
Estou rapidamente me aproximando do fim de As mil e uma noites e hoje aproveito para comentar sobre duas histórias de uma vez. A primeira delas é A história do cavalo encantado. O título, como sempre, é bem autoexplicativo, ainda que, claro, deixe de fora muitas nuances da história.
Tudo começa com um homem que se apresenta com o tal cavalo encantado, capaz de levar aquele que nele subir para o local desejado, em um período temporal muito pequeno.
O preço por tal objeto, porém, é altíssimo: a mão da princesa. E, com isso, dá-se início a uma série de confusões, como não poderia deixar de ser. Mas uma, em especial, eu gostaria de narrar aqui.
Depois de alguns problemas iniciais, este homem rapta outra princesa — que se casaria com o príncipe daquela corte — como uma forma de vingança por tudo que lhe acontecera.
No meio do caminho, porém, a princesa consegue pedir socorro, e é salva por um homem que parece ser uma ótima pessoa. Mas as aparências enganam, não é mesmo? Tal homem quer, a todo custo, desposá-la. E ela se vê uma profunda agonia por isso. Claro que, depois disso, muitas outras coisas acontecem e tudo se resolve. Mas me chamou a atenção uma passagem em específico:
“Sultão de Cachemira, quando outra vez pretenderes desposar uma princesa que te roga proteção, trata antes de obter-lhe o consentimento!”
Tudo bem que este é um discurso de um quase marido bravo por ver outro homem querendo roubar sua esposa, mas, ainda assim, essa frase me parece um grande passo em relação ao tratamento dispensado às mulheres das histórias que preenchem as páginas de As mil e uma noites.
Veja bem: é um homem dando bronca em outro homem sobre a necessidade do consentimento da mulher. Esse é um discurso que, infelizmente, até hoje, muitos homens ainda não entenderam.
A segunda narrativa que quero comentar aqui é A história do príncipe Ahmed e da fada Pari-Banu. Uma história muito fantástica, com várias reviravoltas e permeada por objetos mágicos.
O que chamou minha atenção nesta narrativa foi que, nela sim, vi aparecer um “tapete voador”, coisa que não me recordo de ter visto na história de Aladin. O que, uma vez mais, me faz pensar na adaptação da Disney… Será que há referências a outras histórias de As mil e uma noites em Aladin? O que vocês acham?
Podemos dizer que pouca coisa que se cria, mesmo as mais incríveis, são inéditas. Então, talvez seja provável que a disney tenha usado elementos desta obra para seus trabalhos!
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Sim, realmente bem difícil. Mas eu achei interessante porque, claro, Aladin é uma referência óbvia à história do Aladin de “As mil e uma noites”, ainda que haja coisas diferentes. E a principal delas é justamente o tapete voador, que é um símbolo da adaptação da Disney, mas que não aparece na história original, e sim em outra história da mesma obra. Fiquei encucada hahahahaha
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