Título: Um jeito de recomeçar — Novos sonhos, pesadelos antigos Autor: Filipe Salomão Editora: Publicação independente Páginas: 107 Ano: 2019
Sabe quando você termina um livro e não sabe bem o que fazer, pois o final não era nada do que você esperava (para o bem e para o mal)? Pois então, confesso que fiquei desnorteada com o final de Um jeito de recomeçar.
“Eu não sabia o que queria, e isso é saber mais do que muita gente”
Aliás, desnorteada talvez seja uma boa palavra para definir muito das minhas sensações ao ler esse livro. Uma leitura que te prende, ainda que você tenha medo de saber o que vem pela frente. Uma vontade de descobrir tudo para, no final das contas, não ser nada do que você poderia imaginar.
Carolina — ou Carol, como prefere ser chamada — uma jovem rica, chega em casa um belo dia e vê seu mundo destruído: o pai assassinara a mãe e, em seguida, cometera suicídio. Já da para imaginar, portanto, que neste livro não encontraremos uma história leve.
“Sabe, aprendemos mais com o fundo do poço do que com o topo da montanha, mas de um é fácil sair, do outro não”
E realmente, ao longo das páginas vamos conhecendo uma depressiva Carolina que tenta recomeçar sua vida longe de tudo e todos e que passa boa parte da história em uma pousada localizada em uma praia quase deserta, interagindo com aqueles que vivem ali e trabalham na pousada.
“Às vezes, começar do zero, largar tudo, assusta”
É interessante observar a rotina dos personagens, ver como cada um tem muito a oferecer e ensinar. E também vamos acompanhando algumas pequenas confusões causadas por Carol.
“Podemos nos acostumar com tudo na vida. Menos com o mar”
O problema é que essas “pequenas” confusões se tornam imensas confusões e, aos poucos, tudo vai ruindo novamente. É angustiante! E, como eu disse lá cima, desnorteador.
Carol é uma personagem que engana. Sentimos pena dela (ainda que ela não queira isso) e tentamos compreender sua dor (assim como os personagens que a cercam) e tudo o que ela faz e acabar com a paz que havia. Carol não é nada empática, ainda que a gente queira sentir isso em relação a ela.
“Amor é isso, não? Amor é compartilhar os piores segredos e sentimentos”
Mas aprendemos muito com essa leitura. E refletimos também. Afinal, a vida (e a morte) é uma caixinha de surpresas, não?
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