Citações #87 — Quero andar de mãos dadas

Quero andar de mãos dadas, como comentei na resenha, foi uma obra que comecei a ler sem esperar muita coisa e que me surpreendeu bastante. 

“Algumas coisas chamam nossa atenção e nos fazem ficar presos a elas de uma maneira quase hipnótica”

A obra, escrita por Victor Lopes, aborda diversos assuntos delicados, mas necessários, como as mentiras que contamos, muitas vezes numa tentativa de nos proteger ou sobreviver.

“As mentiras da minha vida ficavam cada vez maiores e nada de bom surgia delas. Nada de bom. Só surgia dor”

“Mais uma mentira contada. Agora era só esperar pela próxima”

No caso desta história, essas mentiras são a forma que os protagonistas encontram para se defender num mundo que, mesmo se dizendo tão evoluído, ainda é tão retrógrado.

“Deveria ter colocado um ponto final, pois sei melhor do que ninguém que não vai dar certo, que não posso gostar dele e deixar acontecer o que quer que seja que poderia acontecer”

“— A verdade é que nós sempre precisamos fazer as coisas mais comuns meio escondidos, isso se não quisermos que nos xinguem, ou nos batam ou tentem nos matar. Desculpa, não queria te assustar.

— De boa. Eu sei como é. 2014 e as pessoas ainda não aceitam”

“Meus sonhos de encontrar alguém por quem eu me apaixonasse trouxeram com eles o pesadelo da realidade”

“As pessoas me olhavam e eu tinha certeza de que elas viam em meus olhos o que acontecera, conseguiam ver minhas mentiras e me julgavam por ser gay. É isso o que as pessoas fazem, não importa quem sejam. Nada importa para elas se você não for igual a elas”

E, como não poderia deixar de ser, o medo se faz bem presente.

“Talvez esse seja o motivo pelo qual não nos falamos normalmente ontem, porque estamos com medo de nossos sentimentos”

“Resolvi enfrentar esse medo, mesmo sabendo que não podia haver muitas consequências positivas”

Medo esse que faz um dos protagonistas não conseguir agir como gostaria. O impede de ser quem realmente é.

“Eu não posso ser outra pessoa, ainda que queira”

“Essa minha cara é a cara de alguém que não pode ser quem é e não pode viver o que quer por medo do que vocês vão fazer e pensar e do que vai acontecer com nossa família”

“Cada coisa que eu deixava de fazer para poder manter meu segredo, era uma tonelada a mais colocada sobre meus ombros”

“— Eu estragaria tudo para eles.

— Você prefere estragar tudo para você?

— É só o que posso fazer agora”

“Eu não posso fazer o que quero fazer e preciso aceitar isso”

“Eu fiz um pedido. Pedi que tudo mudasse. Pedi que eu pudesse viver”

Uma hora, porém, quando guardamos demais dentro de nós, as coisas acabam extravasando.

“E certo dia foi exatamente o que aconteceu. Eu explodi”

À espreita, nesta história, há muito mais. A morte, principalmente, está sempre rondando, de mãos dadas com muita angústia e ansiedade.

“Um dia eu chegaria da escola e ela não estaria mais lá. Eu só torcia para que esse dia não fosse hoje”

“Eu não via como era possível existir desse jeito com coisas tão boas acontecendo e sendo substituídas, transformadas quase num passe de mágica, em sentimentos desesperadores”

“Depois de um fim, algo começa”

“E eu fiz. Às três e meia da manhã, eu fiz a dor por dentro parar. A dor por fora era muito mais libertadora. No meio do quarto escuro tudo ficou vermelho e eu vi todas as luzes se apagarem antes mesmo de conseguir pedir ajuda”

Porém nem só de dor e tristeza vivem as páginas desta obra. Há também muito amor companheirismo.

“Meu mundo estava em meus braços e eu não queria largar”

“Por fim, acho que fiz a coisa certa, por mais doloroso que possa ser para ele, eu precisava tocar no assunto, mostrar que estaria ao lado dele e que existem coisas mais importantes do que o que a família pensa sobre ele. Mas será que eu disse tudo isso?”

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