

Você já teve a sensação de que há uma nuvem pairando sobre sua cabeça?

Bom, no caso de Hélio essa nuvem é literal. Sim, ele tem uma nuvem só para ele, sempre chovendo sobre si.

“Veja bem, quando se passa a vida inteira com uma tempestade sobre sua cabeça, são só os dias de completo caos que fazem com que você não se sinta tão sozinho no mundo”

(Conto: Quando a chuva passar)

Irônico o cara que tem uma tempestade particular chamar-se Hélio? Provavelmente. Mas nada na vida é definitivo e o amor sempre pode nos transformar, como Ana Ferrari sempre faz questão de nos lembrar por meio de suas histórias. 

“Era uma sensação nova, querer a companhia de alguém, algo que por muito tempo eu quis acreditar que não precisava”

(Conto: Quando a chuva passar)

No momento em que tudo aconteceu

Henrique tem um passado que a cada palavra dessa narrativa queremos compreender, mas que vai sendo revelado aos poucos, na medida certa.

Para isso, também temos de acompanhar os encontros dele com uma aparição no restaurante em que trabalha. E essa aparição também tem lá o seu passado, o que só aumenta nossa curiosidade.

“O quanto é ridículo? Ficar presa a um término?”

(Conto: No momento em que tudo aconteceu)

Entre passado e presente, essa história nos traz dois corações partidos que, juntos, podem se curar.

“A voz fraca e baixa doeu em seu coração, porque o desespero de um amor interrompido é uma das dores mais sinceras que existem, e Henrique a conhecia bem demais”

(Conto: No momento em que tudo aconteceu)

Sob um arco-íris de Natal

Para concluir minha maratona de leitura, cheguei a um conto de natal que se passa em tempos pandêmicos, mas que, claro, não deixa de ser recheado de amor.

Juliano e Danilo são vizinhos, mas o que realmente os aproxima é a pandemia. Até porque Juliano era daqueles que nunca paravam em casa, ao contrário de Danilo.

A aproximação, contudo, desperta muitos sentimentos em ambos e é bem gostoso acompanhar o desenvolvimento calmo da relação deles.

“Eu nunca tinha me visto daquela forma, e queria poder guardar o momento para sempre” (Conto: Sob um arco-íris de Natal)

E aí, qual desses contos você leria (primeiro)?

Se quiser conhecer outras obras da autora, aqui no Blog você encontra resenha de:

E não deixe de acompanhar o trabalho da Ana nas redes sociais (Instagram | Twitter), para não perder nenhuma novidade!

Tatianices recomenda [19] — Musical “Os sonhos não envelhecem”

A indicação de hoje vem recheada de emoção e música.

Para quem não sabe, sou apaixonada por MPB, estilo musical que cresci ouvindo (e cantando).

No dia 09/11 perdemos repentinamente um grande nome desta área: Gal Costa.

No dia 13/11 Milton Nascimento se despedia dos palcos (mas não da música) em um enorme show no Estádio do Mineirão. O momento também foi transmitido pelo Globoplay.

Em meio a acontecimentos que, por si só, já são suficientemente grandiosos para a nossa história, pude assistir um espetáculo que, desde então, tenho recomendado a todos: Clube da Esquina — Os sonhos não envelhecem.

Se eu me arrepio só de ver as luzes se apagando e a cortina se abrindo (eu amo teatro também, esqueci de dizer isso), dessa vez a emoção foi ainda maior: após os créditos iniciais, de toda a produção do espetáculo, um “Viva Gal”, seguido de uma salva de palmas.

Pausa.

Lágrimas sendo contidas.

Então começa o espetáculo, dirigido por Dennis Carvalho. No palco, no correr das horas, acompanhamos Milton Nascimento — ou Bituca — interpretado por Tiago Barbosa, e um pouco da história do famosos Clube da Esquina.

Assistindo esse musical, aprendi coisas que eu não sabia; conheci detalhes que eu não imaginava. E também mergulhei um pouco mais na história do meu país, vendo ali o retrato de uma época não tão distante da nossa realidade atual, infelizmente.

Tudo isso ao som das maravilhosas canções de Milton Nascimento e de uma série de outros músicos que, caramba, transformaram a história da nossa música!

Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas ele caiu muitas e muitas vezes na esquina da rua Paraisópolis com a rua Divinópolis, em Belo Horizonte. Ainda bem, pois foi ali que tantas poesias viraram música. A nossa música.

Ao final, quando todos os atores e músicos — de altíssimo nível, aliás — estavam no palco, embebida pele energia das canções e atuações, compreendi a força do momento que estava tendo a oportunidade de viver.

Arrepio.

O musical Clube da Esquina — Os sonhos não envelhecem fica em cartaz, em São Paulo, até o dia 18 de dezembro, então você ainda pode conferir com os seus próprios olhos (e ouvidos) essa montagem incrível.

As apresentações acontecem às quintas, sextas e sábados, às 21 horas; domingo às 19 e sábado ainda há sessão às 16 horas também. A peça dura 2h30 e, para além disso, tem 15 minutos de intervalo.

O teatro Liberdade fica na Rua São Joaquim, 129, no Bairro da Liberdade.

O valor do ingresso (a parte mais difícil) varia de R$240 (inteira – plateia premium) a R$37,50 (meia popular — balcão) e podem ser comprados online (com a taxa de conveniência) ou na bilheteria do teatro.

Para outras informações, você pode acessar o Instagram da montagem.

E se posso te pedir um favor, conte-me aqui nos comentários qual é a sua música preferida do Milton ou do Clube da Esquina!