Título: Amor através do tempo Autor: várias autoras Editora: Publicação independente Páginas: 271 Ano: 2021

Pode um livro ficar melhor a cada página? Sem dúvidas! Muitos livros são assim, aliás. Mas no caso da antologia que trago aqui hoje, temos algumas particularidades, sendo a primeira delas o próprio fato de se tratar de uma antologia, ou seja, uma obra escrita a muitas mãos e, portanto, com vozes diferentes.
“Raramente sabemos quando a vida vai dar uma volta na direção certa e nos empurrar em direção a algo extraordinário”
(Amor através da liberdade — Camila Dornas)
Além disso, como é de se esperar, o título não é um mero acaso: Amor através do tempo reúne quatro contos que se passam em períodos diferentes, começando por tempo mais antigos — ou seja, por volta de 1800 — e chegando até os dias atuais. E, claro, são histórias de amor.
“Não tente entender o coração das pessoas se você não viveu a história que lhes acompanhou”
(Amor através da intriga — G. Goulart)
E talvez tenha sido justamente essa viagem temporal que fez com que, a cada conto lido, eu gostasse mais e mais da obra, o que me fez concluir que eu realmente gosto de ler não apenas histórias de amor — isso eu sempre soube e sempre comentei — mas histórias de amor mais contemporâneas.
“É difícil dizer com certeza o momento que as coisas dão errado”
(Amor através da dor – Tayana Alvez)
O primeiro conto é Amor através da intriga e foi escrito por G. Goulart, cuja escrita eu ainda não conhecia. Passa-se 1839, entre a Irlanda e a Inglaterra, apresentando-nos uma dama relativamente fora dos padrões da época, por querer ser, antes de mais nada, livre. E claro que, no caminho de uma dama dessas, tinha de aparecer um daqueles nobres que se acham a última bolacha do pacote, mas que, no fundo, escondem muito mais do que parece…
“Seguir sua paixão é importante filha, mas não vale a pena se for se machucar no percurso”
(Amor através da intriga — G. Goulart)
Pelo título e por essas poucas palavras, acredito que já dê para imaginar que é uma história leve, que nos faz rir em determinados pontos e, a cada linha, ansiar pelo desfecho.
Em seguida, com Camila Dornas, damos um salto para a França de 1913. Camila Dornas era uma autora que eu já tinha interesse em conhecer e, neste conto, ela traz um romance sáfico, o que é ainda mais interessante se pensarmos na época que a história se passa. Imagine os percalços da vida delas! Não é à toa que a história chama-se Amor através da liberdade, né?
“Chloé não entendia por que amar alguém podia ser pecado”
(Amor através da liberdade — Camila Dornas)
A narrativa desse conto vai dando alguns saltos, terminando por volta de 1923. Para além do que já apontei, gostei de ver a intensidade dos sentimentos de uma das protagonistas, em contraposição à retração e ao medo da outra.
“Abrir o coração é como derrubar uma represa. Uma vez que você o faz, é mais fácil deixar tudo fluir”
(Amor através da liberdade — Camila Dornas)
No terceiro conto, viajamos entre Japão e Brasil e, só pelo título, já podemos esperar muita coisa: Amor através da guerra. Isso acende alguma luz em sua cabeça? Se não, aqui vai mais uma dica: a história se inicia em 1945…
“É uma grande tolice o tempo que se perde pensando no sentido do que é tão incerto”
(Amor através da guerra — Beatriz Cortes)
A narrativa começa em Hiroshima, não apenas no ano, mas no dia em que uma bomba atômica atingiu a cidade japonesa. Antes desse trágico episódio, porém, passamos a conhecer aqueles que serão os protagonistas de uma das histórias de amor mais lindas e mais fortes que já li.
“Compreender que está morrendo é doloroso”
(Amor através da guerra — Beatriz Cortes)
Ao mesmo tempo que a história vai se desenvolvendo mansamente — na medida do possível, após o conturbado acontecimento inicial — ela também vai nos fazendo refletir sobre esse episódio ainda tão conhecido e tristemente lembrado.
“Deve ser difícil sorrir quando se perde tanto, não a culpo”
(Amor através da guerra — Beatriz Cortes)
A autora deste conto é Beatriz Cortes, que eu não conhecia, mas que agora já quero poder ler mais e mais, pois fiquei realmente comovida com essa narrativa.
“É estranho como as memórias traumáticas são capazes de invadir tudo de bom que a gente tenta guardar”
(Amor através da guerra — Beatriz Cortes)
E, enfim, chegamos a ela, a responsável por eu ter comprado essa antologia correndo e ter lido assim que possível: Tay Alvez. Como eu disse na TAG dos 50%, ela vai ter que me aguentar lendo e resenhando todas as obras dela e, se bobear, até a lista de compras. Veja bem, eu não estava brincando!
Porém, isso provavelmente acontece, também, porque eu devo gostar de sofrer, viu? O conto dela, o mais atual de todos na antologia, se passa entre Portugal e Brasil, nos anos de 2019 e 2020 (mas relembrando uma história que começara alguns anos antes) e o título não é nada mais, nada menos que Amor através da dor. Já comecei a chorar aí!
“É engraçado como a gente sempre olha para a pessoa que a gente ama como endgame… Eu queria que você fosse o meu fim de jogo desde o nosso primeiro beijo e, sendo honesta com nós dois, meu amor seria o suficiente para isso, mas o amor sozinho nunca tem a força que a gente imagina…”
(Amor através da dor – Tayana Alvez)
Uma história de amor lindíssima mas… Real! E quem disse que todas as histórias de amor terminam como a gente gostaria que terminassem? Só os contos de fadas disseram e nós insistimos em acreditar neles mesmo quando tudo indica que não passam de histórias…
“Mas, Mateus, depois de três meses aquilo começou a me machucar e o que mais triste disso tudo é que você sabia. Sabia que estava me machucando, só que isso não importava mais pra você”
(Amor através da dor – Tayana Alvez)
Mateus e Malena formavam aquele casal de filme perfeito, mas, apesar de realmente serem atores, eram também seres humanos. E seres humanos que tiveram de lidar com certas mudanças grandes em suas vidas. E é assim que Mateus se perde, enquanto Malena não quer se perder.
“Nós dois choramos e era palpável que o motivo era um só: nós nos amávamos e sabíamos que estávamos nos perdendo”
(Amor através da dor – Tayana Alvez)
Olha, sinceramente, sem palavras para esse conto. Aliás, para a toda obra. As autoras estão de parabéns pela ideia e pelo empenho em torná-lo real. E se você quer conhecer e se apaixonar por essas histórias também, clique aqui. Ela está disponível apenas em formato ebook, mas faz parte do catálogo do Kindle Unlimited.
Gostei da indicação.
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Fico feliz em saber! Recomendo demais
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Acho que você já falou anteriormente da Tayana Alves né… Me deixou interessado
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Já, muitas vezes! Hahahaha e continuarei falando, porque ela escreve muito bem!
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