A essa altura do ano, difícil não olhar para trás e pensar em tudo o que li ao longo de 2021. Porém, ainda mais difícil seria escolher a minha leitura preferida, afinal, uma vez mais, tive a sorte de me deparar com ótimas histórias ao longo deste ano. E uma dessas histórias, sem dúvidas, foi o conto E se eu pudesse voltar no tempo?, da autora Marie Pessoa.
“Mas minhas amigas achavam apenas que eu não havia encontrado a pessoa certa”
Como costumo fazer, coloquei alguns trechos ao longo da resenha, mas outros ficaram de fora e eu não poderia deixá-los de trazer aqui.
“Existem poucas coisas piores do que perder uma pessoa amada sem ao menos poder se despedir”
Esses trechos reforçam, claro, alguns dos pontos que mencionei na resenha, como o fato de Clarice — a protagonista — ter passado por algumas tantas dificuldades ao longo de sua vida.
“Eu havia desistido da vida, mas poderia ao menos proporcionar melhores dias para a mulher que nunca se permitiu descansar pelo bem do meu futuro”
Dificuldades essas, porém, que são muito reais e que nos rodeiam.
“Nosso elo era tão fraco para que qualquer ruptura pudesse ser indolor a ela?”
Além disso, o conto aborda a questão dos padrões estéticos impostos pela sociedade.
“Era bom me sentir linda enquanto tanta gente tentava provar o contrário”
E também a importância do amor próprio.
“Mas eu estava tão errada que o simples fato de entender que meu corpo era meu, somente meu, e que ele era lindo independente de qualquer padrão, me emocionava”
Porém, um dos pontos principais da história não deixa de ser a perda. Em seus mais diversos e profundos sentidos.
“Ela sentia a dor da amiga que enterrara a única filha, e chorava em todo canto porque aquilo nenhuma mãe deveria passar”
Novamente, deixo a minha forte indicação para que você conheça essa história — caso ainda não se tenha feito esse enorme favor.
“Foi naquele exato momento que o pressentimento ruim e a realidade me lembraram do que aconteceria a seguir”
Título: Proibida pra mim: um romance com diferença de idade
Autora: Tayana Alvez
Editora: Publicação Independente
Páginas: 645
Ano: 2021
Proibida pra mim é aquele tipo de livro quando você começa a ler pensa “mas para quê tanta página?” e, quando vê, já está completamente envolvido na leitura, querendo mais e mais.
“— O que você tá fazendo comigo, Lavínia? — a pergunta dele é tão sincera que a garota ri”
É até difícil falar dessa história, cheia de pontos extremamente importantes. Mas vamos começar pelo óbvio, que já dá muito o que falar: a protagonista.
“Lavínia engole em seco e se prepara para dizer algo que nunca teve coragem de dizer em voz alta nem na frente do espelho”
Lavinia começou a trabalhar muito cedo, querendo garantir o seu lugar no mundo. Ao mesmo tempo que vemos que ela foi alcançando seus objetivos, também conseguimos enxergar o preço disso para ela que, como consequência mais óbvia, tornou-se uma pessoa extremamente madura para a idade.
“A Lavínia de dezessete anos. Essa eu sei que morre de orgulho de quem eu sou hoje”
Além disso, Lavinia é uma mulher tão real que, mesmo que você ache que não tem nada em comum com ela, é difícil não se identificar em alguma medida. Pode ser na maturidade, na frieza, no coração partido, nas dificuldades.
“Durante os primeiros meses, não foi fácil. O luto pelo amor perdido ainda estava ali, as lembranças eram recentes…”
Por sua maturidade, Lavínia não consegue se relacionar com os garotos de sua idade, que ainda estão em outra fase da vida. Mas se um relacionamento com grande diferença de idade já é complicado, imagina quando trata-se do pai de uma de suas melhores amigas?
“Ela é a amiga da família, ou como Manoela falou mais cedo, é quase da família. Alguém quase da família não namora o pai da amiga”
Isso era algo que eu sabia desde que li a sinopse, mas me perguntava como raios ela não conhecia o pai de sua melhor amiga. E aqui está mais uma parcela da genialidade da Tayana! Não há pontas soltas nesta história, e é graças ao quebra-cabeça de detalhes que a compõem que a autora consegue abordar tantos assuntos fortes e importantes.
“Existem poucas coisas nas quais Lavínia consegue se identificar com Amanda, e não poder amar quem ela gostaria como gostaria é uma delas”
Apesar de Lavínia e Daniel — seu tal amor proibido — serem o centro da história, Amanda é uma peça crucial para a narrativa, trazendo uma dose a mais de detalhes e riqueza.
“É, Dani. Mas a Amanda não é as coisas que aconteceram com ela, a Amanda é nossa filha e se ela nunca quiser te falar sobre o que aconteceu ou não quiser sentar e me dizer que ela tem uma namorada e está feliz, a gente só pode respeitar. — Manoela sorri com pesar e encolhe os ombros. — Filho é isso… São pessoas excepcionais, que a gente nunca vai conhecer”
Proibida para mim é um hot, mas claro que, em se tratando de Tayana Alvez, não seria apenas isso. E é impressionante o quanto ela consegue entregar em conteúdo e imersão. Para além de tudo o que já mencionei, tem uma coisa que eu gosto muito na obra da Tayana e que, uma vez mais apareceu aqui, que é a forma como ela retrata as relações entre pais e filhos.
“E, hoje, depois do que aconteceu com a cozinha e tal, eu percebi que se eu ficar lá, quanto mais velhos eles estiverem, mais impossível vai ser pra eu sair”
E não vou negar que, por mais incrível que a Lavínia seja, eu cheguei a sentir raiva dela. Do medo de se entregar. De viver o que tinha de viver. Mas não preciso nem dizer que a raiva foi, muito provavelmente, por identificação, né?
“Faria qualquer coisa para evitar as lágrimas dela agora, faria qualquer coisa para que o coração dela não fosse um campo tão árido, para que o amor dela não fosse tão surrado”
Nunca imaginei que favoritaria um romance hot, mas Proibida pra mim conseguiu essa proeza sem a menor hesitação. Então não deixe de ler essa obra que escancara feridas, te faz refletir e ainda arranca, na mesma medida, lágrimas e risadas.
“A gente sempre espera que o amor seja normal, mas ele não é. Ele é só amor, e a gente não deveria estabelecer um padrão de normalidade para o amor ou colocar isso numa balança”
Você leu a resenha que escrevi com muito carinho sobre a obra Querida Quarentena, disponibilizada gratuitamente pela autora Grazi Ruzzante? Se ainda não leu, passe lá para conferir, pois eu menciono que esta é uma obra que retrata muitas dúvidas e angústias que podem ser meus, seus e de quem quiser, principalmente por não estarem relacionadas a um único aspecto de nossas vidas.
Neste post eu vou trazer mais alguns trechos dessa obra, para que você possa saborear e se convencer a ler o livro todo logo. Começarei justamente com algumas passagens que retratam as tais dúvidas e angústias que mencionei.
“Será que eu confundi minhas vontades e necessidades a vida toda?”
“Eu precisava da força que ele me dava ou da força que eu não enxergava em mim?”
“Ok, está tudo desmoronando lá fora. Mas isso quer dizer que preciso me envolver a ponto de me destruir ainda mais aqui dentro?”
“Será que eu ainda sou uma boa filha? Eu me fiz essa pergunta muitas vezes na minha vida”
Outro fator que torna ainda mais fácil a nossa conexão com essa narrativa é o fato dela ser extremamente atual, não somente por ter sido lançada em 2020, mas também por retratar exatamente o que estávamos vivendo naquele momento.
“Mas o isolamento questiona tudo”
Também tem o fato da história nos apresentar uma dor tão forte e que parece única, mas que, no fundo, sabemos que estamos sujeitos a sentir (isso se já não tivermos sentido — algumas vezes inclusive).
“Tem coisas que nem açúcar conseguiria adoçar”
“Mesmo sem sentir um fim, estamos acabados”
“Porque é triste esperar que o mundo me dê algo tão básico quanto o amor, quando eu não sou capaz de dá-lo a mim mesma”
Na resenha eu comentei sobre o quão palpável Bia é, bem como a questão do término ali apresentado.
“Vai ver ele também sente minha falta. Vai ver não tem como deixar de gostar de ninguém assim tão rápido”
“Mas precisar dele também teve um preço”
“E eu acreditei que seria para sempre”
E também comentei sobre as mudanças pelas quais ela passou (como todos nós passamos, em qualquer momento da vida).
“Eu achava que sabia o que queria”
Por fim, ressalto o quanto é difícil não trazer para dentro de nós tudo aquilo que está descrito come se fosse apenas a história de uma personagem qualquer, representada pela Bia.
“Minha hiperatividade nunca soube a hora de parar”
“Algo sempre estava errado. Algum mal-entendido sempre acontecia”
Título: As 220 mortes de Laura Lins
Autor: Rafael Weschenfelder
Editora: Publicação Independente
Páginas: 53
Ano: 2020
Escrever um conto não é uma tarefa tão simples quanto parece, porque não é simplesmente escrever uma histórinha curta e acabou. A “histórinha” precisa ter começo, meio e fim na medida certa. E se tem algo que eu posso dizer é que As 220 mortes de Laura Lins tem exatamente isso. Ok, talvez eu não importasse de ler um pouco mais… Mas isso é pelo que ainda vou apresentar abaixo.
Acho que uma das coisas que surpreende logo de cara neste conto é a linguagem: totalmente acessível. Digo, o conto é escrito numa linguagem adequada aos personagens nele apresentados (dois jovens que estão no ensino médio) e, ao mesmo tempo, é recheado de referências que nos aproximam ainda mais dos acontecimentos e da narrativa. Não é uma história que termina em si mesma, mas que nos abre horizontes.
E aqui pegamos outro ponto crucial: a narrativa. Impossível não ser fisgado por essas páginas. Rafael pegou uma ideia e trabalhou em cima dela de maneira muito criativa, divertida e, apesar de tudo (e vocês já vão entender essa “ressalva”), leve.
Em certo momento da leitura, fiquei pensando se havia uma metáfora por trás daquelas palavras, onde tudo aquilo chegaria. Entendi que não era exatamente uma metáfora, mas havia uma grande mensagem a ser passada e… Uau! Como isso foi muito bem feito.
Mas vamos ao que interessa: antes de começar a leitura da história propriamente dita, somos apresentados a 5 regras. Guarde-as, você logo entenderá cada uma e — provavelmente, ao menos comigo foi assim — achará muito bacana o paralelo ali traçado.
“Nesse jogo, é a mente que fica com as cicatrizes mais profundas”
Os capítulos são nomeados de “ciclos” e isso também logo se explica. Se você olhar o sumário, verá: Ciclo 1, Ciclo 2, Ciclo 3, Ciclo 220, Ciclo 221 e Laura. Não, não é um erro. Lembre-se que estamos falando de um conto e você, ao iniciar a leitura, logo entenderá que não seria possível narrar cada um dos ciclos (eu leria, viu?). Mas por quê?
A cada novo ciclo, Daniel acorda em seu quarto, olha para o celular e vê a mesma data e hora: 17 de maio, 13:23. A cada novo ciclo, Daniel vai se encontrar com Laura no Parque do Ibirapuera. E a cada novo ciclo, Daniel tenta evitar a morte de sua amiga (e falha).
É claro que depois do 3º ciclo, tanto Daniel quanto nós, leitores, já entendemos que ele está preso em um looping temporal. O que não sabemos — e nem ele — é como sair disso.
E apesar disso poder soar repetitivo, não é. Não apenas porque, a cada ciclo, Daniel descobre algo novo, mas também porque somos, aos poucos, apresentados à história dele e de Laura, que é muito mais complexa e instigante do que poderíamos esperar de dois jovens colegiais.
Ok, talvez “instigante” tenha sido um adjetivo exagerado, mas a realidade é retratada ali de maneira tão palpável que não tem como não vermos um filme passando em nossas cabeças.
“Viver a mesma tragédia 219 vezes e não poder conversar com ninguém é demais até para Daniel Trombadinha”
Li esse conto bem rapidamente, torcendo até o último momento por um final feliz. Não posso dizer que cheguei onde esperava, mas o final está realmente muito bem pensando.
E se te deixei com vontade de saber mais sobre essa história, clica aqui.
Escrever para papais e mamães nunca me passou pela cabeça, mas a verdade é que as dicas que encontrei no post Figli che non leggono: istruzioni per l’uso (e que traduzirei aqui embaixo), podem ser úteis não apenas para pais, mas também para professores ou mesmo para qualquer pessoa que tenha contato com jovens (e, por que não? Adultos) que não gostam de ler.
O post original encontra-se no site Cultura18, e foi publicado em maio de 2019, por Erica Regalin. Confira aqui.
A maioria dos pais reclama que os filhos não leem o suficiente; mas é difícil competir com tablet e smartphone: o display iluminado parece ter a capacidade de aprisionar o usuário em um vórtice que não deixa espaço para dar atenção a outras atividades! As novas gerações estão habituadas a receber milhares de estímulos simultaneamente e as mídias sociais fossilizam as mentes para a leitura de textos breves e velozes; faz-se, portanto, necessário treinar novamente os jovens a encarar um bom número de páginas (inclusive de uma certa complexidade). Não todos, porém, aproximam-se dos livros espontaneamente, sendo, portanto, necessário utilizar táticas estratégicas para colocar um exemplar nas mãos dos próprios filhos!
O QUE NÃO É PRECISO FAZER
Obrigá-los a ler: insistir não te levará a lugar nenhum; o único efeito obtido será o de fazê-los odiar os livros, o que é bem diferente de não amá-los.
Criticar as demais atividades: cada uma delas sempre agrega valor, o que contribui para o crescimento e o estabelecimento da personalidade deles.
Gritar com eles ou diminuí-los diante dos outros porque não leem: desmerecer um jovem em fase de crescimento e fazê-lo sentir-se um erro pode causar insegurança.
Impor os próprios gostos: você não é o seu filho, portanto é necessário tratá-lo como uma pessoa única e aceitar que ele pode apreciar inclusive as leituras que você mais detesta!
O QUE É PRECISO FAZER
Dar o bom exemplo! Se os pais não transformam a leitura em uma prioridade, optando por ativamente dedicar um tempo a ela, não podem esperar que o filho o faça. Ninguém gosta de hipocrisia!
Proibir alguns livros em casa: a curiosidade é a característica dos jovens que mais facilmente pode ser desfrutada. O objeto proibido sobre o qual criar esse misticismo pode ser um exemplar com ilustrações peculiares ou um projeto gráfico interessante.
Responder às perguntas deles com um livro! Demonstrar a utilidade dos textos os encoraja a utilizá-los. Pode também ser divertido planejar uma “caça” às informações com os livros de casa, colocando-os como base útil para qualquer tipo de pesquisa e premiando o vencedor com um bom lanche.
Criar um espaço para os livros deles. Por que devemos considerar algo importante se nem mesmo temos um espaço para isso? Construir e personalizar uma prateleira ou uma biblioteca com os próprios pais relaciona simbolicamente aos livros uma ótima recordação!
Perguntar a opinião sobre o que leram ou estão lendo (independentemente do tipo de livro). O diálogo é um enriquecimento contínuo, principalmente se a sua opinião interessa a alguém.
Presentear com livros que correspondem aos gostos pessoais dos filhos: não é preciso limitar-se às narrativas, mas explorar também álbuns ilustrados e graphic novel; o conteúdo poderá ser aprofundado através de livros cada vez mais precisos e complexos.
Estimule-os a acabar com os livros: é muito bom avaliar criticamente uma obra, principalmente aquelas que não gostamos. Encoraje-os a falar de cada elemento que não gostaram e, se possível… Esteja ao lado deles!
Tablet e smartphone nem sempre são inimigos: existem diversas plataformas que permitem a leitura de ebook e fan-fiction. Talvez o fascínio da tela luminosa desta vez possa ser positiva aos olhos ali “colados”.
Encorajar as novas gerações a ler talvez não seja assim tão difícil: são múltiplas as ações possíveis de realizar. Cada pessoa, porém, é diferente, portanto a criatividade, a imaginação e a vontade de fazer continuam a ser o melhor instrumento para usar para encontrar novas soluções e metodologias. O importante é reinventar-se sempre!
Título: O alquimista prodígio e a espada de cobre — Saga Alla
Autor: Leblon Carter
Editora: Djinn
Páginas: 265
Ano: 2019
Se tem uma coisa que me deixa doida (e que eu provavelmente já comentei por aqui) é ouvir dizer que não existem boas fantasias escritas no Brasil. Será que não existe mesmo ou nós é que não conhecemos o que tem sido produzido por aqui?
“A vida é engraçada… sempre no dá a oportunidade certa na hora certa”
Talvez uma das nossas grandes referências atuais do gênero fantasia seja Harry Potter (apesar das inúmeros polêmicas que J. K. Rowling vem se envolvendo), mas vocês já leram O alquimista prodígioe a espada de cobre?
Nesta história conhecemos Aúcia, uma influente cidade. Nela vivem Alla e Elissa, duas jovem que sonham em estudar na Foulst, a mais importante escola de alquimia para jovens. Mas os pais de ambas não são muito favoráveis a essa escolha e elas passam suas últimas férias tentando convencê-los de que é aquilo que desejam.
Nesse meio tempo, vamos conhecendo um pouco mais de Aúcia, mas também conhecemos, de um outro lado da história, alguns jovens que parecem estar numa missão, em busca de objetos que aparentam grande valia. A líder desse grupo é Luana Lavoisier.
Se está te parecendo que a história irá girar ao redor de bem (Alla) e mal (Luana), sinto informar que você está tirando conclusões precipitadas. A verdade é que a única coisa que fica clara ao longo das páginas é que é muito difícil delimitar até onde o bem e o mal realmente vão.
“— São vidros espelho. Cada pedacinho mostra uma imagem diferente de você… o que há de mais profundo na sua alma. Várias personalidades, maneiras, faces suas, e cada uma delas é revelada pelos espelhos. Quando eles se juntam você vê quem realmente é. O pedaço inteiro de si mesma. Todas as suas camadas escondidas são reveladas”
Podemos, assim, dividir a trama em dois grandes núcleos, que vão se alternando, com uma certa predominância da narrativa focada em Alla. Aqui, portanto, acompanhamos a jovem em seu primeiro ano na Foulst, ao lado de Elissa e do mais novo amigo delas: Ernest.
Como todo primeiro ano em uma instituição, os jovens têm de enfrentar poucas e boas. E aqui é importante ressaltar algo: Alla não é uma aluna popular. Muito pelo contrário, aliás, em diversos momentos é possível captar certo bullying dirigido a ela. Mas é muito interessante perceber que, para além de toda a rivalidade que jovens costumam alimentar entre si, são muitas as situações em que os alunos precisam se juntar de verdade para superar um obstáculo.
Esse núcleo da história, portanto, é recheado de ação (na medida certa — e isso, para mim, é uma qualidade essencial. Ação em excesso pode tornar a leitura cansativa demais, por mais paradoxal que isso pareça), lições e claro, uma pitada de romance e rivalidade adolescente.
O segundo núcleo, por sua vez, é o que foca na missão de Luana. Devido ao seu passado, Luana precisa manter-se escondida, então ela comanda as ações de seu grupo, que tem de se dividir em busca dos objetos necessários para construir uma pedra filosofal. Por meio dessa parte da história, podemos conhecer um pouco mais do passado de Aúcia e também de alguns personagens relativamente centrais à história.
Assim, O alquimista prodígio e a espada de cobre é um livro que vem para animar o coração dos leitores ávidos por uma boa fantasia, mas que, ao mesmo tempo, nos deixa com um gostinho de “quero mais” e a certeza de que queremos continuar a leitura dessa série.
Ficou com vontade de conhecer Aúcia e todos os seus mistérios e encantos? Então clica aqui.
Título: Quando você perde também ganha
Autora: T. S. Rodriguez
Editora: Publicação independente
Páginas: 27
Ano: 2019
Pedro é aquele garoto que tem tudo na vida e que insiste em passar uma imagem de si apenas para ser ainda mais aceito pelo seu círculo social. Ao mesmo tempo, ele provavelmente nunca refletira muito sobre isso.
“Você é o tipo garoto branquinho, bonitinho e cheio de privilégios, que desperdiça tudo isso agindo feito um babaca”
Um dia, porém, um acidente de carro faz com que Pedro tenha de ficar de cama, com as duas pernas engessadas. E, para não perder o ano escolar, o colégio lhe manda os conteúdos via email e pede que Vinicius, o melhor aluno da sala, vá visitá-lo todos os dias para explicar aquilo que o colega possa ter dificuldades em aprender sozinho.
“Não há nada de mal em parecer fraco às vezes. Todo mundo precisa de ajuda”
Acontece, porém, que Vinicius sempre fora alvo de piadinhas feitas pelos amigos de Pedro, e ainda que este nunca dissesse nada para ofender, era sempre conivente, rindo daquilo que os amigos diziam.
No primeiro dia que Vinicius vai até a casa de Pedro, este descobre que o colega dança ballet. Mas, ao contrário do que aconteceria se estivesse com os amigos, Pedro não faz nenhuma piada sobre o assunto e, pelo contrário, parece até se interessar pelo hobby do amigo, perguntando se ele tem interesse em seguir carreira na área.
Mas não é somente Pedro que se surpreende nesse primeiro encontro: Vinicius percebe que o colega é bem diferente daquela imagem que ele passava. Tinha livros no quarto e era mais inteligente do que demonstrava ser.
E é assim que vamos conhecendo mais desses dois jovens e vemos como um tem muito a ensinar ao outro. Vinicius dá várias lições em Pedro e este passa a se enxergar de formas que nunca imaginara antes.
Quando você perde também ganha é um conto rápido e cheio de lições. Uma história que poderia, inclusive, virar livro, mostrar os desdobramentos de cada acontecimento, ensinar ainda mais.
“Brincadeira seria se todos achassem engraçado. Eu não acho. Quando só uma das partes ri e outra fica ofendida ou chateada, deixa de ser brincadeira e vira bullying, sabia?”
Título: Um caso com meu chefe
Autora: Bell Cunha
Editora: Sekhmet
Páginas: 34
Ano: 2017
Sabe aquele dia em que você está atrasada e parece que tudo dá ainda mais errado? Pois é assim que começa a história de Rebeca, justamente no dia em que ela irá conhecer Henrique, seu novo chefe. Este, por sua vez, vai assumir a presidência da empresa de seu pai, que está se aposentando. E ele herda, além da empresa, a secretária de seu genitor. Uma secretária um tanto quanto atrapalhada e respondona que é ninguém menos que… Rebeca! E ela já chega trombando com ele (sem saber que é seu novo chefe) e xingando…
Pelo título já dá até para imaginar o que vem por aí, certo? Rebeca e Henrique, logo de cara, são obrigados a viajar à trabalho, tendo de se hospedar no mesmo quarto (ainda que seja um quarto com duas camas!). O desenrolar dos fatos é bem interessante.
Um caso com meu chefe é uma daquelas leituras leves e divertidas. E quentes também, claro. Esse livro é bem curtinho, ainda que a história pudesse ter sido muito mais desenvolvida. Tudo acontece bem rápido e sem aprofundar muito, mas é uma leitura para esquecer dos problemas e até mesmo para tentar superar um ressaca literária.
Quer conhecer Rebeca e Henrique e saber o que acontece com eles? Então clica aqui!
Hoje eu resolvi trazer um post um pouco diferente, explicando os motivos que me fazem, muitas vezes, comprar livros — e mesmo outros produtos — na Amazon, bem como as mudanças que ocorreram nos meus hábitos de leitura depois que ganhei um Kindle. E, aproveitando o tema, vim apresentar o Amazon Prime também.
Um dos primeiros motivos pelos quais compro na Amazon é a comodidade: quase sempre o que quero comprar são livros e dificilmente não encontro aquele que quero nesse site. Além disso, é possível até mesmo encontrar preços variados, livros seminovos etc. E bem, tudo isso sem que eu precise me deslocar para lugar algum. Isso é ótimo para quando precisamos comprar um livro específico e com certa urgência, mas certamente não troca o prazer de ficar andando a esmo em uma livraria, apenas se deliciando com a infinidade de livros e encontrando títulos incríveis por acaso (e indo à falência por causa disso, mas uma falência deliciosa). De qualquer forma, quando quero presentear alguém com um livro, acabo comprando pela Amazon, porque sempre lembro de comprar em uns momentos muito aleatórios e quando estou em casa.
Outra vantagem da Amazon é que, em alguns casos, acontece do frete ser grátis (para isso é preciso consultar a política deles). Ah, e tem também o fator rapidez: tem produto que acaba chegando em menos de dois dias!! Como eu disse, vale a pena para casos de urgência (obviamente, caso você não tenha como passar numa livraria, o que poderia ser ainda mais rápido, ou então quando o livro que você precisa não está disponível em livraria alguma — coisa que, infelizmente, acontece).
Esse ano ainda ganhei um Kindle (talvez eu tenha pedido ele para o meu irmão, de presente de aniversário…), que é o e-reader da Amazon, pois muitas das parcerias que fechei (e ainda estou fechando) eram (são) para a leitura de ebooks e eu estava fazendo essas leituras pelo celular (sim, porque para quem não tem um kindle, é possível baixar o aplicativo do Kindle no celular, no computador, em um tablet…).
Ter ganhado um Kindle fez com que eu consumisse ainda mais ebooks nacionais, uma vez que, além dos parceiros, muitos autores nacionais acabam deixando, dia ou outro, seus livros totalmente gratuitos para download. E isso é outra coisa muito bacana do Kindle: é possível encontrar milhares de ebooks gratuitos ou por preços muito baixos, e esses itens são renovados quase que diariamente! O único problema é que a fila de “não lidos” só aumenta…
Também tem gente que acaba usando o Kindle Unlimited, uma espécie de Netflix de livros: você paga uma mensalidade e tem acesso a mais inúmeros ebooks de forma “gratuita” (lembre-se que você paga uma mensalidade). Nesse caso, porém, se não estou enganada, é como se você pegasse o livro emprestado, ele não fica baixado para sempre no seu Kindle. Com relação a esse serviço, ainda não experimentei, (apesar de ser possível fazer isso por 30 dias de forma gratuita) pois, como eu disse, minha lista de livros (físicos e digitais) não lidos ainda está imensa.
Outra vantagem do Kindle é a praticidade: ele é leve e não ocupa muito espaço. Eu consigo carregar ele em quase todas as minhas bolsas (até nas menores que tenho) e ele não fica pesando. E o melhor: se eu acabo um livro no meio do caminho, já posso logo iniciar a leitura de outro, porque eles estão ali, ao alcance da mão. E meu kindle é o paperwhite, ou seja, ele tem iluminação embutida, o que me permite ler em QUALQUER lugar, inclusive no escuro! Para quem viaja muito (de ônibus ou avião, por exemplo) e não consegue dormir, é ótimo: você pode ler sem atrapalhar seu vizinho!
Antes do meu kindle eu era daquelas que defendia ferrenhamente livros físicos. Hoje não vou dizer que não os prefira, mas certamente me rendi aos encantos da praticidade dos ebooks. Mas se me perguntarem o que prefiro entre físico e ebook… Físico ganha sem pestanejar!
Por fim, essa semana, a Amazon anunciou uma mega novidade: o Amazon Prime.
Em uma combinação de benefícios de compra e entretenimento, o Amazon Prime chega para tornar a vida das pessoas mais fácil e divertida, em uma única assinatura, por apenas R$9,90/mês. Ao assinar o Amazon Prime o cliente tem acesso a frete GRÁTIS ilimitado em milhões de produtos elegíveis e acesso a filmes, séries, músicas, eBooks, revistas, jogos, ofertas exclusivas e muito mais.
Já ouvi críticas, já vi gente amando… Mas ainda não testei. E você, o que acha?
Sabe quando sua vida está ótima, caminhando como deveria caminhar e, de repente, tudo fica de pernas para o ar? Pois é neste ponto que começa a história de Júlia, protagonista de Simplesmente amor.
Ela estava começando a faculdade quando seu pai faleceu e sua mãe, profundamente amargurada, se entregou à bebida. Não bastasse isso, Júlia se viu grávida de um rapaz que não assumiria a criança.
“Infelizmente, eu havia perdido minha mãe”
Perdida, Júlia só podia sentir medo: como ela faria para dar uma vida digna a essa criança? Ela algum dia poderia terminar a faculdade dos sonhos?
As coisas só começam a melhorar quando Júlia conhece Fernando, um rapaz que também tem uma história dolorida, mas que se torna um anjo em sua vida.
“Naquele momento eu me senti ainda mais conectada com ele, pois ambos havíamos sofrido perdas irreparáveis e tentávamos, a todo custo, curar as feridas que a vida nos causou”
Fernando ajuda Júlia de todas as formas possíveis, mas é ela quem o salva da amargura total.
Simplesmente amor é uma história linda, que me arrancou muitas lágrimas. Uma história de amor (de aventura e de magia), e também de amadurecimento, medo, perdão. Uma narrativa que, além de tudo, nos mostra como o álcool pode destruir famílias e como o amor pode reconstruí-las.
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