
Gosto de livros que ecoam e ainda me deixam pensando sobre eles mesmo tempo depois de terminar sua leitura.
Resto qui (Marco Balzano), já resenhado neste post, é um desses livros e, felizmente, hoje tenho a oportunidade de revisitá-lo, trazendo para o Blog mais alguns trechos desta obra.
“Credevo che mi potessero salvare, le parole”
(Eu acreditava que as palavras pudessem me salvar)
A história fala muito — e acredito que deixei isso claro na resenha — sobre (des)pertencimento.
“Ci eravamo abituati a non essere più noi stessi”
(Nós nos acostumamos a não sermos mais nós mesmos)
“– Mamma io voglio andarmene da questo posto. Qui non posso nemmeno più andare a scuola”
(— Mamãe, quero ir embora deste lugar. Aqui não posso sequer ir à escola).
O livro também trata da questão de como a língua que falamos (ou não) é importante no processo acima mencionado.
“In pochi a Curon sapevano leggere, ma nessuno capiva quella lingua che era solo la lingua dell’odio”
(Poucos em Curon sabiam ler, mas ninguém entendia aquela língua que era só a língua do ódio)
“Di fargli imparare una poesia pensai che se non me l’avessero fatto odiare dal profondo delle viscere era una bella lingua, l’italiano. A leggerla mi sembrava di cantare”
(De fazê-los aprender poesia, pensei que se não me tivessem feito odiá-la das profundezas das minhas vísceras, seria uma bela língua, o italiano. Enquanto o lia, parecia que eu cantava)
Como já era de se esperar e imaginar, a obra fala, ainda, sobre as dificuldades do viver.
“Perché vivere vuol dire per forza andare avanti?”
(Por que viver significa, necessariamente, seguir em frente?)
“Nulla è più impietoso della neve che ti cade addosso”
(Nada è mais impiedoso que a neve que cai sobre você)
Uma narrativa, por fim, que nos lembra da pureza das crianças, mesmo em um mudo tão machucado e dolorido.
“Vedrai, ti farà bene stare coi bambini, sono molto meglio degli adulti”
(Você vera que te fará bem estar com as crianças, são muito melhores que os adultos)
Resto qui me apresentou uma Itália que, mesmo estudando tanto sobre o país, eu não conhecia e que, apesar de retratar algo tão triste, era preciso conhecer. Se você quiser saber do que estou falando, não deixe de ler a resenha e, claro, a obra completa.
Lembro que quando estava com parceria com o Grupo Editorial Record cheguei a cogitar de ler este livro, mas acabei optando por outras leituras. Gostei de saber dele assim pelas citações no original, inclusive, que você trouxe. Dá uma outra impressão (mais positiva ainda) do livro. Obrigada por compartilhar <3
CurtirCurtido por 1 pessoa
Fico muito feliz em saber que esses trechos trouxeram uma boa impressão para ti. É um livro que merece ser lido, sem dúvidas. Agradeço a leitura 🥰
CurtirCurtir