Ao escrever minha resenha do livro I pesci non chiudono gli occhi, de Erri de Luca, acabei deixando muitas citações de lado. Vamos conferi-las agora?
“Eu acredito naquilo que vejo escrito” (p.33)
Algo escrito realmente tem muito mais força do que algo falado, no sentido de ficar gravado na mente das pessoas. Mas nem sempre tudo o que está no papel (ou nas telas) é tão verdadeiro assim…
“Aquele menino de dez anos continua até hoje inalcançável para mim. Eu posso descreve-lo, mas não o posso conhecer” (p.55)
Essa é uma citação que diz muito sobre a história, sobre o narrador, sobre o que passa(va) dentro dele. Mas também é algo que diz muito sobre nós mesmos, que nunca paramos para efetivamente refletir sobre nós.
Uma citação que eu não poderia deixar de fora, por achar a minha cara, é essa aqui:
“Amavam-se, aqueles dois, davam-se livros de presentes” (p.71)
Eu dou livro de presente mesmo, por sentir que eles são capazes de nos transformar! E claro que também amo receber livros de presente. Já comentei aqui no blog sobre alguns que dei e recebi.
“Para aqueles que têm o torto desejo de jamais ter existido, resta o cargo de fantasma” (p.72)
Sobre essa citação, fico pensando sobre pessoas que de tão tímidas preferiam ser invisíveis, já que a inexistência não é exatamente uma opção. Ou então aquelas pessoas que acham que não fazem/conseguem fazer nada que possa parecer transformador, e que acabam por sentir que vivem num eterno e silencioso anonimato, quando, na realidade elas podem fazer uma enorme diferença na vida de alguém próxima a elas.
Por fim, uma citação que para alguém que ama estudar línguas, não poderia ser deixada de lado:
“A língua é a última propriedade de quem parte para sempre, e ela não voltou mais à sua terra” (p.73)
Podemos ser imigrantes ou refugiados, mas a nossa primeira língua, aquela que aprendemos na infância, que crescemos escutando, levaremos para sempre conosco.
E por fim, para quem quiser acompanhar as citações no original, aqui estão elas:
“Io credo a quello che trovo scritto” (p.33)
“Quel bambino di dieci anni resta oggi al di fuori della mia portata. Lo posso scrivere, conoscere no” (p.55)
“Si amavano, quei due, si regalavano libri” (p.71)
“Per chi ha lo storpio impulso di non esserci mai stato, resta il mestiere di fantasma” (p.72)
“La lingua è l’ultima proprietà di chi parte per sempre e lei non tornò più nella sua terra” (p.73)
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