Por que amamos ler? [tradução 6]

Este post é uma tradução. O original pode ser lido aqui (em italiano) e foi postado em 22 de janeiro de 2013. Deixo claro que, para minha sorte, a situação aqui em casa, com meu irmão, é bem diferente do retratado abaixo, mas é muito gostoso poder pensar porque amamos ler.

Aqui em casa, convivo com um contra leitor por natureza: meu irmão. Ele definitivamente não gosta de ler, acha isso chato e inútil. E muitas vezes ele me reprova quando me vê voltar para casa com um livro novo: “Mais livros? Mas o que você vai fazer com todos esses livros!”. Ele prefere jogar um bom videogame (que eu vejo da mesma forma que ele vê a minha paixão) ou assistir TV.

Definitivamente não nos entendemos e ontem veio a fatídica pergunta: por que você gosta de ler? (veja as perguntas que trazemos à tona para não ter que fazer a lição de casa).

E quer saber de uma coisa, naquele momento não consegui responder como eu gostaria. Existem tantos motivos pelos quais uma devoradora de livros como eu adora ler que, naquele momento, eu não sabia por qual começar. E assim fiquei me remoendo. Uma escritora precisa de papel e caneta para poder se exprimir da melhor forma. Então: por que nós, leitores, amamos ler?

Talvez seja até por algum fator biológico ou físico; talvez sejamos dotados de um gene da leitura (que o meu irmãozinho não tem, ainda que eu tenha tentado, de todas as formas, transmitir essa paixão), e sem dúvidas deve-se também a certa influência que algumas pessoas tiveram (estas também amantes dos livros) durante a nossa infância. Mas o resto é tudo mérito nosso.

Por que eu gosto de ler?

Eu não gosto simplesmente de ler, eu amo os livros! Gosto da forma deles, da consistências das páginas, do perfume. Gosto de segurar um livro entre as mãos, olhando e admirando a capa (ainda mais quando é muito bonita), passar o dedo sobre as letras do título, quando são em relevo, e folheá-lo. Sentar-me comodamente em uma poltrona (ou deitar na cama) e mergulhar nos mundos que os livros me oferecem. Adoro ler porque a leitura me permite desligar o cérebro e entregar-me totalmente à história, porque, por alguns instantes, sou qualquer outra pessoa e visito mundos que, fisicamente, não poderei visitar nunca.

Ler é uma forma de voar sem asas. É o meu remédio para o tédio e para a tristeza. Os livros foram a presença mais constante na minha vida (logo depois da minha família, claro), estão presentes em muitas das minhas lembranças. Eles me deixam feliz e muitas vezes me dão esperança.

Eu gosto de destacar as frases que mais me marcaram e, depois de concluída a leitura, copiá-las no meu caderno (para depois poder lê-las quando precisar). Adoro vê-los bem alinhados e em ordem na minha biblioteca (que agora não tem mais espaço) e pensar que esse será o tesouro que deixarei para os meus filhos e netos, uma parte de mim que permanecerá mesmo quando eu não estiver mais aqui.

 Ler, para mim, não significa apenas algo no sentido literal. Uma leitura é feita de tantos gestos: a procura na internet, horas e horas passadas na livraria verificando as prateleiras, voltar para casa feliz, com um volume novo (ainda que eu tenha gastado as minhas economias), escrever o meu nome na primeira página e ler a última palavra da última página, olhar quantas páginas tem, imergir em um novo mundo, colocá-lo na prateleira de novo e esperar para dizer “Mãe, posso ler esse livro?”.

E vocês, por que amam ler? Deixem, caso tenham a resposta, aqui nos comentários.

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Como me formei leitora?

Como me

Esse semestre, para um trabalho da faculdade, meu namorado teve de escrever um texto (de no máximo uma página!) sobre como ele se tornou leitor. Ao ler as lindas palavras que ele escreveu, fiquei pensando em como me formei leitora também…

A verdade é que eu tive a sorte de nascer numa família que sempre incentivou a leitura. Minha avó paterna morava em uma casa cheia de livros e meus tios, bem como meus pais, sempre foram bons leitores. Assim sendo, sempre que perguntam qual foi meu primeiro livro eu tenho dificuldades em responder. Realmente, eu não sei. De toda forma, quando ouço essa pergunta, sempre me vem à mente um livro que guardo até hoje, pequenino e com poucas palavras, mas com uma dedicatória de minha professora da pré-escola. Mas também tenho um com uma dedicatória da minha vó. E não sei se algum deles foi meu primeiro livro, mas acredito que não.

Minha vida foi seguindo assim: ganhando livros — alguns com dedicatórias e esses são os mais especiais para mim — lendo-os, guardando-os, por vezes relendo-os. Me tornei uma leitora voraz e, não à toa, resolvi cursar Letras. Passei a comprar livros com meu próprio dinheiro, uma delícia! Mas a carga de leitura da faculdade — e leituras obrigatórias, ou seja, não necessariamente aquilo que eu queria ler — e a falta de tempo me afastaram um pouco dos livros em meu último ano de graduação. Mas o amor sempre vence e eu voltei correndo para os livros na primeira oportunidade que tive.

Esse ano já li muitos livros, já li de tudo um pouco e espero continuar assim até o final do ano. Mas também continuarei sem saber ao certo como me formei leitora. Talvez eu já tenha nascido com essa paixão, passada de geração em geração na minha família. Felizmente.

E você, como se formou leitor(a)?

Papo sério: conversando sobre autores nacionais

Espaço reservado para texto (3)

No dia 11 de fevereiro eu participei do evento Folia Literária, que ocorreu na Biblioteca Pública Viriato Corrêa, em São Paulo (aliás, é um dos meus objetivos esse ano: participar de mais eventos literários. Mas esse não é o foco deste post).

No dia do evento eu já acordei com uma grande pulga atrás da orelha: porque nós não valorizamos muito aquilo que é nacional? Afinal, eu conheço coisas nacionais que são tão incríveis quanto as estrangeiras…

Quando eu cheguei no Folia Literária a minha pulga atrás da orelha foi crescendo cada vez mais. Naquele espaço eu fui recebida com muitos abraços, autógrafos e boas conversas. Tudo isso vindo de escritores! De pessoas que gastam horas em frente ao computador, transformando uma simples tela em branco em uma história fascinante. Mas, mais do que isso, de pessoas extremamente acessíveis que estavam dispostas a compartilhar o que sabiam com todos que estivessem dispostos a escutá-los.

Acho que todo mundo que gosta de ler viu, no ano passado, como o nosso mercado editorial não anda lá essas coisas. E quem sofre com isso? Bem, todos que trabalham nesse ramo e, principalmente eles, os escritores! Aqueles serzinhos maravilhosos que estavam ali naquele evento (e em tantos outros) tentando cativar novos leitores (e olha, eles conseguiram, viu!), tentando incentivar a leitura.

Felizmente, me parece que esses tais autores nacionais têm conseguido conquistar os leitores e eu acredito que eles podem ser uma ótima porta de entrada para que possamos ler inclusive autores brasileiros clássicos. E é justamento disso que estou falando aqui, da necessidade de valorizarmos o que é nosso, seja os autores de hoje, seja os de ontem. Mas autores que escreveram sobre nossos costumes, nossa sociedade, tanto de maneira ficcional quanto realista.

Eu saí do Folia Literária com o coração quentinho e dois livros autografados! E depois disso também estive em outros espaços que reuniram tantos outros escritores e leitores e a sensação é sempre a mesma. E é incrível.

Meu blog ainda é pequeno, mas a ambição é grande: incentivar a leitura. Espalhar esse amor pelos livros por esse Basil afora. E eu sei que não estou sozinha nessa. Para além de tantos leitores especiais que acompanham esse cantinho, esse semestre eu ainda tive a oportunidade de, mesmo sendo pequena por aqui, conseguir parceria com quatro escritores nacionais que me apresentaram histórias incríveis. Por isso, aproveito esse post para deixar registrado o meu enorme obrigada ao M. Pattal — que além de me presentear com Adelphos, ainda me deu ótimas dicas para as resenhas — à Cínthia Sampaio — que lançou Quando a neve cair com muito amor e também espalhou esse sentimento para todos os seus leitores, sendo uma autora extremamente aberta e que conversa de verdade com seus leitores; para a Michelle Pereira, que está me deixando maravilhada com suas histórias — O demônio do campanário me prendeu até a última página — e que também me recebeu de braços abertos e com muito carinho; ao Dalton Menezes, que ainda irei apresentar melhor a vocês, mas que já me cativou só pelo jeito de se fazer presente. Também queria deixar um super obrigado à Ingrid, do Encanto Literários, que tem me propiciado uma experiência de leitura única, com muitas trocas e quentinhos no coração.

E, se para além desse autores, vocês tiverem interesse em conhecer outros escritores nacionais, comenta aqui, vamos trocar ideias, vamos divulgar a literatura brasileira. Nesse blog mesmo, já tenho resenhas de muitos outros livros brasileiros, contemporâneos e clássicos.

E vocês, quais livros nacionais vocês já leram? O que acharam?

 

 

 

TAG dos 10 livros

TAG dos 10 livros

Durante o final de janeiro e o começo de fevereiro, participei daquela TAG que rolou no Facebook dos 10 livros que marcaram minha trajetória como leitora. A ideia era a seguinte: durante dez dias eu deveria publicar a capa de um livro que me marcou, sem dar explicações sobre a escolha. Tarefa duplamente difícil: escolher APENAS 10 livros e ainda não poder justificar a escolha de cada um deles. É por isso que hoje eu venho aqui “quebrar” essas regras, apresentando a vocês os livros que fizeram parte dessa lista e justificando minhas escolhas.

O primeiro livro, como não poderia deixar de ser, foi A princesinha (Frances Hodgson Burnett), pelo “simples” fato de que devo ter lido esse livro umas 4 ou 5 vezes e porque com ele eu entendi a necessidade de contarmos histórias. Ah, e também foi nessa história que ouvi falar pela primeira vez em “Bastilha”.

O segundo livro foi Pippi Meialonga (Astrid Lindgren), que também me ensinou muito e me acompanhou durante o início dessa jornada como leitora. Foi uma obra muito marcante pra mim.

No terceiro dia eu coloquei a capa de Comédias para se ler na escola (Luís Fernando Veríssimo) porque além de ter lido esse livro mais de uma vez, já usei diversas crônicas dele para diversos trabalhos/projetos/aulas.

Depois foi a vez de Luna Clara & Apolo Onze (Adriana Falcão), livro lido mais de uma vez também. Uma obra encantadora!

Chegando na metade da TAG, o quinto livro foi O diário de Anne Frank (Anne Frank). Já falei milhares de vezes sobre esse livro aqui no blog. O que o torna tão marcante pra mim é o fato de que ele me abriu as portas para livros sobre o Holocausto, que me ensinam demais e que sempre procuro ler.

O sexto livro escolhido foi Fazendo meu Filme (Paula Pimenta), porque além de ter amado a leitura, foi a partir daí que pensei em ter um blog (no caso o meu primeiro blog, que depois excluí).

Em seguida foi a vez de Gol (Luigi Garlando), uma série infanto-juvenil italiana que amei ler. Uma leitura leve, que fala sobre amizade, que me deu vontade de jogar futebol e que me fez praticar o italiano que estava enferrujado.

O oitavo livro foi Quincas Borba (Machado de Assis), porque eu não poderia deixar de lado esse escritor e porque eu sempre acho que Quincas Borba fica meio esquecido em relação às outras obras do autor.

No nono dia eu optei por 1984 (George Orwell), a primeira distopia que me lembro de ter lido. Ou seja, outro livro que me abriu portas.

Por fim, para fechar a TAG, escolhi Se questo è un uomo (Primo Levi), porque, novamente, é literatura italiana, além de falar sobre o Holocausto. Li esse livro duas vezes (porque usei em um trabalho da faculdade) e leria de novo.

E para vocês, quais são os 10 livros que marcaram suas trajetórias como leitores?