Título: Céu de menta Autora: Camila Martins Editora: Hope Páginas: 185 Ano: 2018

Depois que li O que me faz pular, tornei-me uma leitora que não pode ver livros sobre autismo que já quer devorar todos. E assim foi com Céu de menta que, no entanto, é bem diferente de qualquer outra leitura que eu já tenha feito sobre o tema.
“Como se deixar envolver por algo que não se conhece?”
Comecemos pelo fato de que Céu de menta é uma ficção (enquanto os demais livros que li geralmente foram não-ficção ou ficção baseado em fatos reais, coisa que não sei se é aplicável neste caso). E Céu de menta é uma ficção que nos mostra uma vida muito normal, afinal de contas, o autismo não é algo que nos torne incapazes de sentir e viver. A narrativa é bem doce e, por vezes, um pouco parada. Mas nada que torne esta história menos especial.
Sem grandes ambientações (a história se passa quase toda entre casas vizinhas de uma pequena cidade), Céu de menta nos mostra duas famílias extremamente diferentes que vivem lado a lado.
“Ser feliz com pouco, e curtir isso, é um dom”
Primeiro somos apresentados aos Salles, família formada por Carolina (mãe), Roberto (pai), Ana Maria (a protagonista) e Davi (o irmão mais novo). Depois, aos Alencar, família formada por João (o vizinho de Ana e também protagonista desta história), sua vó Clara, suas duas irmãs mais velhas e rebeldes (Paula e Bianca), sua mãe acamada (Sílvia) e seu pai ausente (Paulo). Acho que essa descrição já deixou bem claro que não temos aqui uma família muito fácil, não é mesmo?
“A família Alencar sempre foi uma granada prestes a explodir”
E tem mais: a família de Ana é simples, vive muito bem com o que tem e mudou-se para essa pequena cidade com o intuito de oferecer uma vida melhor à filha, portadora de TEA (Transtorno do Espectro Autista), enquanto a família de João está mergulhada numa vida de ostentação material, mas de ausência de amor. Contudo, mesmo tendo crescido nesse ambiente, João é um garoto calmo, compreensível e amoroso.
“João era um diamante em meio aos cacos de vidro”
É ele quem, ainda jovem, aproxima-se de Ana. E assim nasce uma amizade muito linda, já que ele está disposto a compreender a amiga e fazer de tudo para sempre deixá-la confortável. Os pais de Ana, claro, veem essa amizade com bons olhos, pois também sabem da raridade de se encontrar pessoas como João no mundo.
“Não tem preço ter alguém inteiro em nossas vidas. São raridades”
O mais bonito desta história, porém, é ver como ambos têm suas dificuldades e como um pode ajudar — e muito — o outro. Cada um com o seu jeito, cada um com suas habilidades, Ana e João crescem e amadurecem juntos. E claro que, nesse caminho, alguns percalços acontecem, fazendo com que a autora aborde questões como a pressão sobre os jovens na escolha de uma carreira, depressão, as máscaras da nossa sociedade, preconceito…
“Como chegar perto de alguém que se cercou de um enorme muro?”
Logo no início, o título do livro já passa a fazer sentido, mas somente ao final é que o entendemos realmente, e ainda com uma última bela lição deixada pela autora.
Aliás, temos muito a aprender com Céu de menta e um dos aprendizados que mais me marcou é de que o fato de uma pessoa não saber muito bem como lidar e demonstrar seus sentimentos, não significa que ela não sente (e muito!).
“Ah, como Ana ama abraços. Ah, como é difícil para Ana entender os abraços”
Se você busca um livro com uma protagonista autista e, ao mesmo tempo, quer ler algo bem leve, com certeza é Céu de menta que você procura. Então clica aqui e saiba mais sobre essa história que vai te deixar com um quentinho no coração.
Aiii que lindo!! Amei suas pontuações sobre a história ❤️ mtooo obrigadaaaaa ❤️
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Eu quem agradeço!!! Um prazer ler livros como esse <3
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Muito bom!
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Que bom que gostou!!
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