Luzes — Leblon Carter

Título: Luzes: quando as luzes se apagam (livro 1) 
Autor: Leblon Carter 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 2015 
Ano: 2022

Sinopse

Simas é um jovem de dezenove anos que acaba de se formar na faculdade de comunicação e artes de São Paulo. Apaixonado por literatura e escrevendo seu primeiro livro para participar do concurso de pequenos escritores de Nova Iorque, ele se vê obrigado a trabalhar em um cinema antes de poder concretizar seu sonho.

Lá, ele conhece Cedric, um jovem colega de trabalho por quem começa a despertar sinceros sentimentos. Em meio ao trabalho árduo, a escrita e o amor não correspondido, Simas se vê em apuros quando percebe que relacionamentos amorosos podem gerar diversos problemas para ele e para qualquer outro que queira se aventurar nessa história.

Aos poucos, ambos vão percebendo que a última sessão só acaba quando todas as luzes se apagam, ou quando o primeiro beijo acontece.

Resenha

Alguns livros conseguem equilibrar clichê e criatividade na medida certa, trazendo uma narrativa agradável de ler. É isso o que acontece com o livro que hoje vou resenhar: Luzes.

“O conceito de arte é meio único para cada pessoa. Não dá para generalizar”

Nesta obra, Simas nos conta sobre a sua vida, nos mostrando um cotidiano que poderia ser banal, mas que carrega tanta sentimentalidade e profundidade que fica difícil não se envolver.

“Às vezes penso que o ser humano é tão complexo e vazio ao mesmo tempo”

Simas é jovem, mas logo entendemos que sua infância não foi das mais fáceis e que ele ainda tem muita coisa para ajeitar na vida (assim como ainda tem muito o que viver também).

“Tudo se refere à passado, presente e futuro. Sem isso somos um amontoado de pele, osso e carne, que anda por aí, sem destino ou rumo fixo”

Ele mora com a irmã mais velha e, ao longo das páginas, vamos entendendo que ele tem uma relação complicada com a mãe (coisa que só se explica totalmente mais para o final do livro) e pai sequer faz parte de sua vida.

Em Luzes, acompanhamos o início de Simas em seu novo emprego. Apesar de ter formação em cinema, o único cargo que ele consegue é como PAC, aquelas pessoas que conferem nossos ingressos, recolhem óculos 3D, limpam as salas do cinema…

“Quando você se forma em um curso que escolheu por amor, provavelmente acredita que as portas do mercado de trabalho vão magicamente se abrir. Porém, não foi bem isso que aconteceu comigo”

O próprio autor de Luzes — Leblon Carter — trabalhou como PAC, o que torna essa narrativa ainda mais rica, nos apresentando detalhes que muitas vezes desconhecemos.

O mais interessante, contudo, é o uso dos paralelos — muitas vezes mais presentes na forma de narrar do que fazendo parte da história em si — entre cinema e literatura e, claro, a análise das cores e luzes que o personagem volta e meia faz.

“As luzes internas tinham tons azulados, dando um ar de tranquilidade e calmaria”

A história não se passa em um intervalo de tempo muito grande, mas é o suficiente para que a vida de Simas passe por boas transformações: ele faz novas amizades e, claro, se apaixona. Mas será que esse sentimento o levará a algum lugar?

“E, mesmo com o som alto do filme nos alto-falantes, no teto, e as luzes piscando, na tela, em ritmo frenético, nada conseguia ser tão mágico quanto olhá-lo, de perto, em quase um escuro completo”

A maior parte da narrativa se passa dentro do próprio cinema, ainda que possamos, ao longo dela, também conhecer alguns outros espaços que compõem a vida do protagonista. Por mais delimitante que isso possa parecer, em momento algum a narrativa é monótona (muito pelo contrários, aliás).

“Então, independente de qual cor sejamos lá fora, temos a mesma tonalidade, aqui dentro”

Para além do cinema, das luzes e do amor, este livro nos fala bastante sobre solidão, de uma maneira que é difícil não se sentir tocado.

“Já eu… bom. Eu era a solidão. O lado azul da família. E não que eu seja antissocial ou que odeie seres humanos, mas existem momentos em que aquela tristeza momentânea bate e você só quer ficar sozinho. Ouvir apenas as vozes do seu pensamento e tentar se entender, por um milésimo de segundo, antes que as coisas comecem a ruir novamente. E as pessoas parecem nunca entender isso.  Então, quando você as abandona por um dia, para poder se dedicar totalmente nos outros trezentos e sessenta e quatro, elas acreditam que você está bravo ou que não quer mais falar com elas. E, por tê-las ignorado por um dia, você é ignorado, pelos outros trezentos e sessenta e quatro restantes”

E, claro, sendo Simas um escritor, o poder da palavra (tema que sempre chama a minha atenção) também se faz presente ao longo das páginas.

“Porque, seja de maneira intencional ou não, sempre machucamos outras pessoas. Palavras cortam como faca. Pensamentos escuros embaralham uma mente sã. Agressões físicas marcam a pele. E, às vezes, não nos damos conta disso. É como estar em uma guerra: você escolhe ser ferido ou ferir. E, acredite quando digo: a outra pessoa não vai pensar duas vezes em escolher te ferir”

Disponível apenas em formato digital, Luzes é um livro que vai te fazer vivenciar diversos sentimentos ao lado de Simas. Uma história para quem quer ler sobre amor e solidão apresentados de uma maneira quase poética, ainda que seja prosa pura.

“Não há nada mais instigante para mim do que ler um livro que me faça viajar para outro lugar”

Para garantir o seu exemplar, basta clicar abaixo. E não deixe de seguir o autor em suas redes sociais, para acompanhar o seu trabalho e seus lançamentos (Instagram | Twitter).

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Citações #61 — Clichês em rosa, roxo e azul

A maior resenha que escrevi ano passado (e talvez em toda a minha existência) foi, sem dúvidas, a da obra Clichês em Rosa, roxo e azul, da autora Maria Freitas, uma antologia com diversos contos com protagonismo bissexual.

Apesar da imensa resenha, comentando conto a conto, inúmeros quotes ficaram de fora, então hoje talvez tenhamos outro post imenso (e já peço desculpas por isso, mas eu não poderia deixar de compartilhar tantas frases marcantes por aqui).

Inclusive, gostaria de começar ressaltando as frases que falam sobre o tema central: a bissexualidade (e outras tantas formas de amar).

“Pensar nas coisas que nós temos que esconder me destrói”

(Conto: Mas… e se?)

“Como contar para a sua irmã que você está encantado por uma garota… e por um garoto também?”

(As razões de Henrique)

“Sempre achei aquela garota magnética”

(Conto: um corpo de verão)

“Eu já me esforçava para amar as minhas próprias imperfeições. Não seria tão difícil assim amar as dela também”

(Conto: um corpo de verão)

“Olho por cima do peito de Felipe e vejo que ele e Ana estão de mãos dadas. Não sinto ciúme. Sinto que tudo está certo. No lugar. Como o prólogo de um livro bom: apenas começando uma nova história”

(Bregafunk do amor)

Mas os contos não são só sobre isso. Cada história, a seu modo, entrega muito mais. Há, por exemplo, diversas passagens sobre a solidão.

“Como dizer a ele que receber um milhão de mensagens não afasta a solidão?”

(Azeitonas)

“Talvez a melhor coisa que eu faça nessa minha vida seja realmente seguir em frente”

(Azeitonas)

“A solidão era uma constante na minha vida”

(Bregafunk do amor)

“Eu conheço tão bem a solidão nos olhos de uma pessoa. Tenho espelho em casa”

(Bregafunk do amor)

E também sobre o medo.

“Você tem razão, eu estou feliz e tenho medo de perder isso”

(Conto: Mas… e se?)

“Tenho medo de voar e cair”

(Conto: Mas… e se?)

“Mas, agora, deitado ali, percebo que não ter medo é quase impossível quando se está feliz”

(Conto: Mas… e se?)

“Era como se ela quisesse se fechar em uma casca, onde ninguém pudesse atingi-la, onde ninguém pudesse chegar até ela”

(Conto: um corpo de verão)

O livro fala, ainda, sobre a falta e a tristeza que todos os sentimentos mencionados até aqui podem gerar.

“Abraço essa mulher como se nunca mais fosse abraçar alguém na vida”

(Conto: Mas… e se?)

“Nessa nossa vida, a gente precisa se acostumar com a falta”

(Conto: Mas… e se?)

“É difícil hoje, foi difícil ontem, mas espero que não precise ser difícil amanhã.”

(Azeitonas)

“E, nesse jogo de War, não quero que a tristeza conquiste todos os meus territórios”

(Bregafunk do amor)

“Meu nariz coça, minha garganta fecha, meus olhos ardem. Não posso quebrar agora”

(Um papai Noel de outro planeta)

“Preciso estar em movimento, sempre, senão minha tristeza me engole”

(Um papai Noel de outro planeta)

A verdade é que o conjunto da obra nos faz refletir — e muito — sobre a complexidade das relações humanas, seja com o outro, seja com nós mesmos.

“A época que morei com a minha avó foi muito difícil, tipo, muito mesmo. Acho que não me adaptei à cidade grande até hoje. Barulho demais, longe demais, carros demais. Gente demais. Talvez seja por isso que escolhi fazer minha faculdade no interior, perto de onde cresci. Sei lá, eu devo ser uma pessoa de raízes”

(Conto: um corpo de verão)

“Homens héteros (e cis) têm muitíssima dificuldade em demonstrar qualquer tipo de afeto básico por medo de ferir sua pobre masculinidade frágil”

(Conto: um corpo de verão)

“Sinceramente, às vezes eu ficava na dúvida se estava apaixonada ou tendo um ataque cardíaco”

(Conto: um corpo de verão)

“Tentei explicar coisas que eu nem sabia que estava guardando dentro de mim”

(Conto: um corpo de verão)

“Bia, só a gente sabe a nossa dor”

(Conto: um corpo de verão)

“Quando nossos olhos se cruzam, sinto que perdi tudo”

(Estrela e a flor)

“Algumas coisas são facilmente substituíveis, outras não”

(Azeitonas)

“Não fomos capazes de enfrentar nada, não é? Você era a minha pessoa, como foi que a gente se perdeu?”

(Azeitonas)

“Ultimamente, vinha respondendo todo mundo no automático, sem realmente me conectar com ninguém”

(Azeitonas)

“Desde o meu último namoro — que deu completamente errado —, jurei que não seria trouxa. Fui trouxa”

(As razões de Henrique)

“Só sabia sentir e sentia demais”

(As razões de Henrique)

“Mesmo sendo nova na cidade, dá para perceber que, ainda que também haja conflitos e diferenças, as pessoas daqui são mais acolhedoras”

(Bregafunk do amor)

“Sou extremamente grata por tudo que ela fez desde que eu cheguei aqui, aliás de antes. Minha vida andava muito vazia até que ela me acolheu e me trouxe para cá. Me sinto abraçada todo dia”

(Bregafunk do amor)

“De alguma forma, esse olhar me reflete e me completa”

(Bregafunk do amor)

“Ele foi meu fã, quando tudo o que eu queria era um amigo”

(Bregafunk do amor)

E também nos lembra da importância da comunicação, tão subestimada nos dias de hoje.

“As palavras se perdem dentro de mim”

(Conto: Mas… e se?)

“Mas pra uma conversa existir é preciso que as duas partes queiram falar e ouvir”

(Azeitonas)

“Às vezes, acho que essa sensação de que alguém está apertando minha garganta, impedindo o ar e as palavras de saírem, nunca mais vai embora”

(Um papai Noel de outro planeta)

Não posso deixar de trazer, também, algumas reflexões importantes sobre o tempo, o fracasso, a decepção.

“Detestava perder tempo. Sabia que o relógio andava rápido demais”

(As razões de Henrique)

“E a pergunta mais difícil de responder, no fim das contas, é: quem é que vai nos enxergar, se estamos todos com pressa?”

(As razões de Henrique)

“Tecnicamente, o próprio tempo-espaço encontra maneiras de colocar tudo no lugar e de curar a si mesmo”

(Um papai Noel de outro planeta)

“Fracasso é não saber a hora certa de desistir, o momento oportuno para abandonar o barco e começar a nadar”

(As razões de Henrique)

“Não sei o que acontece, mas toda vez que me decepciono com algo uma dor crescente invade meu peito, causando um calafrio horrível. Uma vontade de levantar e ir embora. Fugir”

(Bregafunk do amor)

“Lembro da frase que minha psicóloga sempre usa: ‘Estar vivo é decepcionar e ser decepcionada’”

(Bregafunk do amor)

“Estou ainda mais decepcionada comigo mesma, por querer tanto algo e não ter a capacidade de expressar em palavras meus desejos”

(Bregafunk do amor)

A obra te interessou? Então não deixe de ler a resenha completa e, claro, garantir o seu exemplar.

Citações #59 — Proibida de amar

Se tem uma autora que eu amo, essa autora é Tayana Alvez! A escrita dela envolve, encanta, fascina.

Quem não acompanha o trabalho da Tay, contudo, provavelmente não sabe que muitos dos livros que li (e que já resenhei por aqui) foram retirados da Amazon, pois ela está se reposicionando no mercado literário.

Os quotes que trago hoje são de um desses livros. Porém, não posso deixar de compartilhar essas passagens, tanto para que você tenha um gostinho do que perdeu, quanto para que você entenda o quão incrível essa autora é.

Proibida de amar traz a história de uma jovem com um passado por si só complexo, mas que, além de tudo, está tentando se recuperar de um relacionamento extremamente tóxico.

“Só que, Lavínia, eu ainda cresci sem a presença do meu pai, e isso dói”

A protagonista foi mãe muito cedo, e tem de lidar com as responsabilidades dessa condição, ao mesmo tempo em que luta para se livrar de amarras tão dolorosas.

“Não choro, mas sofro”

O livro carrega uma profundidade e uma densidade que não temos como ignorar, como é típico das histórias de Tayana.

“Então talvez o para sempre exista mesmo, só não seja para mim”

“Eu precisava de pelo menos mais um dia perfeito antes de tudo acabar”

Mas também tem o seu toque de leveza, que torna a leitura extremamente prazerosa.

“Oliver me mostrou o lado bom de estar com outra pessoa”

Uma narrativa que nos faz, ao mesmo tempo, refletir, rir, chorar, amar, se desesperar. E que, com o seu toque sutil, vai nos marcar das mais diferentes formas.

“No dia a dia, contudo, aprendi com minha mãe que as coisas que as pessoas falam de mim não dizem nada sobre mim, dizem sobre elas”

Para não perder mais nenhum trabalho da Tayana, recomendo que você acompanhe as autoras em suas redes sociais (Instagram | Twitter). E se quiser conhecer melhor a história de Proibida de amar, leia a resenha aqui. Se quiser saber que histórias da autora você ainda encontra na Amazon, basta clicar aqui.

Citações #57 — 100 canções para salvar a sua vida

O tanto de quotes que eu tenho desse livro daria para escrever uma nova história. Então senta que lá vem post grande!

“Não acredito na ideia de felizes para sempre. Por que tem que ser eterno pra ser verdadeiro?”

Costumo pensar que se você quer saber se eu realmente gostei de um livro, basta ver quantos trechos destaquei nele (apesar de ter livros tão bons que eu não consigo escolher pequenos trechos, mas páginas inteiras, então acabo não destacando quase nada).

“É engraçado como nunca pensamos nas decisões simples e fugazes que fazemos todos os dias”

Cada trecho significa identificação, compreensão ou apenas o fato de algum pensamento importante ter surgido em mim por causa dele.

“O ser humano pode ser monstruoso. Mas nós também temos algo que ninguém mais tem. Nós podemos amar, de verdade e com todo o coração”

E é gostoso voltar a esses trechos e, às vezes, dar novos significados a eles. Ou novas importâncias.

“Por um tempo, deixamos que a música fizesse o que música faz. Deixamos ela nos curar”

100 canções para salvar a sua vida, da Camila Dornas, foi, sem dúvidas, uma leitura intensa

“Poucos meses mudaram tudo. Duas daquelas pessoas estavam mortas. As que foram deixadas para trás quebradas demais para um dia serem consertadas”

E a história já começou me conquistando ao falar de São Paulo de uma forma que não poderia ser mais verdade.

“São Paulo era um completo caos, mas era meu caos, e eu adorava”

Mas outro tema que me é tão caro e que tanto me fez querer ler este livro foi, claro, a música, tão presente em cada momento da narrativa.

“Gostava do jeito como ele articulava as palavras quando discutia música, como se mal pudesse contê-las”

“Ambos acreditavam que a música certa podia salvá-los”

“Chorei com apenas aquela canção como companhia. E, ao menos por um momento, foi o suficiente”

“Observá-lo era como ouvir uma canção calma depois de um dia frenético”

“Ouvimos a música em silêncio, naquele limbo onde nossos problemas foram temporariamente esquecidos”

“Algo extraordinário acontecia quando ele se conectava com uma canção”

Uma história que fala, também, sobre perdas e finais (com ou sem despedidas).

“Porque você está aqui agora. E talvez você não signifique muito para o resto da eternidade, mas significa o mundo para quem está do seu lado. E isso vale a pena. As coisas não precisam ser pra sempre para merecerem ser vividas”

“Nunca pensamos muito na morte. Em quão súbita e sem sentido é”

“Acho que é o que acontece quando alguém que você ama para de existir. A parte que eles ocupavam simplesmente fica lá, vazia”

“Mais que nunca, quis poder abraçá-la, dizer que ficaria tudo bem. Mas era tarde demais”

E, sem dúvidas, uma história sobre empatia e dores que nem sempre podemos compreender.

“Algo nela se quebrou irremediavelmente naquele dia”

“— Nós não fomos as únicas pessoas que ela machucou ao deixar pra trás, Ali”

“Não é apenas sobre pessoas extraordinárias, mas dores extraordinárias”

Sobre sermos, antes de mais nada, humanos.

“Não tem nada errado em querer alguma ajuda de vez em quando”

“O silêncio costuma incomodar as pessoas, porque tem uma capacidade singular de te deixar completamente exposto a si mesmo”

“Não entendo por que estamos tão desesperados para esconder nossas próprias falhas”

“Mas ninguém nunca vê nada exatamente igual à outra pessoa. Nossa realidade é totalmente afetada por quem nós somos”

“Lágrimas contidas são como veneno. Confie em mim, eu sei”

100 canções para salvar sua vida é, ainda, sobre termos nossos vícios, sejam eles saudáveis ou não.

“— Ele é um bêbado. Começou quando minha mãe morreu e nunca mais parou. A bebida o transformou em uma pessoa completamente diferente. Eu já tentei de tudo pra recuperar o homem que ele foi, mas em algum ponto temos que desistir de quem não quer ser salvo”

“Para ela, a adrenalina era uma droga”

E no meio de tanta coisa, ainda sobre espaço para passagens leves, recheadas de amor e de personagens marcantes a seu modo.

“Valentina tinha o tipo de sorriso que mudava o mundo”

“Nós dançamos, e parecia que eu o conhecia, que entendia a energia dele”

“Ele era como um dia de sol logo depois de uma tempestade”

“Acho que nunca me acostumaria à sensação de vê-lo sorrir”

Se você se interessou por essa história e quer saber mais sobre ela, não deixe de ler a resenha e de garantir seu exemplar clicando abaixo.

Proibida de amar — Tayana Alvez

Título: Proibida de amar — a namorada de mentirinha do CEO 
Autora: Tayana Alvez 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 351 
Ano: 2021

Tem coisa melhor que pegar um livro com altas expectativas, estar tranquila com isso por saber que não vai se decepcionar e definitivamente não se decepcionar?

“Tem coisas na vida pelas quais a gente espera o tempo necessário, não importa quão longo ele seja”

A escrita da Tayana Alvez nos envolve facilmente e eu sempre me surpreendo com a naturalidade que ela insere temas importantes e boas reflexões ao longo de uma história que encanta e desperta, no final das contas, muitos quentinhos no coração.

“Para alguém que passou a vida dando conta de tudo, descansar no amor de outra pessoa foi um desafio”

Em Proibida de amar conhecemos melhor a história da Duda (Eduarda), uma das melhores amigas de Lavínia, de Proibida pra mim.

“O quarteto já passou por muitas fases, boas e sombrias, grudadas e distantes, mas, nos últimos meses, ele me salvou mais vezes do que eu conseguiria contar”

Quem leu Proibida pra mim (leitura não obrigatória para ler esta obra) sabe que Duda é mãe (e que se tornou mãe muito cedo) e que a relação dela com o pai da criança não é nada fácil.

“A Duda já passou por tanta coisa que eu sinto, sinto que preciso estar lá por ela, sabe? Porque ninguém mais vai estar…”

Mas é só neste livro que entendemos o que acontece com ela: o relacionamento de Duda não era nada saudável e isso nos vai sendo revelado enquanto a própria personagem vai se dando conta do quanto isso a afeta, ainda mais quando o filho acaba sendo uma arma nas mãos do desequilibrado pai.

“A gente fica num relacionamento ruim por causa dos momentos bons, né”

A narrativa, em primeira pessoa, é alternada entre Duda e Oliver, um jovem CEO que ainda está lidando com as dores do fim de seu casamento, enquanto se adapta a uma nova cidade, na qual não conhece muitas pessoas.

“Desapaixonar não é uma coisa fácil, muito menos rápida”

Claro que o caminho dessas duas pessoas, quebradas ao seu modo, tinha de se cruzar. Primeiro em um Uber — dirigido pela própria Duda —; depois, graças à Lavínia e ao Daniel.

E é assim que Duda acaba indo à festa que Oliver deu em sua casa, para os funcionários da empresa. E ali surge, como forma de proteção, um namoro de mentirinha entre eles. E também uma amizade. Sentimentos misturados que vão se desenvolvendo de maneira viciante ao longo da narrativa.

“Mesmo que seja uma mentira, ainda é uma delícia”

Os dois protagonistas desta obra são encantadores. A Duda tem a sua força e a sua mania de achar que dá (e que tem de dar) conta de tudo e mais um pouco, enquanto o Oliver é doce, carinhoso e aquele ponto de paz que quem não gostaria de ter, não é mesmo? É, difícil não se apaixonar!

“Não posso prender um homem tão maravilhoso quanto ele numa zona como a minha vida”

Proibida de amar, portanto, consegue falar sobre abandono paternal, gravidez na adolescência, relacionamentos abusivos, sobrecarga feminina, manipulação, cuidado, amizade e tantas outras coisas que somente lendo para se absorver adequadamente. Ah, e tudo isso com um pouco de hot também.

“Estou dizendo adeus, mas não tenho coragem de pronunciar as palavras ainda”

Se é esse tipo de leitura que você está procurando (e, garanto, em algum momento será exatamente o livro que você precisará ler), já clica ali embaixo para garantir seu exemplar. E não deixe de acompanhar o maravilhoso trabalho da Tayana Alvez, seguindo a autora em suas redes sociais (Site | Instagram). 

Outras obras da autora que já resenhei por aqui:

Citações #55 — O segredo de Susan

Espero que não seja segredo para ninguém, mas caso ainda seja, aqui vai uma revelação: sou apaixonada pela escrita do Maicon Moura.

E por falar em segredos, hoje trago mais alguns quotes de O segredo de Susan, uma obra que nos envolve e nos faz pensar sobre os diversos temas (difíceis) que ela aborda.

“Marcas quase esquecidas de uma violência sem razão”

Dentre eles, podemos mencionar a questão da confiança e da verdade.

“Confiança só existe uma vez. Ter a confiança de alguém é muito importante. Bom, apenas se essa pessoa não tiver te sequestrado por tanto tempo”

“O mundo quer enganar você. E que você engane de volta. Ele quer que você entenda que está tudo bem, ele quer que você sorria enquanto a televisão te mostra um corpo de uma mulher num beco”

As marcas de um doloroso e obscuro passado (vivido pela protagonista e ignorado por todos).

“Os hematomas em seu braço mostram que o escuro ainda caminha com ela”

“Linhas brancas, acima dos meus joelhos, mostram que em algum momento eu não fui feliz”

“Nesse escuro eu me sentia salva”

Um livro que fala, em suma, sobre as complexidades da vida de uma maneira diferente daquela que podemos estar acostumados.

“Foi nesse momento que eu entendi que existem dois mundos”

“Com onze anos, eu não quero me preocupar com o futuro”

E sobre a passagem do tempo, por mais intrincada que ela possa ser na própria narrativa apresentada.

“Temos todo o tempo do mundo para corrigir nossos erros.

“Só que o tempo, ele pode ajudar de alguma maneira e muitas vezes melhorar isso”

O segredo de Susan é uma leitura que nos deixa de boca aberta e cabeça fervilhando. Se quiser conferir a resenha, clique aqui. Para acessar o ebook (disponível também no Kindle Unlimited), basta clicar abaixo. E não deixe de acompanhar o trabalho do Maicon em suas redes sociais (Instagram | Linkedin).

Citações #54 — A filha primitiva

Um dos motivos pelos quais gosto de marcar e anotar trechos que me chamam a atenção nos livros que leio é que, através deles, posso relembrar a história, além de, em alguns casos, ter novos insights sobre a mesma.

Mas se tem uma coisa que não precisaria de trechos para lembrar, é da força que a narrativa de A filha primitiva, da autora Vanessa Passos, tem.

“A fome ensinava a ser criativa”

Uma histórias que vai direto e reto ao ponto e que toca em muitas feridas.

“Gente é assim, gosta mesmo é de rir das desgraças dos outros”

Uma narrativa sobre partos, não somente físicos, mas também mentais.

“Fico pensando que escrever é um parto infinito”

E, ainda, um texto que fala sobre paternidade e abandono, mas também sobre a história que nos é negada.

“A busca pelo meu pai e pela escrita caminhavam juntas”

A filha primitiva é também sobre vícios.

“Tinha esquecido que a bebida dá coragem pras pessoas”

Sobre humanidade e desumanidade (não sei se essa palavra existe, mas acho que dá para entender a ideia, né?).

“É fácil esquecer o erro de homem”

“Incrível como o ser humano gosta de se enganar”

Não se trata de uma leitura fácil, como os conteúdos já podem indicar, mas ela é necessária. Para saber mais, você pode ler minha resenha aqui e garantir o seu ebook clicando abaixo.

AmoreZ — Regiane Folter

Título: AmoreZ 
Autora: Regiane Folter 
Editora: Publicação independente 
Páginas: 47 
Ano: 2020

Existem inúmeras formas de amar e de demonstrar esse amor e é exatamente isso o que encontramos nesta breve obra: um amor para cada letra do alfabeto, como sutilmente sugere o título.

“Já pensou que existem tantos tipos de amor quanto pessoas esperando ser amadas?”

Através de 22 contos curtinhos, a autora faz um lindo passeio pelo alfabeto, nos propiciando as mais diversas leituras e os mais variados sentimentos.

“Enfim, eu leio. Às vezes mais, às vezes menos; mas estou permanentemente em busca de histórias para colecionar em uma biblioteca mental que me ajuda a enxergar o mundo com novos olhos”

Ao longo das páginas deste livro, também somos lembrados que nem toda história de amor é necessariamente alegre, com um “felizes para sempre”.

“Engraçado como amar alguém não é garantia que você vai estar com essa pessoa para sempre”

E assim como várias são as formas de amor, diversas são as maneiras de apreciar este livro: de uma sentada só ou, como acho mais interessante, aos poucos, uma dose de amor diária e necessária.

“Eu leio. Desde que aprendi, nunca mais parei. Em quase tudo que faço, levo um livro comigo”

Claro que, para mim, foi fácil eleger um texto preferido dentre todos os lidos: não resisto a histórias que falam sobre livros e leituras e, assim, o meu escolhido é o Biblioteca.

“Ler para mim é uma droga, eu não posso parar. Não depois de tudo que vivi”

Mas, como se pode imaginar, tem história para todos os gostos neste livro e também acho que ele pode ser uma boa pedida para quem quer sair de uma ressaca literária ou simplesmente começar a ler, já que ele é leve e, de novo, super rapidinho.

“Guardo o momento da leitura com carinho em um compartimento do meu dia. Porém, às vezes, por causa da correria do demandante mundo real, deixo de ler”

Ah, este também é um livro para quem precisa recuperar um pouco dos tantos sentidos do amar.

“Existem coisas que têm mais força que “eu te amo”. Uma frase é só uma frase. Os pedaços de vida que duas pessoas decidem conectar significam muito mais que três palavras entoadas juntas”

AmoreZ reúne, portanto, breves histórias despretensiosas, mas que, ao mesmo tempo, nos fazem pensar. E se você acha que é deste livro que está precisando, não deixe de clicar abaixo para saber mais. Aproveite para seguir a autora no Instagram e conhecer mais do seu trabalho.

“Não é para qualquer um que mostramos o carrinho de compras cheio de quem somos”

A ruiva ao lado — Taynara Melo

Título: A ruiva ao lado 
Autora: Taynara Melo 
Editora: Publicação Independente 
Páginas: 78  
Ano: 2021 (2º edição)

A ruiva ao lado é uma obra razoavelmente curta e, por isso, rápida de ler. Além disso, um dos principais plots da narrativa está colocado logo no início, mas, mesmo assim, o mistério perdura por toda a obra.

“Já vi aquele olhar. Mas não me lembro em quem”

Celine tem 32 anos e ainda carrega consigo a dor de ter sido abandonada pela mãe aos 10 anos de idade, tendo crescido apenas com o pai, alcoólatra.

“Até hoje sinto que a minha felicidade foi embora com minha mãe, no dia que ela partiu”

Apesar de tantos percalços, Celine conseguiu construir sua vida e, ao contrário da mãe, jamais abandonou o pai, mesmo diante da dificuldade e da tristeza de conviver sob o mesmo teto que alguém com um vício tão complicado e destrutivo quanto o álcool.

“Nesse exato momento, ele está na reunião do AA. Fico feliz por ele estar se empenhando. No mês anterior, ele havia completado quatro anos de sobriedade. Aquilo, para ele, era uma vitória diária. E eu estava orgulhosa dele”

Mas claro que, quando as coisas começam a se ajeitar, a vida vem e traz novas surpresas e desafios.

“Só quero seguir em frente, sem esse drama à minha volta”

Voltando de um delicioso final de semana com as amigas, Celine conhece Laura, a ruiva que pede para sentar ao seu lado no ônibus.

Desse momento, nasce uma linda e surpreende relação. Um elo que não é sempre que conseguimos criar em tão pouco tempo.

Mas é também por causa desse momento que todo o passado de Celine vem à tona e sua vida vira um caos.

A ruiva ao lado é, portanto, uma história que fala sobre abandono, alcoolismo, depressão e, acima de tudo, perdão.

“Compreendi que o perdão deve ser dado de coração”

Se quiser realizar esta leitura, prepare-se para encontrar sentimentos intensos e, claro, para chorar. Clique aí embaixo para saber mais e não deixe de seguir a autora nas redes sociais (Twitter e Instagram) para conhecer esta e suas demais obras.

Garoto conhece garoto — Leblon Carter

Título: Garoto conhece garoto 
Autor: Leblon Carter 
Editora: Publicação Independente 
Páginas: 21
Ano: 2021 

Acho que todos nós, cedo ou tarde, nos deparamos com um momento em que buscamos uma leitura gostosa, mas rápida e leve. E é exatamente isso que encontramos em Garoto conhece garoto.

O contexto é bem simples e, por si só, poderia render os mais diferentes tipos de história: uma excursão para um parque de diversões.

O foco porém — como não poderia deixar de ser em um conto — está em um momento específico: quando quebra a roda gigante em que Bruno está. 

“Só aconteceu. De forma natural”

Aqui, porém, sinto-me na obrigação de fazer alguns esclarecimentos: 

1°: Bruno estava morrendo de medo de ir em tal brinquedo.

2°: Bruno estava na fila com seu amigo — que era quem realmente queria ir ao brinquedo —, mas este sentiu uma enorme vontade de ir ao banheiro, deixando o amigo em pânico e sozinho.

Claro que esses acontecimentos eram necessários para que, mesmo quase tendo um treco, Bruno entrasse na roda-gigante e dividisse a cabine com um desconhecido. O que, no final das contas, não foi tão ruim assim…

“Nós ficamos com as mãos uma por cima da outra durante uns dois minutos antes que surgisse um outro assunto”

Ficou com vontade de conhecer e ler esse conto romântico, fofinho e curtinho? Então clique abaixo para saber mais e não deixe de seguir o autor em suas redes sociais (Twitter e Instagram).