Título: Contos Russos - Tomo I e Tomo II Original: (não sei, está escrito no alfabeto russo, sos) Autor: vários Editora: Martin Claret Páginas: 203 (Tomo I) e 201 (Tomo II) Ano: 2014 (Tomo I) e 2015 (Tomo II) Tradução: Oleg Almeida

A Copa na Rússia já acabou, mas a cultura desse país nunca para de marcar gol! Por isso, aproveitei o clima para ler esses dois volumes de contos russos, publicados pela editora Martin Claret. Aprendi tanta coisa que resolvi dividir essa resenha em 5 posts, para poder falar um pouco melhor sobre cada conto e seus autores. Na publicação de hoje apresentarei cada um dos livros e o primeiro conto que li. Vamos nessa?
Em Contos Russos – Tomo I somos apresentados a contos que remontam à época do Sentimentalismo e do Romantismo russo. São cinco histórias que compõem esse volume, de três autores diferentes: A pobre Lisa (Nikolai Karamzin); O tiro e A nevasca (Alexandr Púchkin), Vyi e O capote (Nikolai Gógol).
Já em Contos Russos – Tomo II temos apenas dois contos (bem mais extensos) de dois autores diversos, representando as vertentes Realista e Naturalista, predominantes na Rússia durante o século XIX: O primeiro amor (Ivan Turguênev) e Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk (Nikolai Leskov).
Descobri que há ainda um Contos Russos – Tomo III. Quem será que está se segurando para não comprar imediatamente??
Eu gostei da edição desses livros (mas descobri que também há ótimas edições da editora 34). As capas têm cores lindas, as notas foram feitas na medida certa e são traduções diretas do russo. Não poderia ter entrado nesse universo literário de forma melhor (sim, nunca havia lido nada de literatura russa…). Ao final de cada edição há, ainda, uma parte sobre os autores dos contos, mas é super breve, então o ideal é pesquisar mais sobre eles.
O primeiro conto que li foi A pobre Lisa, escrito por Nikolai Karamzin, o maior expoente do Sentimentalismo russo. E ele foi, também, um dos historiadores oficiais do Império Russo!
O conto começa com uma extensa descrição da paisagem local. Isso porque o narrador está contextualizando sua história, nos contando algo que ocorrera anos antes.
“Todavia, o que mais me atrai às muralhas do mosteiro de S*** é a recordação do lamentável destino de Lisa, da pobre Lisa. Ah, eu gosto daqueles temas que me enternecem o coração e fazem verter as lágrimas de uma meiga tristeza”
Contos Russos – Tomo I (p.22)
É a partir desse trecho que nossa protagonista aparece, já na quarta página do conto. Vamos, aos poucos conhecendo sua história e seu triste destino. E a natureza, ao longo de toda a narrativa, está intimamente ligada aos sentimentos dos personagens.
Em se tratando de um símbolo do Sentimentalismo russo, essa história não poderia deixar de apresentar uma figura masculina, que chega para abalar a pacata vida de Lisa. Estamos falando de Erast, um jovem que não podemos categorizar exatamente como vilão, ainda que o trágico fim de Lisa seja, de certa forma, culpa dele.
“Parecia-lhe ter achado em Lisa aquilo que seu coração procurava havia tempos”
Contos Russos – Tomo I (p.28)
As descrições ao longo do conto não são cansativas para o leitor. Ao contrário, elas nos ajudam a adentrar ainda mais a história. Há uma passagem, também, em que o narrador consegue fazer com que o leitor entenda que os personagens tiveram uma relação sexual, mas sem ser tão explícito ou direto.
A Rússia pode nos parecer um país muito distante, bem como este conto, publicado, originalmente, em 1792. Mas falar de sentimentos é sempre algo universal e atemporal. Anos e anos depois, ao ler um conto como esse, ainda somos capazes de nos compadecer da protagonista e sentir, na pele, os dilemas que os personagens vivem.
Os escritores russos são excelentes!! É fantástico mesmo perceber como textos escritos há tanto tempo continuam atuais, e como conseguem nos prender a cada página e nos fazem entrar na mente dos personagens. Adoro O capote!! É uma ótima leitura!!
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Adorei conhecer esses autores e com certeza irei ler mais obras deles!
Concordo contigo!!
Obrigada pela visita (:
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