
Sim, mesmo a mais longa das histórias uma hora acaba e com As mil e uma noites não poderia ser diferente. Esta obra me acompanhou por seis meses e eu confesso que, de início, eu tinha medo. Achei que poderia acabar abandonando a leitura, ou que ela seria mais arrastada que prazerosa.
A verdade é que me enganei. E claro, isso é ótimo! Em diversos momentos me vi querendo ler “só mais um pouquinho” para chegar ao final de uma das narrativas (que às vezes tinham o tamanho de uma noveleta) e, como vocês puderam acompanhar em meus diários de leitura, fiquei fascinada com o tanto de coisas que li, refleti e aprendi.
Para fechar as narrativas de As mil e uma noites temos A história das duas irmãs que invejavam a irmã mais nova. E já começo dizendo que essa inveja é muito “interessante”, porque ela é fruto simplesmente da realização dos desejos expressos por cada uma delas!
Numa bela noite, as três irmãs conversavam e uma disse que gostaria de se casar com o padeiro do Califa, para poder comer pães maravilhosos; a outra disse que gostaria de se casar com o cozinheiro do Califa e a mais nova, sonhando para além das duas, disse que preferia mil vezes casar com o próprio Califa.
Acontece que o Califa em pessoa (mas disfarçado) estava passando por ali e ouviu esse diálogo e resolveu atender aos desejos daquelas três mulheres, dando margem para a inveja das duas irmãs mais velhas.
O mais interessante da história é que, apesar desse acontecimento ser muito importante, o foco dela passa para outra coisa: os filhos que a irmã mais nova teve com o Califa. Sim, a história é mais sobre eles e a criação deles que qualquer outra coisa. Por quê?
Bem, porque as tais irmãs invejosas arquitetaram um plano para que pudessem fazer o parto da irmã mais nova e, nos três partos ocorridos, jogaram o recém-nascido num rio que passava perto do palácio e fingiam que irmã havia dado a luz a um animal qualquer.
Essas crianças jogadas no rio, na três vezes em que isso aconteceu, tiveram a sorte de ser resgatadas pelo jardineiro do palácio e foram muito bem educadas por ele. E é essa história que vamos acompanhando, até o surpreendente desfecho da narrativa, que une todas as pontas.
E, para encerrar a obra, há uma breve passagem que nos mostra um último diálogo entre Sherazade e o soberano, cuja fúria já foi completamente amenizada graças às histórias de sua esposa, acabando, assim, com a terrível lei que ele havia criado.
E, o que fica de tudo isso? Contar histórias salva vidas! Por isso, que nunca deixemos de contar nossas histórias e, mais ainda, de valorizar aqueles que se dedicam a isso!
Acompanhar seu diário de leitura foi maravilhoso, fico até com o coração apertado por ter acabado!
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Ah, Amanda, muito obrigada!! Encerro este diário, mas logo teremos novos conteúdos por aqui <3
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